Matinal News

Abandono de viveiro levou Prefeitura à Justiça

Change Size Text
Abandono de viveiro levou Prefeitura à Justiça Setor do viveiro de plantas de interior, também danificado (crédito: Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais)

Símbolo do descaso com o meio ambiente, abandono de viveiro levou Prefeitura à Justiça

Com mais de 60 anos de existência, o viveiro municipal experimenta um abandono inédito e tornou o governo Marchezan réu numa ação civil por improbidade. Desde o início da atual gestão, segundo nota técnica do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), mais de 35 mil mudas morreram no viveiro – entre elas plantas raras e em risco de extinção – e estimam-se prejuízos de 300 mil reais em danos ao patrimônio, devido à perda de equipamentos que, por falta de manutenção e segurança, foram furtados ou danificados nos últimos três anos.

Em fevereiro de 2019, uma ação civil pública movida por quatro entidades ambientalistas (InGá, Agapan, União pela Vida e Associação Sócio Ambientalista) em conjunto com o Ministério Público acusou o então secretário do meio ambiente, Maurício Fernandes, e a prefeitura de improbidade e danos ao patrimônio público. Após um ano e meio de disputas jurídicas, em junho deste ano a Justiça concedeu uma liminar para bloquear 100 mil reais em bens do ex-secretário – Fernandes saiu em junho do ano passado, após dizer que “não havia benefícios” na manutenção do viveiro. Após o bloqueio, o atual secretário, Germano Bremm, decidiu priorizar uma solução para o descaso, que só agora, um ano e meio depois da ação ser ajuizada, deve sair do papel.

reportagem do Matinal, de autoria de Pedro Nakamura, chama a atenção para uma pauta que deverá estar presente nos debates eleitorais. Não é a primeira vez que o governo Marchezan é alvo de críticas na área ambiental. Com a promessa de melhorar os gastos da máquina pública e desburocratizar processos, a prefeitura terceirizou o serviço de podas de árvores urbanas, que passou a ser feito por empresas sem capacitação e fiscalizado pela secretaria de serviços urbanos, conforme reportagem do Matinal publicada em abril. Para comandar a pasta, a gestão tucana escolheu dois advogados especializados no licenciamento ambiental – Fernandes até junho de 2019 e Germano Bremm atualmente –, e, assim, direcionou o foco da Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre para desburocratizar licenças ambientais, reduzindo o papel daquela que foi a primeira pasta destinada à área criada no país, em 1976.

Ler a reportagem completa


O que mais você precisa saber

Comércio aberto no feriado – Não vai ter desfile neste ano, mas vai ter comércio aberto no 7 de Setembro em Porto Alegre. Lojistas da Capital vão aproveitar o feriado para abrir as portas e continuar tentando recuperar o prejuízo acumulado por conta da pandemia, segundo o presidente do Sindilojas, Paulo Krause: “Com abertura de sábado e perspectiva do feriado, vamos começar a chegar ao ponto de equilíbrio das nossas empresas. Vendendo até sexta-feira estávamos atingindo até 40% do desejável. Agora, pretendemos ir de 60% a 70% do que é desejável, o que já é uma vitória para a gente”. A retomada do comércio na Capital até então não alterou o índice de distanciamento social, que se manteve em 42% nos últimos 14 dias. Já se dá a ocupação de UTI tem oscilado entre períodos de estabilidade e aumentos repentinos. Alas de unidades de tratamento intensivo de pelo menos três hospitais de Porto Alegre estavam operando com 100% de sua capacidade na noite dessa quinta-feira: Moinhos de Vento, Fêmina e Restinga.

O custo da volta às aulas – A retomada às aulas presenciais no Estado, prevista para começar pela educação infantil na próxima terça-feira, já tem seu valor calculado: 270 milhões de reais. É o quanto irá custar para contratar mais profissionais e readequar as escolas para que comecem a receber novamente os alunos. O dinheiro deverá ser usado pela Secretaria Estadual de Educação para comprar equipamentos, capacitar novos professores e funcionários de apoio e materiais de desinfecção. Para respeitar o modelo de distanciamento controlado, as escolas deverão adotar modelos de revezamento para os alunos, respeitando um limite de 50% de estudantes presentes por turma. O Cpers, sindicato que representa professores e funcionários das escolas públicas estaduais, é frontalmente contra o retorno das aulas presenciais por não considerar o ambiente seguro para profissionais e alunos. O mesmo pensam os prefeitos que integram o Consórcio dos Municípios da região Metropolitana de Porto Alegre. “Há o entendimento que a contaminação da doença ainda tem índices altos na região, com leitos muito ocupados. O diálogo com a comunidade escolar e também com os pais dão conta de que 90% deles ainda são contra essa retomada agora”, comentou a presidente do consórcio, a prefeita de Nova Santa Rita, Margarete Ferretti (PT).

