Futura tarifa gera pressões (e discussões) em Porto Alegre
Porto Alegre vive indefinição sobre tarifa do transporte coletivo
A gestão de Sebastião Melo (MDB) acabou dando uma mostra pública de que falta consenso sobre as diretrizes do transporte público em Porto Alegre. No dia em que a Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) encaminhou o pedido para o novo cálculo tarifário – sem estipular quanto custaria a nova passagem – o chefe do executivo municipal desautorizou o secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Záchia chegou a defender a taxação do transporte por aplicativo para auxiliar o sistema de ônibus, uma proposta já aventada no governo Marchezan. Segundo ele, o transporte coletivo em Porto Alegre estaria próximo do “caos”. Após a entrevista, o prefeito Sebastião Melo manifestou-se através de mensagem e rechaçou a fala do secretário, garantindo que não está na pauta da administração taxar os motoristas de aplicativos. Conforme Melo, a intenção inicial é renegociar o vínculo com os concessionários.
Na tentativa de repactuar o contrato com as empresas de ônibus da Capital, Melo revelou que quer criar novas regras para manter o serviço atrativo para as companhias e funcional para os usuários – um aceno que agrada às empresas que gerenciam o transporte coletivo, em especial se rever gratuidades e a obrigatoriedade da presença dos cobradores. Se não houver acordo, o prefeito afirmou que buscará a mediação do Judiciário.
A crise nos ônibus também é explicada pela drástica redução de passageiros se forem comparados os anos de 2019 e 2020. A queda foi de 52% segundo a ATP, também ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. O Sindicato dos Rodoviários descartou uma greve, ainda que algumas lideranças tenham ficado descontentes na última assembleia por não ter constado o aumento de salário como item aprovado pela categoria. Se a planilha de custos for aplicada, a tarifa ficará próxima dos 6 reais.
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O que mais você precisa saber
Porto Alegre nega gasto com “kit Covid” e mantém disponibilização dos medicamentos – A afirmação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de que não existe tratamento precoce contra o coronavírus, a mudança de discurso do Ministério da Saúde e a investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) sobre a compra de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19 em cidades gaúchas não foram suficientes para a prefeitura de Porto Alegre deixar de oferecer o “kit Covid” em farmácias distritais e Unidades Básicas de Saúde. O entendimento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é de que, como os remédios foram enviados pelo ministério e não provocaram custos para a administração, a apuração do TCE não mira a gestão da Capital. O secretário de Saúde de Porto Alegre, Mauro Sparta, afirmou no começo de janeiro que a intenção da prefeitura é disponibilizar os remédios a “todos que quiserem”, mediante indicação médica. Ainda que a Capital não esteja no escopo do TCE, a investigação sobre a compra de cloroquina, ivermectina, azitromicina seguirá em outras prefeituras do RS. O argumento do tribunal é que os gestores precisam de embasamento técnico para definir a obtenção dessas substâncias.
Ex-comandante do CMS morre de Covid-19 – A Covid-19 vitimou na tarde dessa quarta-feira o General de Exército Geraldo Antônio Miotto, que até abril do ano passado era o comandante do Comando Militar do Sul, sediado em Porto Alegre. Ele tinha 65 anos e estava internado desde 1º de dezembro do ano passado. A pandemia segue em patamares altos no Rio Grande do Sul. Ontem, a Secretaria Estadual da Saúde reportou mais 72 óbitos, elevando o total de vítimas da Covid-19 para 10.123 em dez meses no Estado. Quanto à vacinação, apenas 18 municípios ainda não haviam retirado as suas doses nas respectivas Coordenadorias Regionais de Saúde até o fim da tarde de ontem. O estoque entregue é suficiente para atender 3,6% da população prioritária no RS.
Prefeitura estenderá prazo para não realizar nova licitação na orla – Como forma de não retardar ainda mais o processo de concessão do trecho 1 da Orla do Guaíba, a Prefeitura de Porto Alegre ampliará prazo para assinatura do contrato – que vence originalmente amanhã. Isso ocorre para que o consórcio vencedor do processo, GAM 3 Parks, tenha mais tempo para entregar os documentos faltantes. Com a medida, o Executivo também ganharia mais prazo para analisar a papelada. Não houve uma segunda colocada no certame, e a licitação, na primeira vez que foi realizada, terminou deserta. A concessionária que administrar o trecho deverá investir cerca de 281 milhões de reais em um período de 35 anos – 31 milhões exclusivamente no Parque Harmonia.
Outros links:
- A Prefeitura lança entre hoje e amanhã o “vacinômetro”, com dados da imunização contra a Covid-19. Até ontem, 2,3 mil pessoas haviam recebido as doses da CoronaVac na Capital.
- A falta de luz provocou a suspensão de sessões extraordinárias na Câmara de Vereadores. A queda da energia elétrica ocorreu por conta de um incêndio próximo ao Tribunal de Justiça do Estado.
- A procissão em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes foi suspensa por conta da pandemia. É a primeira vez que o evento não irá acontecer em Porto Alegre.
- O Instituto Fome Zero e a UFRGS se uniram em prol da segurança alimentar e nutricional. A parceria servirá como estratégia de política pública contra os desafios da atual crise de saúde.
- A prefeitura decidiu mudar a estratégia para a recuperação do viaduto dos Açorianos (), em Porto Alegre. A gestão local estima um gasto de até 1,47 milhão de reais para a obra.
- A partir de fevereiro, deverá ser possível pagar a conta de luz com PIX. O método de pagamento já funciona em cinco estados do país.
- A PRF publicou edital de concurso com 1,5 mil vagas e salário de mais de 10 mil reais. As inscrições começam semana que vem.
Você viu?
O prédio que hoje abriga o Shopping Total, no Centro de Porto Alegre, completará em outubro 110 anos. A construção, situada na avenida Cristóvão Colombo, foi concebida para fabricação de cerveja e traz consigo segredos e histórias. Bem antes de virar centro comércio, o local era da Cervejaria Bopp Irmãos, passou a ser Continental e, depois, Brahma. Quem costumava passar pela região antes de 2003, data da reforma para a transformação do edifício em shopping, deve recordar do forte cheiro de cevada. Durante o processo de construção do Total, funcionários encontraram túneis interligados, pontos originais para lendas da Capital. Para alguns, as passagens serviriam como rotas de fuga, para outros os caminhos levavam até a casa dos proprietários da fábrica para esconder atos escusos. As teorias seduzem mais do que a realidade, que se apresentou muito mais simples e prática. Segundo o historiador Gunter Axt e a arquiteta Lídia Fabrício, os túneis seriam usados para a condução do vapor produzido na casa das caldeiras. Atualmente, é possível conhecer as passagens e até degustar da boa comida italiana. O restaurante típico Cantina Famiglia Facin restaurou o espaço e os clientes podem até jantar ao lado de um dos antigos fornos da cervejaria.