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Schadenfreude

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Schadenfreude

“Tentando manter meu Schadenfreude em níveis manejáveis.” (@FelinaBlanc, no Twiiter, 5 de outubro)

“Acredito que preenchi toda a minha cota de Schadenfreude até a próxima década.” (@abains63, no Twitter, 5 de outubro)

“Feliz Schadenfreude Natal!” (@scottjshapiro, no Twitter, 5 de outubro)

“Todo mundo curte um pouco de Schadenfreude, mas isso tudo está levando a novos e provavelmente inapropriados níveis.” (@DavidLarter, no Twitter, em 6 de outubro)

O que é:

  • Termo em alemão que deriva da combinação de duas palavras: “schaden” (“dano”, “prejuízo”) e “freude” (“alegria”, “prazer”).
  • Schadenfreude é aquele sentimento de alegria ou satisfação despertado pelo infortúnio de uma outra pessoa. Pode ser discreto, um sentimento íntimo, ou público, expressando abertamente escárnio, ironia ou sarcasmo perante a desventura sofrida por um terceiro.

[Continua...]

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“Tentando manter meu Schadenfreude em níveis manejáveis.” (@FelinaBlanc, no Twiiter, 5 de outubro)

“Acredito que preenchi toda a minha cota de Schadenfreude até a próxima década.” (@abains63, no Twitter, 5 de outubro)

“Feliz Schadenfreude Natal!” (@scottjshapiro, no Twitter, 5 de outubro)

“Todo mundo curte um pouco de Schadenfreude, mas isso tudo está levando a novos e provavelmente inapropriados níveis.” (@DavidLarter, no Twitter, em 6 de outubro)

O que é:

  • Termo em alemão que deriva da combinação de duas palavras: “schaden” (“dano”, “prejuízo”) e “freude” (“alegria”, “prazer”).
  • Schadenfreude é aquele sentimento de alegria ou satisfação despertado pelo infortúnio de uma outra pessoa. Pode ser discreto, um sentimento íntimo, ou público, expressando abertamente escárnio, ironia ou sarcasmo perante a desventura sofrida por um terceiro.

Quem usou:

“Na manhã de sexta-feira, o dicionário online Merriam-Webster relatou um aumento de 30.500% nas consultas pela palavra Schadenfreude após a revelação de que Donald e Melania Trump haviam contraído COVID-19 – após meses da resposta insuficiente e ineficaz da Casa Branca à pandemia. O termo arcaico, com origens que remontam ao final do século 18, combina literalmente as palavras alemãs para ‘dano’ (‘schaden’) e ‘alegria’ (‘freude’). Usado em uma frase, pode-se dizer: ‘Fico tomado de Schadenfreude quando imagino o carro do meu vizinho chato sendo esmagado pelo esqueleto de três metros de altura que eles colocaram no pátio como decoração de Halloween’. Ou talvez, ‘Donald Trump, pegando a mesma doença da qual falhou em proteger nossa nação, me dá uma sensação de Schadenfreude’. Quando escrito, Schadenfreude costuma ser capitalizado – em alemão, todos os substantivos são. Dito isso, quando usado em inglês, a capitalização de Schadenfreude é uma questão de estilo. A palavra ressurgiu nas plataformas de mídia social e nos mecanismos de pesquisa nas últimas 48 horas.” (3 de outubro, Mashable)

“A história da filosofia ocidental está cheia de pensadores que disseram que Schadenfreude era uma falha moral e ponto final. O filósofo alemão do século 19 Arthur Schopenhauer, por exemplo, via isso como algo enraizado na pura malevolência. Ele acreditava que, quando nos sentimos assim, nos deliciamos com a desgraça da outra pessoa, mesmo quando não há benefício para nós. Não é que estejamos felizes porque pensamos que vamos lucrar com o sofrimento do outro – estamos apenas sendo cruéis. Portanto, é uma emoção ‘diabólica’ que não deve ser tolerada. Charles Baudelaire, poeta e ensaísta francês do século 19, tinha uma visão diferente. Ele disse que a Schadenfreude costuma estar enraizada em um sentimento de superioridade. Se você observar alguém escorregar no gelo, escreveu ele, terá uma sensação sorrateira de orgulho de si mesmo: ‘Eu não caio, não caio; Eu ando em linha reta, eu ando; meus passos são firmes e seguros, os meus são’.Você não está sendo cruel apenas por ser cruel – sua Schadenfreude tem um papel instrumental a desempenhar. Você está inconscientemente aumentando sua autoestima ao se comparar favoravelmente com aquele outro trapalhão ali. O que você está gostando é a sensação de que você é mais inteligente e melhor do que eles. De acordo com o filósofo do século 16 Michel de Montaigne, Schadenfreude é realmente sobre nossa própria vulnerabilidade. Quando você exulta com a calamidade de outra pessoa, você está realmente exultando ao perceber que, em comparação, está seguro. Aquela pessoa ali está doente – você não está doente, graças a Deus! A ideia de que a Schadenfreude pode estar baseada na consciência de nossa própria suscetibilidade a danos oferece uma lente mais simpática à emoção. René Descartes, nos anos 1600, tinha uma maneira totalmente diferente de entender a Schadenfreude. Ele disse que surge quando uma calamidade atinge alguém que achamos que a merece. Quando observamos alguém agir mal e depois o vemos receber seu castigo, podemos nos alegrar porque realmente nos preocupamos com a justiça. Há um certo prazer em ver o triunfo da justiça. Se é isso que está por trás de nossa alegria, um ataque de Schadenfreude poderia ser um sentimento moralmente permissível. Alguns filósofos contemporâneos adotam a mesma direção, argumentando que Schadenfreude não é uma falha moral – é permissível, a menos que conduza a uma cadeia causal que produza um ato imoral.” (Vox, 5 de outubro de 2020)

“Na terça-feira, vários transeuntes nas ruas do Rio de Janeiro diziam que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, recebeu o que merecia quando foi diagnosticado com COVID-19 esta semana. ‘Meu nome é Messias, mas não posso fazer milagres’, disse o presidente no final de abril, quando um total de 5 mil mortes por coronavírus já haviam sido registradas no Brasil – uma referência a seu nome do meio, Messias. Seus comentários foram um tapa na cara de pessoas que perderam entes queridos ou estavam lutando com o COVID-19. Agora que Bolsonaro contraiu o vírus, muitos brasileiros têm uma sensação de Schadenfreude. ‘Ele está pagando o preço por dizer as coisas que disse’, disse um homem que se identificou como aposentado. ‘É a vez dele agora’, completou. Uma enfermeira que ouviu a conversa disse: ‘Espero que ele morra’. Ela acrescentou que espera que Bolsonaro sofra como outros brasileiros durante a pandemia. A maioria da população ficou sem ventiladores e medicamentos. ‘A morte dele seria justa’, disse ela. ‘Ninguém neste planeta sentiria falta dele – adeus Bolsonaro!’.” (DW, 8 de julho)

O que ver:

Assista um vídeo (em inglês, com legendas em inglês) que discute a explosão de Schadenfreude nas redes sociais após o anúncio de que Donald Trump estava doente: 


Cláudia Laitano é jornalista, com especialização em Economia da Cultura. É mestranda em Literatura pela UFRGS, com pesquisa sobre Carlos Reverbel. É autora de “Agora eu era” e “Meus livros, meus filmes e tudo o mais”, ambos pela L&PM.

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