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Exclusivo: 7 vezes em que Carrefour, Big e Zaffari foram condenados

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Exclusivo: 7 vezes em que Carrefour, Big e Zaffari foram condenados As três redes acumulam ao menos sete condenações na Justiça por agressões contra clientes e funcionários. Foto: Reprodução/Google Maps

Carrefour, Big e Zaffari já foram condenados em casos de truculência e racismo

Um homem negro é fortemente surrado por seguranças de uma grande rede de varejo. A agressão ocorre justamente na semana da Consciência Negra. O caso ganha repercussão nacional, e ocorrem manifestações em frente às portas fechadas do estabelecimento com gritos de “loja racista” e “multinacional nazista”. A pressão popular leva a Câmara de Vereadores a aprovar uma moção de repúdio, e a prefeitura cassa temporariamente o alvará de funcionamento da unidade. 

Esta não é uma versão alternativa para o caso de João Alberto Freitas, espancado até a morte no Carrefour do Passo D’Areia no ano passado, loja que segue funcionando normalmente. A história descrita acima aconteceu mais de 30 anos antes, quando a violência por parte de seguranças de lojas e supermercados na Capital havia chegado a um ponto de ebulição. O caso representou um “basta” – naquele momento. 

A reportagem exclusiva que publicamos hoje relembra o caso de Manoel Martins do Nascimento, que, no dia 21 de novembro de 1989, então com 80 anos, foi espancado por seguranças das Lojas Americanas, no Centro de Porto Alegre. A matéria mostra ainda que, depois de três décadas passadas entre o espancamento de Manoel e o assassinato de João Alberto, o racismo e a truculência não só seguiram institucionalizados nas grandes redes varejistas, como se intensificaram. Um levantamento feito pelo Matinal mostra que três redes que operam no RS – Carrefour, Big e Zaffari – acumulam ao menos sete condenações na Justiça por agressões contra clientes e funcionários. Na maioria dos casos, as redes recorreram, alegando inocência. Não consta mudança nos métodos de abordagem que levaram às condenações.

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O que mais você precisa saber

Infectologistas alertam para uso de dinheiro do Município com remédio sem comprovação contra a Covid – Em vez de gastar com medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid, como noticiou o prefeito Sebastião Melo (MDB) na segunda-feira, o Município deveria investir em testagem massiva da população, recomenda o infectologista Cláudio Stadnik, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O médico também criticou a retirada do limite de pessoas nos estabelecimentos da Capital. Para ele, a medida fará com que os clientes fiquem mais próximos uns dos outros, colocando-os em risco. Já as entidades que representam os lojistas, como era de se esperar, ficaram satisfeitas com as novas normas. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital, Irio Piva, disse que é importante a prefeitura manter sua posição, pois uma nova restrição seria “catastrófica”. Ontem, Melo afirmou que vai “tirar dinheiro de onde não tem” para comprar vacina, caso o governo federal não distribua o imunizante. Vale lembrar que, durante a campanha, o emedebista afirmou que ninguém seria obrigado a tomar a vacina contra a Covid-19, o que vai de encontro da necessidade de uma ação de prevenção coletiva.

Cais Embarcadero abre em março – O Governo do Estado assinou nessa terça o contrato com a Embarcadero Empreendimentos para conceder o uso da área que está sendo revitalizada junto ao Guaíba, no Centro de Porto Alegre. A estrutura, localizada entre o armazém A7 do cais e a Usina do Gasômetro, após seguidos adiamentos, tem previsão de ser aberta em março – hoje 85% do projeto está concluído. Com a concessão, a empresa poderá administrar a área por cinco anos. Quanto ao futuro da revitalização do porto, o governador Eduardo Leite (PSDB) e o prefeito Sebastião Melo deixaram transparecer algumas discordâncias sobre projetos (🔒), como notou a colunista Rosane de Oliveira.

