Primeira fase do Censo entregará dados sobre infraestruturas das cidades já em 2022
Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios poderá servir de base para direcionamento de investimentos estruturais das cidades
Iniciada nesta semana e com previsão de durar até 12 de julho, a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, do IBGE, servirá de apoio às administrações municipais para definir prioridades estruturais das cidades. Os dados serão entregues ainda neste ano, juntamente com os primeiros resultados do Censo 2022, cujas entrevistas começam em 40 dias.
O questionário a ser preenchido contempla a capacidade da via, se ela é pavimentada ou não, se conta equipamentos para iluminação, escoamento de água, além de verificar se possui paradas de ônibus e sinalização para bicicletas – será, aliás, a primeira vez que as condições para o modal serão investigadas.
Os dados das calçadas também são observados e levam em conta a presença de obstáculos e acessibilidade, como rampa para cadeirantes. Os supervisores censitários ainda coletarão dados a respeito da arborização. Para o IBGE, a pesquisa está alinhada com o monitoramento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 da ONU: “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.
“Essa pesquisa vai buscar informações nas áreas urbanas de todos os municípios do país sobre acesso a equipamentos para cada face de quarteirão”, explicou o coordenador do Censo no RS, Luís Eduardo Azevedo Puchalski. Por face, o IBGE considera cada lado da rua de um quarteirão – segundo o instituto, são mais de 10 milhões de faces de quadras em todo o País.
A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios será realizada pela segunda vez – a primeira foi no Censo de 2010. Ela é feita por supervisores do Censo em vez dos agentes, que são aqueles que visitarão os domicílios. Não são feitas entrevistas durante o seu processo. Em Porto Alegre, cerca de 180 pessoas sairão às ruas para fazer o levantamento.
De acordo com o IBGE, a atual edição da pesquisa, diferentemente da primeira, ainda irá avançar nos chamados aglomerados subnormais, como favelas, baixadas, invasões, entre outras. “Será muito importante para saber quais as prioridades, onde precisa investir, qual a população que fica mais distante do transporte público”, destacou Puchalski.
Antes de serem entregues às autoridades públicas, os resultados servirão como base para o Censo, por meio da atualização de mapas.
Assista à entrevista de Luís Eduardo Puchalski ao Matinal: