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Seguindo em bandeira preta, RS vê mais restrições a caminho

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Seguindo em bandeira preta, RS vê mais restrições a caminho Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

A saída do Rio Grande do Sul da bandeira preta no modelo de distanciamento controlado não se dará no próximo fim de semana. Diante da piora no quadro já gravíssimo no sistema de saúde, há até a possibilidade de se adotar ainda mais medidas restritivas, para tentar frear a transmissão de Covid-19.

Nesta quinta, depois de dois dias em que os leitos de UTI do RS tiveram mais de 100% de ocupação, com quase 3 mil internados em leitos clínicos por causa da Covid-19, o gabinete de crise do Governo do Estado se reúne para analisar a situação. De antemão já se sabe: ela é pior que o quadro da semana passada, com o agravamento da transmissão comunitária da variante P.1 em Porto Alegre, que pode acelerar ainda mais a disseminação do coronavírus.

Apesar de algumas resistências a novos fechamentos, a grave situação faz um número maior de municípios e associações regionais adotarem mais restrições. É o caso do Litoral Norte, onde todas as atividades não essenciais estarão fechadas em 21 das 23 cidades da região. Mesmo farmácias e restaurantes funcionarão, em sua maioria, via telentrega.

Caminho semelhante poderá tomar a região dos vales do Rio Pardo e do Taquari (🔒), a partir de sugestão da prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany (PP), depois de recomendação dos gestores regionais de saúde e dos secretários municipais da região. A decisão será tomada hoje à tarde.

Vacinas – Hoje começa a chegar aos municípios mais uma carga de vacinas contra a Covid-19. Ao todo serão distribuídas 174,8 mil unidades da Coronavac, que serão destinadas à aplicação da segunda dose em pessoas que já receberam a primeira. Desde o início da campanha de vacinação, pouco mais de 496 mil pessoas já iniciaram o processo de imunização contra o coronavírus no RS.


O que mais você precisa saber

Câmara autoriza a Prefeitura a comprar vacinas – Depois de a Assembleia Legislativa autorizar o governo do Estado a adquirir vacinas contra a Covid-19, a Câmara Municipal de Porto Alegre deu o mesmo aval à Prefeitura, ontem à tarde. A pauta das vacinas, por sinal, rendeu uma quarta-feira esperançosa, com a decisão do Governo Federal – com meses de atraso – em comprar os imunizantes da Pfizer e da Janssen, que, se confirmada a transação, devem chegar até dezembro. O aceno do Planalto, no entanto, não deverá fazer com que os governadores e prefeitos desistam de ir ao mercado (🔒) atrás de doses para as próprias populações. “Saudamos a disposição do Ministério da Saúde de fazer as aquisições, mas aguardamos a confirmação dessa compra e, principalmente, o cronograma”, afirmou o governador Eduardo Leite (PSDB), que, a seus pares, sugeriu um esforço diplomático pelas vacinas. Ontem a Prefeitura de São Paulo formalizou intenção de compra de 5 milhões de doses da Janssen, ao passo que municípios gaúchos assinaram interesse na compra da Sputnik V.

PGE vai ao STF contra suspensão de aulas no RS – Depois de a Justiça negar o recurso do Governo do Estado contra a suspensão da volta às aulas presenciais da educação infantil e 1º e 2º anos do ensino fundamental, a Procuradoria-Geral do Estado recorreu ao Supremo Tribunal Federal. O governo alega que há prejuízo no desenvolvimento pedagógico das crianças menores e que são poucos os casos confirmados em alunos, funcionários e professores. Já o desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira, integrante da 4ª Câmara Cível do TJ-RS e autor da decisão de ontem, afirma que “não há margem para experimentar a efetividade destes protocolos sanitários de saúde neste momento tão cruel, principalmente por absoluta ausência de vagas hospitalares na hipótese de eventual maior sobrecarga de pacientes”. A ação que resultou na suspensão do retorno às escolas, deferida no domingo, foi ajuizada pela Associação de Mães e Pais pela Democracia (AMPD) e pelo CPERS/Sindicato. Nesta semana, a presidente da AMPD, Aline Kerber, registrou ocorrência policial na Delegacia de Combate à Intolerância contra mensagens de ódio em redes sociais dirigidas a ela e sua família.