Projeto inclui obrigação de vereadores a se colocarem de pé durante execução de hino do RS – A polêmica sobre o hino do Rio Grande do Sul, cuja letra tem trechos de cunho racista na avaliação de vereadores negros da Câmara de Porto Alegre, ganhou novos capítulos após o protesto ocorrido na cerimônia de posse. Na ocasião, os novos integrantes da Casa decidiram não se levantar no momento da canção. Ontem, a vereadora Mônica Leal (PP) protocolou um projeto que incluirá entre os deveres dos vereadores “postar-se de pé e em posição de respeito durante a execução do hino Nacional e do Hino do Estado do Rio Grande do Sul”. Em artigo, a comandante Nádia (DEM), que se queixou da postura dos colegas, refutou a ideia de que a canção tenha frases racistas. Para ela, o hino, um patrimônio cultural, foi tratado de “maneira superficial por desconhecimento histórico ou por interesses pseudossociais”. Segundo Nádia, o ato teria sido usado para “ganhar falsos aplausos”. O vereador Matheus Gomes (PSOL) destacou que jamais teve a intenção de criar atrito com outros parlamentares ao não cantar o hino. Gomes comentou que foi uma ação natural permanecer sentado durante a execução da música, algo que faz há quase dez anos.

Outros links:

  • O Rio Grande do Sul registrou nas últimas 24 horas 107 mortes pela Covid-19. Foram incluídos pela Secretaria Estadual de Saúde 5.391 novos casos da doença, que já infectou quase meio milhão de habitantes do Estado.
  • Ainda longe de uma solução definitiva para a crise sanitária da Covid-19, a Prefeitura de Porto Alegre projeta o retorno das aulas presenciais para o ano letivo de 2021 para 22 de fevereiro, daqui a 47 dias.
  • Quatro Unidades Básicas de Saúde, fechadas no começo de dezembro, deverão ser reformadas e reabertas. A confirmação foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde de Capital.
  • O secretário de saúde de Porto Alegre disse que é possível aumentar em até cem o número de leitos de UTI para tratamento de pacientes com Covid-19 na Capital. Nessas estruturas estariam inclusos tanto os que haviam sido destinados a pacientes de outras doenças quanto novas estruturas.
  • A Prefeitura de Porto Alegre decidiu priorizar a desocupação do prédio conhecido como “Esqueletão”, no Centro. O edifício foi chamado de “monstruosidade” pelo secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer.
  • Os preços de venda dos imóveis residenciais na Capital subiram menos do que a inflação em 2020, segundo dados da pesquisa FipeZap
  • Centenas de trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição, com idades acima de 75 anos, foram desligados do quadro de funcionários. A maioria dos servidores recebeu o aviso através de um telegrama.
  • Após a morte do superintendente do Incra no RS, Tarso Teixeira, por Covid-19, um dirigente da entidade enfatizou que o órgão seguiu à risca todas as normas contra a contaminação com o coronavírus na volta do trabalho presencial, em novembro.
  • Clientes que realizaram movimentações pelo Pix do Banrisul e tiveram as operações duplicadas serão restituídos. O banco informou que houve uma falha do sistema nos primeiros três dias de janeiro.

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Cultura

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Entre os dias 19 de janeiro e 24 de fevereiro, a Escola de Poesia promove o curso “A Formação da Literatura Afro-brasileira: Linguagem e Estética”, ministrado pela professora Roberta Pedroso.

Fundação Iberê receberá em março a exposição O Fabuloso Universo de Tomo Koizumi. A mostra em torno das criações do designer de moda japonês Tomo Koizumi é fruto de uma parceria com a Japan House São Paulo e dá início ao desenvolvimento do Departamento de Moda, Design e Arquitetura da Fundação Iberê.

24ª Mostra de Cinema de Tiradentes, uma das mais importantes do país, será realizada de 22 e 30 de janeiro, em formato online, homenageando a cineasta Paula Gaitán.

E mais.

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Você viu?

Com o objetivo de difundir a mensagem em defesa da tolerância e da diversidade, o Ministério Público Federal (MPF) lançará em 14 de janeiro a campanha “Eu Sou Respeito”. A iniciativa, elaborada inicialmente no Rio Grande do Sul, contou com a participação de alunos do IPA. A origem da ação ocorreu a partir do encerramento antecipado da exposição Queermuseu: Cartografia da Diferença na Arte Brasileira, ainda em 2017. Nomes conhecidos dos gaúchos farão parte de campanhas publicitárias e entre eles estão a cantora Valéria Barcellos, a ativista afroindígena Alice Guarani e o ex-árbitro Márcio Chagas. A “Eu Sou Respeito” foi desenvolvida pela Procuradoria Regional dos Direitos Humanos do Cidadão do Rio Grande do Sul, pertencente ao MPF, mas ganhará ares nacionais, graças ao apoio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão de Brasília. A campanha irá integrar o projeto “Respeito e Diversidade”, do Conselho Nacional do Ministério Público.

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