Leite intensifica em campanha pela Reforma Tributária – Colapso para as contas dos municípios, serviços públicos em áreas como segurança e saúde prejudicados. Esse é o cenário que o governador Eduardo Leite (PSDB) apresenta aos prefeitos em reuniões regionalizadas que vem realizando. Ontem, ele conversou com lideranças políticas em Caxias do Sul, em uma rota que já havia passado por Novo Hamburgo, Capão da Canoa e Taquara, e que hoje segue para Passo Fundo. Leite intensificará a articulação nas próximas duas semanas. “Já fizemos muito, mas há um limite do que se pode cortar em gastos. Daqui a para frente precisamos garantir as receitas”, afirmou o governador, em entrevista reproduzida no podcast Direto ao Ponto, do Correio do Povo. Leite ressaltou que busca a reorganização do sistema tributário. Um dos pontos principais é a mudança no ICMS, passando de cinco faixas para apenas duas. A partir do dia 16, a reforma passa a trancar a pauta da Assembleia Legislativa. Para começar a valer em 2021, a reforma precisa ser aprovada no Legislativo e sancionada pelo Governo até o último dia deste mês.
Outros links:


Diálogos Matinais: Nossas reportagens não ficarão atrás do muro

Por Filipe Speck*

Há dez anos, os jornais começaram a implementar seus sistemas de paywall, que faz com que apenas assinantes consigam acessar todo o conteúdo do site. De lá para cá, a cultura da assinatura digital revolucionou o jornalismo. De um lado, grandes veículos, com fôlego para investir, se tornaram referência na conversão de novos assinantes. O The New York Times, por exemplo, chegou à incrível marca de 5 milhões de assinantes, conquistando um mercado que extrapola as fronteiras dos Estados Unidos.

Em contrapartida, jornais locais, que competem não apenas com outros veículos da cidade como também com os grandes jornais, lutaram contra carências tecnológicas e para angariar receitas publicitárias, que migraram para serviços como Google e Facebook. Com dificuldades para construir um serviço de assinaturas que oferecesse vantagens para o leitor, muitos não conseguiram se reinventar. Vários fecharam as portas.

Nós, que enfrentamos todos os desafios de um jornal local, resolvemos adotar uma estratégia diferente de paywall. Uma estratégia que privilegia, além do assinante, a sociedade. Eu explico isso nesta carta.

* Diretor executivo do Grupo Matinal
[email protected]


Cultura

As “Canções de Atormentar” de Angélica Freitas

A poeta Angélica Freitas. Foto: Dirk Skiba/Cia das Letras

Um dos principais nomes da poesia brasileira contemporânea, Angélica Freitas lançou em agosto o livro Canções de Atormentar pela Companhia das Letras. A poeta pelotense conversou com o repórter Ricardo Romanoff sobre sua obra mais recente e suas parcerias musicais com a cantora mineira Juliana Perdigão – sua companheira de vida e de palco – e o compositor Vitor Ramil, que vem musicando versos de Freitas no projeto Avenida Angélica. “A música é muito importante na minha vida, tão importante quanto a literatura. Às vezes acho que é mais importante ainda, que me nutre mais, que me eletriza mais. E me dei conta, há alguns anos, que me interessa mais escrever poemas que possam ser cantados, entoados. E eu também componho umas canções. Um dia quero ir para um estúdio e gravá-las”, conta a poeta. Leia a entrevista.

Sábado
O compositor Pedro Luís celebra o legado de Luiz Melodia, às 19h, no Sesc Ao Vivo.

A cantora Lígia Lazevi é a convidada da série de lives do músico Felipe Azevedo, às 19h.

festa online Quarentenália chega à 5ª edição, às 20h, com os DJs Gê Powers e os residentes Joelma TertoLucas Pitta e ricktocadisco, além das performers Martina Fröhlich e Graci Lianx.

Às 20h, no Teatro Vivo em Casa, a atriz Nicole Cordery interpreta o monólogo Alice, Retrato de Mulher que Cozinha ao Fundo, texto de Marina Corazza, com direção de Malú Bazan, sobre Alice Toklas, companheira da escritora Gertrude Stein.

Às 21h, a banda Nenhum de Nós sobe ao palco do Drive-in Air Festival com o show Nenhum Canta Beatles

No mesmo horário, Adriana Calcanhotto apresenta o show inédito do álbum .

Também às 21h, o pianista André Mehmari apresenta-se ao vivo na Casa de Francisca, interpretando canções de Noel Rosa e filmado pela cineasta Viviane Ferreira.

A festa Balonê comemora 19 anos, a partir das 21h, em edição online especial, transmitida do Bar Ocidente, com os DJs Adriana BananaJZKRoger Lerina e Taís Scherer.

Mais dicas culturais? Acesse aqui.


Você viu?

Dar uma volta no parque pra respirar ar puro e esticar as pernas durante a pandemia: pode ou não pode? Segundo o professor e pesquisador do Departamento de Ecologia da UFRGS, Demetrio Luis Guadagnin, não só pode como deve. Autor do artigo “Áreas verdes e o convívio social seguro durante a pandemia”, ele defende que “o ar livre dispersa a carga viral e expõe as partículas à desestabilização pela radiação UV, vento, umidade e outros fatores. A maioria dos casos conhecidos de infecção acontece pela convivência em ambientes familiares ou de trabalho”. Para evitar aglomerações generalizadas, que comprovadamente transmitem o vírus, Guadagnin aposta no diálogo: “É preciso valorizar a inteligência das pessoas”, disse. “Há uma falsa confiança na mania brasileira de proibir. Não é efetivo, as pessoas não respeitam.” O mais importante, ressaltou ele, é se manter dentro da sua “bolha”.

RELACIONADAS

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.