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Porto Alegre registrou apenas três dias sem mortes por covid em 2021

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Porto Alegre registrou apenas três dias sem mortes por covid em 2021 Foto: Divulgação / HCPA

Com dados esperançosos, Capital vislumbra mais dias sem reportes de óbitos relacionados ao coronavírus após espera por marca superar os 460 dias

No início desta semana, uma notícia surgiu como uma luz no fim do túnel em meio à pandemia. O estado de São Paulo, pela primeira vez desde o início do registro das mortes por covid-19, não havia computado nenhum óbito novo relacionado à doença. Vindo do maior estado do Brasil, trata-se de um dado alentador e esperançoso.

Porto Alegre já pôde comemorar três dias sem mortes por covid. O primeiro foi no último 27 de setembro. A marca encerrou uma trágica sequência de 464 dias consecutivos com pelo menos uma vida perdida para o coronavírus – no pior momento, em março deste ano, eram dezenas de perdas diárias. Em outubro foram outros dois dias – 6 e 8 – sem o registro de mortes provocadas pelo Sars-Cov-2. Como são datas relativamente próximas, ainda pode haver uma atualização da base.

Em 27 de setembro de 2021, Porto Alegre já havia disponibilizado a vacinação a adolescentes a partir de 12 anos. Nesta data, idosos com 70 anos ou mais que tinham recebido a segunda dose em março já podiam estar tomando a dose de reforço, assim como imunosuprimidos com o esquema completo até 30 de agosto. Hoje já foram mais de 2,3 milhões de doses aplicadas na população, entre primeira, segunda e o reforço. 

Atualmente, 95,1% do público vacinável – formado por pessoas a partir de 12 anos – tomou ao menos uma dose, enquanto 83,3% tem o esquema vacinal completo na cidade. Além disso, cerca de 157,2 mil pessoas, o que corresponde a mais de 10% dos moradores, recebeu a aplicação de reforço.

Um dado que pode indicar que mais dias sem mortes estão próximos vem dos hospitais. Há cerca de 20 dias, o total de pacientes com covid em leitos de UTI na Capital voltou a recuar, após cerca de dois meses estabilizado. Esta quarta-feira, 10 de novembro de 2021, inicia com 105 internados, mas esse número chegou a baixar de 100 em duas oportunidades neste mês. Desde junho do ano passado, basicamente quando o contingente de atendidos em UTI entrou na casa da centena, que Porto Alegre não tem uma sequência de dias com menos de 100 pacientes em terapia intensiva em razão do coronavírus.

O Matinal analisou os dados disponibilizados pela Secretaria Municipal da Saúde até 5 de novembro, quando, até então, havia 5.729 mortes de residentes da Capital contabilizadas. Até 9 de novembro, o total de vítimas já tinha subido para 5.741 em Porto Alegre.

RS está há 525 dias reportando mortes por covid

Em nível estadual, o Rio Grande do Sul ainda não alcançou o “dia zero”. De 313 dias no ano até ontem, foram 313 dias com mortes causadas pela covid no Estado. A última vez que ninguém faleceu após ter contraído o coronavírus em solo gaúcho foi no já distante 20 de abril do ano passado – 525 dias atrás.

A queda recente na média de óbitos pode até levar o RS a ter em breve um dia sem morte alguma relacionada ao coronavírus. Só que mesmo se isso acontecer por agora não significará que a pandemia terá chegado ao fim: “É esperado que, com o avanço da vacina, haja uma redução do número e eventualmente pode haver dias sem registros de óbitos, mas isso ainda é fruto do acaso e não uma tendência de longo prazo”, apontou a professora da UFRGS e integrante do Comitê Científico gaúcho de apoio ao enfrentamento da pandemia do Governo do RS, Suzi Camey.

“A média móvel de óbitos ainda é muito alta para esperarmos ter uma sequência de dias sem óbitos”, complementou. De acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a média de mortes no Estado nessa terça-feira foi de 25. O índice é o mesmo de 17 de agosto, quando passou a haver certa estabilidade neste número. Desde então, a maior média foi de 26 e a menor de 9, segundo o Conass.

A média móvel de casos, igualmente estabilizada dentro de uma faixa entre aproximadamente 650 e 1,3 mil, também se mantém num patamar semelhante desde agosto. Esses dados, assim como a persistência na quantidade de pacientes em UTI no Estado, sugerem que a pandemia caminha para se tornar uma endemia, conforme especialistas afirmaram à reportagem do Matinal no mês passado. Na época, a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Cynthia Bastos, disse que, até chegar lá, os dados vão baixar mais. “A endemia acontece com casos baixos, em um nível que é capaz de ser monitorado”.

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