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Qual o intervalo ideal entre as aplicações da vacina? Posso tomar a segunda dose de uma fabricante diferente? Tire dúvidas sobre a imunização contra a Covid-19

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Qual o intervalo ideal entre as aplicações da vacina? Posso tomar a segunda dose de uma fabricante diferente? Tire dúvidas sobre a imunização contra a Covid-19 Foto: Alex Rocha/PMPA

Conteúdo atualizado no dia 13 de julho. Novas atualizações serão feitas conforme o avanço do esquema vacinal.

Para tentar ajudar a sanar algumas das principais dúvidas sobre a vacinação, o Matinal Jornalismo procurou autoridades sanitárias e especialistas*. Veja as respostas abaixo.

Se você tem dúvidas, envie para [email protected].

Quanto tempo depois da primeira dose da vacina é preciso tomar a segunda?

A Coronavac tem intervalo entre 21 a 28 dias entre a 1ª e a  2ª dose, não tendo qualquer problema vacinar alguns dias depois desse prazo, desde que seja concluído o esquema vacinal. Na vacina de Oxford/AstraZeneca, Porto Alegre passou a adotar o intervalo de 10 semanas entre as duas aplicações.

Também é possível agendar a aplicação da segunda dose de AstraZeneca pelo aplicativo 156+POA. O serviço está disponível das 10h às 19h nas unidades Nossa Senhora de Belém, Belém Novo e Rubem Berta. Já o agendamento da primeira dose está disponível exclusivamente para pessoas com 36 anos ou mais nas unidades de saúde Morro Santana, Tristeza e São Carlos. O serviço é oferecido das 18h às 21h.

No caso da Pfizer, Porto Alegre passou a adotar a partir de 15 de junho o intervalo de 12 semanas (3 meses) entre as aplicações da 1ª e 2ª dose, e não mais o de 21 dias conforme o indicado pela farmacêutica. 

Moradores que receberam a primeira dose até 14 de junho e ainda não completaram o esquema vacinal, podem agendar a segunda aplicação pelo aplicativo 156+POA para as UBS’s Bananeiras, Diretor Pestana, Primeiro de Maio e Rubem Berta. Também é possível agendar pelo Whasatpp da Atenção Primária em Saúde em (51) 3289-2715.

Quais são as comorbidades que estão sendo vacinadas?

A lista de comorbidades que entram nesta etapa da vacinação em Porto Alegre está neste link.

Quais casos de hipertensão entram no grupo de comorbidades? Como comprovar a doença?

Entram no grupo de comorbidades pessoas com hipertensão arterial resistente e que fazem uso de mais de três medicamentos para controle. Para comprovação deve ser utilizada receita médica que contenha a indicação de no mínimo três grupos:

Grupo 1: Captopril, Enalapril, entre outros

Grupo 2: Propranolol, Atenolol, Metroprolol

Grupo 3: Anlodipino

Grupo 4: Losartana

Grupo 5: Hidroclorotiazida, Moduretic, Clortalidona

E no caso dos asmáticos? Como comprovar a doença?

No caso de pacientes asmáticos, estão dentro do grupo de comorbidades pacientes com asma grave que fazem com uso de medicamento contínuo e corticoide via oral recorrente (prednisona) ou que possuam histórico de internação (permanência no hospital devido à asma ou necessidade de UTI devido à doença). Para comprovar, são aceitos resultados de espirometria com laudo de doença obstrutiva moderada ou grave ou laudo médico.

O que acontece se a segunda dose atrasar?

A eficácia completa de cada imunizante é garantida se as vacinas forem aplicadas de acordo com os intervalos estipulados por cada fabricante. Se houver atraso – por falta de estoque ou motivo particular –, a imunização conquistada com a primeira aplicação não será perdida. Mas, para garantir o máximo de proteção, a recomendação é procurar pela segunda dose assim que possível.

Quais reações posso ter após me vacinar com a Oxford/Astrazeneca?

