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Piratini decide retomar aulas e extinguir atual modelo de distanciamento controlado

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Piratini decide retomar aulas e extinguir atual modelo de distanciamento controlado

Às vésperas de completar um ano, o modelo de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul sairá de cena a partir de 10 de maio. Após novas flexibilizações, o plano teve suas próprias regras alteradas por decreto – publicado apenas no fim da noite de ontem – para que o Estado voltasse à bandeira vermelha e, assim, retomasse as aulas presenciais sem a necessidade de atenção à trava de salvaguarda que faz a relação entre leitos de UTI livres e pacientes com Covid-19.

O atual modelo será substituído por outro, ainda a ser definido no Piratini. O governador Eduardo Leite (PSDB) defendeu o modelo que será extinto: “Depois de ter cumprido seu papel, ter dado colaboração para análise de riscos e estabelecer protocolos de forma pioneira no Brasil, vamos substituir esse modelo por outro, mais aprimorado e adequado a essa nova fase que estamos vivendo na pandemia”. A Famurs manifestou inconformidade com o que considerou uma “conduta autoritária” do Governo em alterar as regras do distanciamento controlado.

A declaração de Leite ocorreu em meio ao contexto de uma forte e crescente pressão pelo retorno das aulas presenciais, algo que vinha sendo barrado pela Justiça em observância justamente à trava do distanciamento controlado. Em oposição, o Cpers criticou o que considerou “manobra do governo” para a adoção da bandeira vermelha. Na próxima segunda-feira, o sindicato fará uma assembleia geral. A Associação Mães e Pais pela Democracia viu a autorização para o retorno às aulas com “perplexidade e indignação”. Os números da pandemia no RS vêm caindo, observa essa matéria de GZH, mas ainda estão piores do que no início de fevereiro, quando começou a atual onda da Covid-19.

Bandeira vermelha – Na prática, a bandeira vermelha já está em vigor desde a meia-noite. Ao menos até 10 de maio, a cogestão voltou a ser suspensa, impossibilitando municípios de seguirem para as restrições da bandeira laranja. A salvaguarda segue existindo, mas foi ajustada, passando a ser acionada quando o indicador de leitos for igual ou inferior a 0,35 e depois de um ciclo de 14 dias de piora na taxa de ocupação.

Aulas presenciais – O decreto também fez que, de um dia para o outro, as aulas presenciais fossem liberadas em todos os níveis de ensino – do infantil ao profissionalizante, passando por idiomas, arte e música –, ainda que o retorno não seja obrigatório. Quem voltar terá de cumprir protocolos de distanciamento. O Sinepe, sindicato das escolas particulares, recomenda aos pais aguardarem o contato das escolas.

Sim. Tem bastante mudança mesmo. O Piratini resumiu os principais tópicos neste link

Vacina, sim!

A vacinação contra a Covid-19 segue para idosos com 60 anos ou mais em Porto Alegre, mas atenção: hoje as doses serão aplicadas somente em quem ainda não foi vacinado, e em apenas 15 unidades de saúde e no drive-thru na PUCRS. Em razão da falta de Coronavac, aqueles que precisam completar a sua imunização devem aguardar a chegada de um novo lote, o que está previsto para semana que vem. A vacinação em profissionais de saúde em farmácias também está suspensa hoje.

O que mais você precisa saber

Governo investe menos em alimentação escolar durante a pandemia – A decisão do governo do Rio Grande do Sul de não usar a totalidade dos recursos para a compra da merenda escolar em 2020 tem sido alvo de críticas de diretores de escolas e integrantes do Conselho Estadual de Alimentação Escolar. A pandemia ainda impede a realização das aulas presenciais e afasta crianças de famílias mais vulneráveis da escola, lugar que costumava garantir as refeições dos alunos. No ano passado, o Estado recebeu 72 milhões de reais do Programa Nacional de Alimentação Escolar, mas utilizou menos da metade da soma: 34 milhões de reais. A economista do Dieese Anelise Manganelli questionou o alto percentual do recurso que não foi investido. A atitude da administração estadual ainda provocou reclamações de todos os lados, principalmente porque, sem aulas, a merenda foi transformada em cesta básica e muitas famílias deixaram de recebê-la.

