Prefeitura mantém tarifa, muda cálculo e diminui repasses à Carris
A tarifa dos ônibus de Porto Alegre vai continuar em 4,80 reais ao menos até o fim de janeiro de 2023. No entanto, o cálculo irá mudar, passando a ser considerado o custo por quilometragem e não mais por passageiro, como é hoje. A chamada “tarifa técnica” deixa de existir.
Bem recebida pela Associação de Transportes de Passageiros, a mudança foi explicada pelo secretário de Mobilidade Urbana, Adão Castro Júnior, que detalhou as medidas a serem aplicadas no transporte público no curto, médio e longo prazo. Num primeiro momento, haverá mais linhas de ônibus e o preço da Área Azul será elevado para ajudar a bancar o sistema.
O aporte federal que era aguardado desde fevereiro passa a ser considerado uma medida de longo prazo – que poderá ser usada para “reduzir a tarifa e custear qualificação”, segundo o Executivo. A estimativa é que o projeto que está para ser votado na Câmara dos Deputados garanta até 70 milhões de reais para Porto Alegre, como forma de bancar a isenção de idosos com mais de 65 anos. O texto, contudo, não tem data para ser analisado na Casa.
Carris perde mais de 35% dos repasses – Conforme a Prefeitura, as mudanças também farão com que o Município reduza a injeção de recursos no sistema, diminuindo de 110 milhões de reais em 2020 para 98 milhões projetados para 2022. Nessa conta, quem mais sofrerá cortes será a Carris, que deverá contar com 41 milhões de reais neste ano, ante os 65 milhões no ano passado. Por outro lado, as concessionárias, que receberam 43 milhões em 2021, vão ter 57 milhões agora.
Especialista comenta “política de enxugar gelo” no combate ao conflito entre facções na Capital
A guerra entre facções em Porto Alegre, que deixou ao menos 25 mortos em um mês, afetando o dia a dia de comunidades periféricas como a Vila Cruzeiro, foi o tema da última live do Matinal Jornalismo, que contou com a participação do jornalista e escritor Renato Dornelles. Acompanhando a trajetória do crime organizado na Capital há 30 anos, ele destacou que essa “batalha” entre grupos criminosos tem origem antiga na guerra de facções, uma disputa com foco no tráfico de drogas. A onda de violência recente nas ruas da Capital, que, segundo a Secretaria Estadual da Segurança, já teria cessado, também é fruto do descaso do Estado, principalmente no que diz respeito à administração da Cadeia Pública, disse Dornelles, que destacou que as polícias fazem o trabalho possível com os investimentos feitos na segurança pública ao aumentar o policiamento nas regiões onde ocorreram as mortes e investigar os líderes, mas que isso é “política de enxugar gelo”: “A guerra volta, o tráfico continua, as facções seguem interessadas em aumentar seu faturamento”. Leia mais sobre a entrevista aqui.
RS em alerta máximo contra a dengue
O Rio Grande do Sul entrou em alerta máximo contra a dengue. A decisão da Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi motivada pelo avanço no número de casos da doença. Em apenas quatro meses, o Estado já contabilizou mais de 10,5 mil infectados, sendo que pouco mais de 9 mil são autóctones. Cinco mortes já foram registradas somente em 2022. No ano passado, considerando os 12 meses, foram reportados 10.157 diagnósticos da doença. Em Porto Alegre há 1,2 mil infecções de dengue, espalhadas em 20 bairros. A situação mais complicada é no Jardim Carvalho, local onde a infestação foi considerada muito alta. A região, inclusive, recebeu a visita de agentes para notificar estabelecimentos e casas com acúmulo de lixo.
Ranolfo deve homologar concessão de rodovias
Apesar da articulação política para que o governo não assine o contrato de concessão de rodovias do Vale do Caí e da Serra, o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) está disposto a homologar o resultado do leilão (🔒). De acordo com a jornalista Rosane de Oliveira, pesa na decisão a credibilidade do Estado em futuros certames e também os investimentos previstos, na ordem de 3,5 bilhões de reais, com a principal parte das obras nos sete primeiros anos. A principal reclamação do grupo que buscou a Assembleia para criticar o leilão é o baixo deságio na praça dos pedágios, o que fará com que as tarifas sejam entre 6,85 e 9,83 reais.
