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Mercado de trabalho será um desafio a quem vencer a eleição

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Mercado de trabalho será um desafio a quem vencer a eleição

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Informalidade e precarização trabalhista serão desafios para a próxima prefeitura

Ampliada com a crise provocada pelo coronavírus, a informalidade será uma das mais graves questões enfrentadas pela nova gestão municipal. Há um par de décadas, prefeitos e vereadores tentaram atacar a questão com medidas paliativas, pontuais e, muitas vezes, pouco eficazes. Agora enfrentarão um contingente maior de informais, com a alta no desemprego.  Até setembro, a pandemia que paralisou diversos setores ceifou mais de 28 mil empregos só em Porto Alegre.

Entre 2012 e 2018, o número de informais que trabalham por conta própria em Porto Alegre passou de 87 mil a 130 mil, de acordo com o IBGE. Nesse mesmo período, a proporção de pessoas inseridas em trabalhos informais na cidade – considerando também aqueles que trabalham para terceiros – oscilou entre 24% e 28% da população economicamente ativa.

Os dados foram compilados pela economista Lucia Garcia, técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que aponta: “Boa parte das pessoas com trabalho estão num status social bem ruim, porque não têm cobertura da seguridade social diante de uma desocupação, não têm cobertura para acidente, doença ou gravidez”. A tendência é que esse percentual aumente ainda mais, não só pela pandemia, mas por um processo de precarização vendido como “modernização trabalhista”.

Na corrida eleitoral pela prefeitura de Porto Alegre, seis candidatos abordaram o tema nos seus planos de governo: Júlio Flores (PSTU), Fernanda Melchionna (PSOL), José Fortunati (PTB), Manuela d’Ávila (PCdoB), Valter Nagelstein (PSD) e João Derly (Republicanos). 

Leia a matéria completa do Matinal com relatos de trabalhadores informais, dados e o histórico de Porto Alegre para você entender o tema. A reportagem é de Juan Ortiz, com colaboração de Émerson Santos.

Ler a reportagem completa


O que mais você precisa saber

Promessas foram do metrô ao empreendedorismo em três eleições – Se as promessas de agora se baseiam na educação e na saúde de uma cidade pós-pandemia, em outras campanhas, os projetos apresentados pelos postulantes à Prefeitura de Porto Alegre foram diferentes. E apesar de nem ter passado tanto tempo assim, alguns parecem que já foram abandonados há tempos, como foi rememorar a reportagem do Sul21, que retomou os embates entre os candidatos nas três últimas eleições municipais. Em 2008, um assunto predominante foi o metrô de Porto Alegre. O tema foi apresentado como conquista da gestão Fogaça/Fortunati quatro anos mais tarde, ainda que a obra jamais tenha saído do papel. Por falar em obra, aquelas previstas para a Copa dominaram parte do debate em 2016, só que por conta do atraso – algumas delas não foram concluídas até hoje. No último pleito, ganhou destaque o empreendedorismo e promessas de desburocratização da máquina pública.

Covid-19 parece arrefecer, e clima parece normal – Pela primeira vez em três meses, o Rio Grande do Sul voltou a contar com regiões em bandeira amarela, de risco baixo de contaminação com o coronavírus, no início de uma nova semana do plano de distanciamento controlado – que começa hoje. São os casos de Bagé, Pelotas e Palmeira das Missões. Pela segunda vez nas últimas três semanas não há nenhuma área sob bandeira vermelha. Presente em 495 dos 497 municípios gaúchos, a Covid-19 já foi diagnosticada em quase 215 mil habitantes do Estado e vitimou 5.148 pessoas no RS. Com o cenário mais crítico aparentemente tendo passado, muita gente tratou de aproveitar o feriadão ensolarado. Os hotéis tiveram a lotação máxima permitida no Litoral Norte, para onde as estradas estiveram cheias. Quem ficou em Porto Alegre, acabou vendo parques e orla – agora novamente liberada – com bastante aglomeração.

Uma indústria que investe pouco em inovação – Um estudo da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) do RS apontou que houve, entre 2007 e 2017, um alto déficit na indústria high-tech, que são as que investem em pesquisa e desenvolvimento e puxam as inovações na economia local. A pesquisa, uma das mais aprofundadas na área, mostra que a dependência tecnológica das cadeias automotivas e de máquinas agrícolas freiam a intensidade tecnológica no Estado. O problema se aprofundou neste ano, já que esses setores sofreram forte queda durante pandemia. Dados do PIB mostraram que o de veículos automotores, reboques e carrocerias caiu 70%; o de máquinas e equipamentos, 14,1%, e o de produtos químicos, -22,5% – todos enquadrados como indústria high-tech. O pesquisador Rodrigo Morem falou sobre os resultados da pesquisa, nesta entrevista ao Jornal do Comércio.

