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Com poucas doses, RS começa vacinação contra Covid-19

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Com poucas doses, RS começa vacinação contra Covid-19

Ainda sem perspectiva de engrenar, vacinação contra a Covid-19 começa no RS

Foi um início um tanto turbulento e, quase como de praxe, com problemas logísticos por parte do governo federal. Mas, enfim, começou e o Rio Grande do Sul já está imunizando alguns de seus cidadãos contra o coronavírus. Em ato simbólico transcorrido já perto da meia-noite no Hospital de Clínicas de Porto Alegre – uma instituição pública e referência no tratamento da Covid-19 no Estado – cinco pessoas foram vacinadas: uma idosa de 99 anos, moradora de um residencial geriátrico; o médico-chefe do serviço de Medicina Intensiva da Santa Casa; uma indígena da etnia kaingang; uma auxiliar de higienização do Grupo Hospitalar Conceição; e uma técnica de enfermagem do próprio Clínicas.

O governador Eduardo Leite (PSDB), que discursou pouco antes do aguardado ato simbólico, exaltou profissionais da saúde, pesquisadores e cientistas. “Nunca uma noite foi tão clara, tão iluminada. Iluminada pela ciência, que rompe com a escuridão daqueles que negam a importância da pesquisa e da ciência no nosso país”, afirmou. Leite pediu como homenagem aos profissionais da linha de frente que a população siga com o uso da máscara e os demais protocolos do distanciamento social.

Nesta primeira remessa, o Rio Grande do Sul recebeu 341 mil doses da vacina produzida no Instituto Butantan. Esse montante será dividido ao longo do dia de hoje entre o município de Porto Alegre e outras 18 Coordenadorias Regionais da Saúde, que distribuirão às cidades do interior. Como a CoronaVac demanda duas aplicações, o total desta primeira leva servirá para imunizar quase 163 mil pessoas. Não, não estamos mal de contas aqui na Matinal: sobrariam 8 mil doses, que ficarão como reserva técnica. Ainda não há previsão da chegada de uma segunda remessa do Ministério da Saúde e falta matéria-prima para produção em escala industrial no Brasil. 

O grupo prioritário para receber a imunização neste momento é composto por trabalhadores da saúde, idosos a partir dos 75 anos e pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência – como asilos e instituições psiquiátricas –, além de populações indígenas e quilombolas. Agora, porém, não há doses suficientes para completar este grupo. Na divisão feita pelo Piratini, serão vacinados 134 mil trabalhadores de saúde, cerca de 34% do total desses profissionais no Estado, além de 14,3 mil indígenas, 9,5 mil pessoas com mais de 60 anos que vivam em instituições e 380 pessoas com deficiência institucionalizada.


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O que mais você precisa saber

Leite ataca “tratamento precoce” – Ainda no Clínicas, o governador seguiu a homenagem à ciência, em coletiva após o ato simbólico que deu início à vacinação contra a Covid-19 no RS. E, minutos após posar para uma foto ao lado do prefeito Sebastião Melo (MDB), Leite foi enfático: “No momento em que o mundo inteiro se une em torno da vacina como instrumento para erradicação do coronavírus, para diminuir os contaminados, insistir no tratamento precoce é vender uma ilusão”, afirmou. “Isso se torna uma grande irresponsabilidade, pois gera consequências no descuido, falta de cuidados e possibilidade de mais contaminações, com perda de vidas.” Com Melo, a Prefeitura da Capital disponibilizará o “Kit Covid”, que se propõe, sem nenhuma comprovação científica, a ser uma espécie de “tratamento precoce” contra o coronavírus.

Vacina chega enquanto Covid quebra marcas no RS – As primeiras doses da vacina contra o coronavírus serão aplicadas em mais um momento marcante da pandemia no Rio Grande do Sul. Provavelmente hoje o Estado chegará a 10 mil vítimas fatais da Covid-19, poucos dias após ter superado a barreira de meio milhão de casos. No mapa definitivo da 37ª semana do distanciamento controlado, à exceção das regiões de Caxias do Sul e Guaíba, que ficaram na bandeira laranja, o restante do RS foi classificado como bandeira vermelha, ou seja: onde há alto risco de contaminação com o coronavírus. Em Porto Alegre, onde a ocupação de leitos de UTI por pacientes com Covid-19 havia caído por mais de uma semana após a virada do ano, já vê o quadro se estabilizar em um patamar alto novamente depois do segundo dia de alta. Ontem à noite, eram 281 pessoas em tratamento intensivo em razão do coronavírus em hospitais da Capital.

Altas temperaturas e o La Niña aumentarão a estiagem no RS – As altas temperaturas e o fenômeno La Niña irão agravar a estiagem no Rio Grande do Sul em 2021. Ainda no ano passado, as bacias hidrográficas não receberam a chamada recarga hídrica entre os meses de janeiro e maio e nem mesmo as chuvas do meio do ano conseguiram melhorar a situação dos rios no Estado. Ontem, na vista na orla do Guaíba, já era possível ver as marcas da estiagem em diversos pontos, principalmente nas cercanias do anfiteatro Pôr-do-Sol. Conforme a Sala de Monitoramento Hidrológico da Sema, nas últimas 24 horas, os maiores volumes de chuva foram registrados em bacias do Nordeste do RS. Já a análise feita nos três dias anteriores aponta que as precipitações ajudaram a amenizar a baixa disponibilidade hídrica da maioria das bacias gaúchas, mas ainda assim, com a presença do La Niña, o Instituto Nacional de Meteorologia indica a possibilidade de chuvas abaixo da média. Em 2020, houve recorde de cidades gaúchas que anunciaram situação de emergência em função da estiagem. Mais de 90% dos municípios foram prejudicados pela falta de chuvas.

Outros links:


Cultura

Cantando elas mandam a tristeza embora

Califórnia Filmes/Divulgação

O longa Unidas pela Esperança (2019), dirigido por Peter Cattaneo, chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira. O filme apresenta a história real de um grupo de esposas de militares britânicos que criou um pioneiro coral feminino, a fim de ocuparem o tempo enquanto seus maridos serviam no exterior. Diante das ausências de maridos, namorados e familiares, as mulheres buscam atividades para ocupar o tempo na vila militar onde todas moram – e, principalmente, evitar de pensar no que estão passando os combatentes longe de casa. Leia a resenha de Roger Lerina.

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Você se exercita?

Falamos ontem sobre o aumento do sedentarismo entre os gaúchos causado pela pandemia do coronavírus. Mas o problema não está só nisso. O levantamento ainda mostrou que os exercícios físicos foram trocados por problemas como estresse, ansiedade e depressão. Aos que querem vencer esse quadro e perder peso, vale seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prática de atividades físicas. Para ter sucesso no emagrecimento sem ter que mexer na alimentação é preciso 300 minutos, ou seja, 5 horas de exercícios semanais. Isso segundo estudo do professor de nutrição da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, Kyle Flack. Para emagrecer é preciso gastar mais de 1 mil calorias por semana, energia máxima que o corpo pede como compensação calórica. E quanto mais nos dedicamos na malhação, maior é o gasto calórico global. Embora o estudo envolva uma mudança drástica, com pessoas saindo do sedentarismo para o hábito de treinar mais de três vezes por semana, a recomendação segue sendo aliar uma dieta equilibrada com exercícios físicos. O segredo é “caminhar” ou “correr” atrás do balanço calórico negativo.

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