Professores lamentam fechamento de cursos de pós-graduação da Unisinos
Reprodução
Os pesquisadores Jairo Ferreira e Márcia Barbosa participaram de live promovida pelo Matinal nesta quarta-feira
A Universidade do Vale do Sinos (Unisinos) anunciou, na semana passada, o fechamento de 12 dos seus 26 Programas de Pós-graduação (PPGs). A justificativa dada pela instituição foi a queda no número de matrículas, além da perda de repasses públicos. Entre os cursos que serão encerrados, está o programa de Comunicação, único da lista avaliado pela Capes com nota 6. Também serão descontinuados os cursos de Arquitetura, Biologia, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Economia, Enfermagem, Engenharia Mecânica, Geologia, História, Linguística Aplicada e Psicologia.
Para comentar a decisão da instituição e o contexto nacional de desmonte da pesquisa no Brasil, o Matinal promoveu uma live nesta quarta-feira. Jairo Ferreira, professor e pós-doutor em comunicação pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina), as perdas simbólicas para a Unisinos e para a pesquisa são imensas. “A Unisinos ganhou uma expressão internacional. É só ver o número de pesquisadores e entidades internacionais de comunicação manifestando sua solidariedade”, comentou o pesquisador, que faz parte do Grupo de Pesquisa CNPq – Epistecom & Midiatização e Processos Sociais da Unisinos.
Os cortes da Unisinos não são um evento isolado. Em um artigo publicado na revista piauí, a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, lembrou que o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) vem caindo consideravelmente desde 2016, e de 2018 para 2021, sofreu queda de 9 bilhões de reais para menos de 3 bilhões.
No âmbito das universidades federais, os cortes colocam em xeque não só a assistência estudantil como também a continuidade das aulas. Márcia Barbosa, professora do Instituto de Física da UFRGS e ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências, destacou que “apenas os maus economistas” pensam que é uma boa ideia cortar investimentos na educação. “Quem está lá administrando Harvard, MIT, Stanford, UCLA e Oxford não pensa assim. Eles entendem que esse mérito construído a partir da pós graduação respinga não só na formação como no carimbo que seu diploma recebe. A desconstrução que vem sendo feita será impossível de retomar.”
Assista ao vídeo na íntegra:
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