Aprovada em primeiro turno a PEC do Plebiscito – A PEC que retira a obrigatoriedade da realização de plebiscito para a venda de Corsan, Banrisul e Procergs foi aprovada em primeiro turno na Assembleia Legislativa. A proposta teve 33 votos favoráveis e 18 contrários. A votação, feita de forma híbrida pela primeira vez em 2021, se deu em uma sessão tensa, ainda com a pressão da base do governo pela retomada das aulas presenciais. Horas antes, o sindicato dos bancários protestou contra a proposta e, em frente à Assembleia, pedindo aos parlamentares para que não aprovassem a PEC. Não adiantou. Por se tratar de uma emenda à Constituição, o texto ainda precisa passar por mais uma apreciação, o que deve ocorrer em 18 de maio.

Matinal participa de reunião da CCJ sobre transparência – Na manhã de ontem, a equipe de reportagem do Matinal acompanhou uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, cuja pauta inicial era a política de transparência adotada pela Prefeitura. O debate se tornou uma oportunidade para a Casa refletir sobre as suas próprias falhas na área, tema de reportagem do Matinal na véspera, que mostrou que a Câmara ignorou cerca de 40% das solicitações feitas pelos cidadãos. Para o presidente da CCJ, Felipe Camozzato (Novo), a Câmara precisa “elevar a régua da transparência”. A reportagem faz parte de uma série de conteúdos produzidos pela redação sobre transparência no poder público e repercutiu bem entre os vereadores e na Secretaria Municipal de Transparência e Controladoria. O titular da pasta, Gustavo Ferenci, elogiou a cobertura do Matinal. “A imprensa cumpre com seu papel quando aponta nossos equívocos. Vocês são a nossa auditoria externa, é importante que cobrem da prefeitura e também da Câmara”.

Outros links:

  • Após 25 anos de funcionamento, o Guion Center poderá encerrar suas atividades a qualquer momento.
  • Vinte e sete PMs do 24º Batalhão de Alvorada foram indiciados em uma investigação que apura crimes como formação de milícia, corrupção e apropriação de dinheiro e bens. O inquérito detalhou a ligação de alguns oficiais com criminosos da cidade.
  • Em busca do desenvolvimento econômico do Extremo-Sul de Porto Alegre, a Prefeitura quer desburocratizar a legislação e atrair empresas para o Parque Industrial da Restinga.
  • O Hospital de Clínicas abriu um processo seletivo para cargos de nível médio e superior. Com inscrições até 24 de maio, o edital do concurso contempla vagas para biólogos, médicos, psicólogos e analistas.
  • A mostra virtual de vídeo-arte do Projeto Ecopoética já começou e reúne performances de coletivos de sete cidades gaúchas. As exibições podem ser acompanhadas pelo perfil da iniciativa no Instagram.
  • Santa Cruz do Sul registrou surto de dengue. O município já teve duas mortes relacionadas à doença e, segundo a prefeitura, 17 pessoas estão internadas com a enfermidade.
  • Os selecionados no auxílio emergencial de Canoas começaram a receber os cartões magnéticos referentes ao programa. Cerca de 5 mil famílias irão receber, por três meses, 200 reais para a aquisição de mantimentos.

Cultura

De Niro paga o alto preço da integridade

Petra Belas Artes à la Carte/Divulgação

Um dos poucos filmes escritos e dirigidos pelo produtor norte-americano Irwin WinklerCulpado por Suspeita (1991), com Robert De Niro, é um dos recentes títulos disponíveis no catálogo da plataforma Petra Belas Artes à la Carte. Misturando personagens reais e fictícios, a história é inspirada na infame lista negra da indústria cinematográfica em Hollywood – uma das consequências do movimento anticomunista conhecido como “macarthismo” nos anos 1950, nos Estados Unidos. Leia a resenha de Roger Lerina.

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Você viu?

Fundada em Porto Alegre no ano de 1971, quando ainda era necessário explicar às pessoas do que se tratava a palavra “ecologia”, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), primeira organização ambientalista do Brasil, completou 50 anos de existência. O atual presidente da ONG, Francisco Milanez, recordou, em entrevista ao Jornal do Comércio, o episódio que tornou a Agapan mundialmente conhecida: em fevereiro de 1975, três estudantes subiram em uma Tipuana que seria derrubada pela prefeitura em frente a Faculdade de Direito da UFRGS, na avenida João Pessoa, em Porto Alegre. O protesto, um tanto quanto inusitado para a época, salvou a árvore e consolidou o ativismo da ONG, que atua ininterruptamente desde sua fundação, com colaboradores totalmente voluntários.

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