Professores da UFPel que criticaram Bolsonaro são proibidos de se manifestarem politicamente – Um termo de ajustamento de conduta (TAC) suspendeu o processo da CGU contra dois professores da UFPel. Pelo acordo, Pedro Hallal e Eraldo dos Santos Pinheiro estão proibidos de fazer qualquer manifestação política dentro da universidade e também terão de participar de um curso de ética pública. Caso não assinassem o termo, o processo poderia resultar em exoneração. Quem denunciou os professores à CGU foi o deputado federal Bibo Nunes (PSL) depois que os dois acusaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de defender a tortura e ser contra a vacinação para a Covid-19 em uma live sobre a posse da nova reitoria da universidade. O caso é mais um episódio da perseguição do governo Bolsonaro contra as federais. No dia 7 de fevereiro, o MEC enviou um ofício às universidades no qual recomenda que as instituições previnam e punam “atos político-partidários” realizados nos seus espaços. Antes disso, o presidente vinha desrespeitando a autonomia de universidades federais ao não nomear para a reitoria as chapas escolhidas em consultas internas. No caso da UFPel, um acordo interno resultou em uma reitoria compartilhada, driblando o canetaço presidencial e respeitando a decisão do conselho universitário.

Outros links:

  • A liberação de macas das ambulâncias tem demorado pela escassez de leitos clínicos na Capital e, consequentemente, está dificultando a atuação do Samu. As operações têm demorado entre 40 e 50 minutos, além de 1 hora para a desinfecção do veículo.
  • Porto Alegre registrou aumento de 55,3% nos sepultamentos feitos em fevereiro em relação à média do mês nos cinco anos anteriores. 
  • Um servidor do setor de vacinação da unidade de Saúde Modelo foi afastado após denúncia de falsa aplicação de imunizante contra a Covid-19. Ele admitiu que a seringa estava vazia no momento da aplicação.
  • O avanço da pandemia e o esgotamento de recursos humanos levou a Secretaria de Saúde a abrir inscrições para voluntários que possam atuar em instituições no RS. Os cadastrados pela UFCSPA devem atuar em ações de teleorientação sobre a Covid-19.
  • A ocupação do pronto-atendimento da Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre, passou de 530% e a prefeitura orienta pacientes com sintomas leves de Covid-19 a evitarem a unidade de saúde.
  • A cidade de Canoas registrou o aumento de internações de jovens, sem comorbidades. Dos pacientes que estão intubados, cerca de 40% têm entre 20 e 45 anos.
  • Um pedido liminar para que a rede pública de Saúde de São Leopoldo fosse obrigada a adquirir e distribuir o suposto “kit covid” foi negado pela 6ª Turma do TRF4. A decisão do colegiado foi unânime.
  • Bares e restaurantes pediram, por meio de ofício ao governo do Estado e à Prefeitura de Porto Alegre, isenção de impostos municipais e estaduais em meio à pandemia.
  • A General Motors irá suspender a produção de veículos por mais dois meses em Gravataí. A medida foi motivada pela falta de peças para abastecimento da linha e irá se estender até o final de maio.

Cultura

Agenda

Paola Kirst e Lorenzo Flach improvisam com voz, guitarra e efeitos sonoros no projeto Mistura Fina, às 18h30.

Sempre às 20h, de hoje a 7 de março, o Itaú Cultural apresenta espetáculos de teatro e dança que abordam questões identitárias negras e indígenas.

Buscando inspiração em figuras mitológicas femininas, às 21h, estreia a peça virtual Palavras de Mulheres, com direção de Nina da Costa Reis e Carolina Lavigne.

Também às 21h, a compositora Ligia Lazevi é a convidada de live do músico Felipe Azevedo.

E mais.

Veja a agenda completa


Você viu?

A mais recente descoberta de paleontólogos das Universidades Federal do Pampa (Unipampa) e Federal de Santa Maria (UFSM) é um réptil herbívoro, mais antigo que os dinossauros. O crânio fossilizado do Oryporan Insolitus, que na língua Guarani significa “belo sorriso”, foi localizado na cidade de São Francisco de Assis, no Centro do Rio Grande do Sul, em rochas que datam do início do período Triássico. O animal, de pequeno porte, media pouco mais de 30 centímetros. Ele fazia parte do grupo dos procolofonídeos, que se alimentavam de insetos das florestas. Após a extinção em massa, o Oryporan foi obrigado a se reinventar e passou a degustar plantas, sendo o “pioneiro” no vegetarianismo. Segundo os paleontólogos, a nova dieta do réptil foi de extrema importância para a continuidade da espécie em sua época.

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