Reportagem

Secretária da Educação evita se opor a projeto que proíbe linguagem neutra em Porto Alegre

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Secretária da Educação evita se opor a projeto que proíbe linguagem neutra em Porto Alegre Secretária de educação de Porto Alegre, Sônia da Rosa, deixa o cargo | Foto: Fernando Oliveira/Smed PMPA

Titular da Smed defende compra de vagas em escolas privadas para reduzir déficit no ensino infantil e se mostrou a favor de implantar escola cívico-militar na Capital

A secretária municipal de Educação de Porto Alegre, Sônia da Rosa, evitou se opor ao projeto que veda a utilização da linguagem neutra em escolas da rede pública da Capital – o texto, aprovado no início de maio, aguarda sanção do prefeito Sebastião Melo (MDB). Entrevistada pelos jornalistas Tiago Medina e Juremir Machado da Silva, em live do Matinal nesta quarta-feira, ela ressaltou que as escolas já têm uma base (a Base Nacional Comum Curricular) e um currículo que precisam ser cumpridos.

Embora entenda a discussão como relevante, a secretária afirmou que há outras maneiras de inclusão no ambiente escolar: “Existem diferentes formas de inclusão, não só esta. E temos de olhar para uma maneira de incluir o estudante de verdade, com respeito”, afirmou ela, que é pedagoga de formação e mestre e doutora em Educação.  

Titular da Smed desde março, ela tem como um de seus primeiros desafios encontrar uma solução para as mais de 5,8 mil crianças que estão sem vaga no Ensino Infantil na Capital. Uma das ações ressaltadas foi a compra de vagas em escolas privadas e o fomento para que elas ampliem seu horário de atendimento. Ela lembrou que o déficit, mesmo que alto, já foi ainda maior antes da pandemia – em 2019, segundo ela, era mais de 7 mil alunos nessa situação. “Não podemos normalizar essa situação”, disse. O acesso à educação infantil, além de tornar a cidade uma “referência em experiências de aprendizagem”, é uma das duas principais metas de sua gestão, conforme citou.

Na entrevista, Rosa ainda defendeu o método das escolas cívico-militares – durante sua gestão como secretária da Educação de Canoas, o município da Região Metropolitana recebeu uma dessas escolas, cuja iniciativa é da gestão do governo Bolsonaro no Ministério da Educação. Ela assegurou que não se trata de uma “intervenção pedagógica” nesses ambientes. “A gente precisa desmistificar e deixar claro que a escola cívico-militar é regrada pelas normas da secretaria.”

Ressaltando que a população é livre para optar ou não em matricular as crianças nessas escolas, ela contou que, quando deixou a secretaria em Canoas, havia fila de pais interessados em colocar seus filhos na unidade em questão. De acordo com ela, existem estudos para a implementação de uma escola cívico-militar na Capital, mas “nada efetivamente já articulado” até o momento. Porto Alegre foi contemplada com a implantação de uma escola do tipo para 2022, mas na rede estadual.

Rosa também comentou sobre a denúncia sobre a precarização da merenda escolar em Porto Alegre e disse que se há algum problema, trata-se de algo pontual. Após a live, a secretaria encaminhou a seguinte nota ao Matinal: “A Smed, por meio da Unidade de Alimentação Escolar, leva muito a sério o seu trabalho e executa com muita responsabilidade o PNAE em Porto Alegre. Em nenhum momento deixou de enviar alimentos para as escolas. Pontualmente são necessárias adequações de cardápio de acordo com o contexto de cada escola ou por imprevistos, como atrasos de entrega, por exemplo. Estamos sempre à disposição para qualquer esclarecimento”.

• Assista à entrevista

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