Outros links:

  • Quer saber o que pensam os candidatos a prefeito de Porto Alegre sobre taxar aplicativos de transporte? Então leia aqui uma matéria de GZH sobre o assunto.
  • Uma liminar acatou o pedido de Gustavo Paim (PP) para impedir que Caetano Veloso realizasse uma live para arrecadar fundos à campanha de Manuela D’Ávila (PCdoB).
  • Desde sexta passada, restaurantes com buffet podem funcionar em municípios com bandeiras amarela e laranja – como é o caso de Porto Alegre. A autorização se deu após novo decreto do Governo do Estado.
  • O mesmo decreto autorizou o funcionamento de cinemas, teatros e eventos de grande porte, impondo limites e restrições, conforme a bandeira vigente.
  • Um dos novos efeitos percebidos pela pandemia é a escassez de produtos no comércio gaúcho. A falta de insumos e de alguns itens já é percebida em alguns setores.
  • Estão abertas vagas para residência médica em Porto Alegre. Saiba como se inscrever.
  • Mesmo previamente autorizada, a remoção de uma Araucária de 20 metros de altura na Cidade Baixa causou indignação de moradores.
  • Funcionários do Imesf devem paralisar entre amanhã e sexta. A mobilização visa pressionar o TJ para análise da extinção do Termo de Ajustamento de Conduta, que impedia a terceirzação dos serviços da atenção básica da saúde na Capital.
  • Demhab solicitou vistoria total nos prédios para onde são transferidas as famílias da Vila Nazaré. Apenas após um novo laudo que as transferências serão retomadas. Na última sexta, foram constatadas rachaduras nas paredes e nos pisos em um dos blocos.
  • Depois de ficar fechado por meses, o Aeromóvel demorou um pouquinho a mais para retomar o serviço, ontem pela manhã. Um problema técnico fez as partidas atrasarem em três horas.
  • Por falar em aeroporto, o Salgado Filho tem retomado seu ritmo e teve um movimento moderado ao fim do feriadão. Conforme a Fraport, de abril para agosto, o número de passageiros cresceu 420%.

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O que os leitores da Bamboletras estão lendo

Durante a pandemia, sem os clientes presentes, o atendimento na Livraria Bamboletras seguiu pelo telefone e outros meios virtuais. As entregas passaram a ser feitas por ciclistas, motoboys ou correio. Com agilidade. Paradoxalmente, numa época em que finalmente havia tempo para ler, ocorreram poucos lançamentos. 

Porém, a Bamboletras descobriu que os leitores queriam finalmente ler aqueles clássicos que foram deixados para trás pela falta de tempo do antigo normal. Foi uma pandemia de calhamaços, de ler o grande romance russo ainda não lido, de fazer musculação com livros pesados (em Kg) e de, ops, livros de receitas… Porque as pessoas estavam fazendo suas refeições em casa e deviam estar cansadas da repetição dos mesmos pratos. 

Então foi a pandemia de Dostoiévski, Melville, Clarice, Hilda, Ferrante, Bela Gil e Rita Lobo. A Bamboletras passou a fazer parte de uma cadeia que contava com editores para publicar os livros, distribuidoras para enviá-los e as bikes e o serviço postal para levá-los aos clientes. E o ponto forte, o atendimento, continuou nos meios virtuais.

Hoje, na reabertura, dá gosto de ver os clientes que entram na livraria e ficam extasiados em razão da longa ausência. A comunidade de leitores e livros é do que a Bamboletras precisava antes, é a comunidade que a está mantendo nos tempos difíceis e é a comunidade com quem a livraria gostará de estar quando tudo isso acabar.

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Cultura

O arquipélago de Lery

A cantautora Gabriela Lery. Foto: Vitória Proença

Com o início da pandemia, a cantautora porto-alegrense Gabriela Lery deixou de lado os planos que tinha para 2020 e produziu uma série de vídeos, intitulada Pequenas Canções do Isolamento. “Entrei num looping de compor todos os dias. Precisava ocupar minha cabeça e não ficar pensando só nas tragédias do mundo”, conta a artista em entrevista ao repórter Ricardo Romanoff. A guinada criativa em meio às restrições dos últimos meses não parou aí: a cantora e baixista acaba de lançar o disco Arquipélago, viabilizado pelo edital FAC Digital RS e produzido totalmente a distância, sem contato presencial entre músicos e produtores. Saiba mais aqui.

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Às 19h, a série #SalaDigital apresenta o primeiro concerto do Festival Bach, com a Orquestra Johann Sebastian Rio, sob regência de Felipe Prazeres.

O coletivo Nimba dá sequência a uma série de encontros virtuais com foco no pensamento de mulheres negras. A convidada da conversa, às 21h, é a bióloga e ativista do movimento negro Maria Cristina Ferreira dos Santos

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Você viu?

Em mais um efeito colateral da Covid-19 em Porto Alegre, o Bambu’s, tradicional ponto da boemia da cidade, fechou as portas. Na sexta-feira passada rolou a última saideira no bar, famoso por ser um ponto de encontro de diferentes “tribos”. O estabelecimento funcionava desde 1976 e, ao longo do tempo, foi uma parada para bandas como Cachorro Grande e Bidê ou Balde. Mas os três meses fechados em razão da pandemia e a dificuldade de negociar o aluguel do ponto tornaram as coisas mais difíceis. Dono do estabelecimento, Sidnei Fiori, o Sid, não descarta reabri-lo em outro endereço. Mas, por ora, o Bambu’s vive apenas na lembrança.

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