Outros links:
- O governo do RS antecipou a vacinação infantil contra a gripe e o sarampo. A imunização, que começaria em 3 de maio, foi antecipada para a próxima segunda-feira. Uma das justificativas foi a alta procura por atendimentos pediátricos.
- A propósito: operando superlotado, o Hospital de Clínicas pediu aos pais que avaliem alternativas antes de buscar a internação. Em casos mais simples, unidades básicas devem ser procuradas.
- Pela sexta semana consecutiva, o gabinete de crise do governo do RS não emitiu Alerta ou Avisos no Sistema 3As de Monitoramento da covid-19. Nos últimos sete dias, a média móvel de casos confirmados apresentou redução de 18%. A de óbitos está em queda há dois meses.
- Ontem, aliás, as UTIs do RS completaram 10 dias com ocupação inferior a 100 pacientes com covid. Segundo a SES, o número de casos ativos, que chegou perto de 300 mil há três meses, hoje é inferior a 9,5 mil.
- A Sulgás estabeleceu o reajuste do gás natural. Os aumentos, autorizados pela Agergs, variam entre 11,8% a 24,1%.
- O que também subiu o preço do litro da gasolina em Porto Alegre. Dessa vez, o vilão da história é o etanol anidro, que teve reajuste e está na composição do combustível.
- A Câmara de Dirigentes Lojistas projetou o uso de 655 milhões de reais do saque extraordinário do FGTS para pagamento de dívidas no RS. Pesquisa do Serasa indicou que 40% dos inadimplentes pretendem limpar o nome.
- Nesta sexta, antes do segundo turno das eleições na França, Juremir Machado viaja no tempo e recupera uma entrevista que fez com o historiador René Rémond para falar sobre os riscos à democracia.
Carta da Editora
Segurança para denunciar
A Polícia Civil lançou nesta semana um canal exclusivo na Delegacia Online para registro de violência doméstica em todo o Estado. Funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. É mais uma via para facilitar a notificação de qualquer sinal de agressão, assim como o número de WhatsApp (51 98444-0606), criado em 2020.
A cada balanço estatístico divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul sobre crimes de violência contra a mulher as autoridades ressaltam a importância da denúncia. O anonimato é garantido. Ainda assim, quando olhamos os dados de feminicídio no Rio Grande do Sul, a maioria das mulheres mortas não tinha medida protetiva de urgência (MPU), decisão judicial que obriga o afastamento do agressor. Em março, das oito mulheres assassinadas no RS, apenas uma tinha MPU válida. Por que tão pouco?
Leia aqui a coluna completa da editora Marcela Donini.
Cultura
Espetáculo “Prédios Espelhados Matam Passarinhos” reflete sobre o universo do trabalho
O espetáculo Prédios Espelhados Matam Passarinhos, do GRUPOJOGO, volta a ser apresentado no Centro Histórico-Cultural Santa Casa, hoje e sábado, às 20h, em formato híbrido. Com inspiração no mito de Sísifo, a peça reflete sobre as relações de trabalho no mundo contemporâneo. Leia a entrevista do diretor Alexandre Dill e do dramaturgo Gabriel Pontes ao repórter Ricardo Romanoff.
Agenda (🔒)
Hoje
Das 11h às 22h, a Sala Redenção, no Campus Central da UFRGS, exibe programação especial para comemorar seus 35 anos.
Sábado (23/4)
Às 21h, no sábado, e às 19h, no domingo, o Grupo Corpo apresenta os espetáculos Primavera e Gira no Teatro do Sesi.
Domingo (24/4)
Às 17h, o palco d’O Butiá recebe show do Nicola Spolidoro Quarteto.
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Você viu?
Seis meses depois de ficar afastado dos gramados por conta de uma agressão covarde em um jogo da Série A2 do Gauchão, o árbitro Rodrigo Crivellaro voltou a trabalhar e comandou o empate entre Avenida e Pelotas. Crivellaro recebeu o apoio dos familiares, que estavam na arquibancada do Estádio dos Eucaliptos, em Santa Cruz do Sul. O juiz ainda foi homenageado pelo Avenida sendo presenteado com uma cuca e cartas alusivas ao retorno ao trabalho.