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Nossas reportagens não ficarão atrás do muro

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Nossas reportagens não ficarão atrás do muro

Há dez anos, os jornais começaram a implementar seus sistemas de paywall, que fazem com que apenas assinantes consigam acessar todo o conteúdo do site. De lá para cá, a cultura do pagamento por conteúdo digital revolucionou o jornalismo. De um lado, grandes veículos, com fôlego para investir, se tornaram referência na conversão de novos assinantes. O The New York Times, por exemplo, chegou à incrível marca de 5 milhões de usuários pagantes este ano, conquistando um mercado que extrapola as fronteiras dos Estados Unidos.

Em contrapartida, jornais locais, que competem não apenas com outros veículos da cidade como também com os grandes empresas de comunicação, lutaram contra carências tecnológicas e para angariar receitas publicitárias, que migraram para serviços como Google e Facebook. Com dificuldades para construir um serviço de assinaturas que oferecesse vantagens para o leitor, muitos não conseguiram se reinventar. Vários fecharam as portas.

Nós, que enfrentamos todos os desafios de um jornal local, resolvemos adotar uma estratégia diferente de paywall. Uma estratégia que privilegia, além do assinante, a comunidade. Já explico.

Há vários modelos de paywall. O mais usual é aquele que limita o acesso a um número de artigos por mês. Grandes jornais do Brasil e do mundo adotam essa estratégia. Outros fecham matérias específicas ou seções inteiras, como colunistas e versões digitais da edição impressa. 

Nós adotamos uma estratégia que respeita duas premissas: primeiro, a de que o jornal tem uma função social. Acreditamos que a restrição na distribuição de conteúdo compromete o papel do jornalismo de ser mediador do debate público na medida em que sonega informações relevantes para uma parcela dos cidadãos, como denúncias de  irregularidades  cometidas por agentes públicos.

A segunda premissa é a de que um jornal, além de informar e explicar, é também um meio para se aprofundar em determinados temas. Esse serviço de curadoria oferecido na seleção criteriosa feita por jornalistas e somado à variedade de formatos digitais para leitura é uma vantagem que podemos oferecer aos nossos assinantes.

Ao considerar esses dois pontos, e depois de inúmeras conversas com leitores, assinantes e editores e outros parceiros do Matinal, decidimos o que ficará aberto para o público geral e o que ficará restrito aos assinantes premium no nosso site. A definição mais importante delas é a de que nossas reportagens não ficarão escondidas atrás do paywall. 

Produtos especiais como edição digital da Parêntese, newsletters sobre cultura e eventos da cidade como a do Roger Lerina, análises, artigos e crônicas serão entregues apenas aos assinantes. Assinantes também terão direito a descontos em eventos e cursos do Matinal, e na compra de produtos de parceiros. Afinal, são vantagens que facilitam a experiência sem limitar a distribuição do conteúdo essencial, do trabalho de apurar, perguntar e ajudar os leitores de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul a entender nossa cidade, e contribuindo na transformação do nosso espaço em um lugar melhor para se viver.

Nessa estratégia, as assinaturas são essenciais para nós. Se você lê o Matinal e tem interesse em se aprofundar com análises e de descobrir novas histórias por meio de crônicas e entrevistas, assine. Se você já assina, convide alguém para assinar, ou compre uma assinatura para alguém. Quem já é premium, com um reforço de 30 reais por mês, tem direito a dar mais três assinaturas e ainda recebe especiais como um e-book da série Prefeitos da Semana, além de uma edição impressa especial com os principais textos da Parêntese, no final do ano. 

Reforçamos nosso compromisso com assinantes e leitores de que nosso jornalismo não ficará atrás do muro – e tampouco em cima dele quando a pauta for a defesa da ciência, da justiça e da liberdade de expressão.

Filipe Speck é diretor executivo do Grupo Matinal.
[email protected]

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