A bula do imunizante indica os seguintes sintomas como comuns (que podem afetar mais de um em cada dez pacientes): 

Sensação de indisposição de forma geral, de cansaço (fadiga), febril, calafrios, enjoos, dor de cabeça, nas articulações ou muscular. 

Além disso, na região onde a injeção é aplicada também são considerados comuns a sensibilidade, dor, sensação de calor, vermelhidão, coceira, inchaço ou hematoma (manchas roxas).

Quais são as reações à vacina da Pfizer e em quantos dias após a segunda aplicação eu estarei imune?

Na bula do imunizante está registrado como muito comum (10% dos pacientes) as seguintes reações: dor e inchaço no local de injeção, cansaço, dor de cabeça, diarreia, dor muscular, dor nas articulações, calafrios e febre. Como reações comuns (1% a 10% dos pacientes), vermelhidão no local de injeção, náusea e vômito. 

O documento também indica que a proteção ocorre a partir de sete dias após a aplicação da segunda dose.

Quais são as reações da vacina da Janssen?

No site do fabricante, a Johnson&Johnson lista como reações principais: dor de cabeça, sensação de muito cansaço, dores musculares, náusea, febre. Além disso, no local da aplicação pode haver dor, vermelhidão na pele e inchaço.

Em quanto tempo após me vacinar com a Janssen estarei protegido?

A vacina da Janssen, de dose única, atinge a imunização total 28 dias após a aplicação. 

Como funciona a vacina da Janssen?

Assim como as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, a vacina da Janssen pertence aos imunizantes de terceira geração. No caso da Janssen e da Oxford, que são vacinas vetorizadas, o vírus é utilizado de maneira enfraquecida na fórmula, que transporta esses genes virais para dentro das células, promovendo a imunização.

Gestantes podem se vacinar?

Sim. Gestantes em Porto Alegre estão sendo imunizadas somente com a vacina da Pfizer. A aplicação está ocorrendo em mulheres grávidas e puérperas (que estão no período de até 45 dias após o parto) com comorbidades mediante a apresentação da carteira da gestante. Caso não haja nenhuma comorbidade, é preciso que haja uma indicação médica por escrito para a vacinação. 

As pessoas serão chamadas aos postos de saúde quando for a hora da segunda dose?

A princípio não. Cada indivíduo é responsável por ficar atento à data de aplicação da primeira dose e ao calendário de imunização, e procurar os postos de saúde quando chegar o prazo para a segunda dose. Mas atenção: a falta de estoque da Coronavac registrada em maio está atrasando a segunda aplicação. Antes de se dirigir aos locais de vacinação, informe-se sobre a disponibilidade do imunizante de cada fabricante. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pede para que a população fique tranquila que todos devem receber a segunda dose da vacina, mesmo se houver atraso em alguns casos.

Como será a aplicação da segunda dose para quem não pode se deslocar até o posto de vacinação, como pessoas acamadas ou residentes de asilos?

O processo de vacinação domiciliar é bem mais demorado do que os demais. Todos os idosos acamados que receberam a primeira dose serão vacinados com a segunda de acordo com a programação das equipes volantes da SMS. Sobre o prazo, o ideal é que seja feita a aplicação da segunda dose no intervalo de 21 a 28 dias no caso da CoronaVac, mas, como explicado anteriormente, não há contraindicação para aplicação posterior. De acordo com orientação da Secretaria Estadual de Saúde, o importante é tomar as duas doses.

Descobri que a minha faixa etária já foi vacinada, ou seja, perdi meu período de vacinação. Ainda posso me vacinar? 

Sim. Basta procurar os locais onde está sendo oferecida vacinação. Os locais de vacinação são informados diariamente no site da prefeitura.

É possível tomar a primeira dose de uma farmacêutica e a segunda de outra?

Não. A vacinação deve ser completada com a mesma vacina. No caso de ocorrer a vacinação de cada dose com imunizantes diferentes, a orientação é informar o ocorrido no e-SUS Notifica e acompanhar possíveis reações adversas. Nesses casos, as pessoas não serão consideradas devidamente imunizadas, mas também não é recomendado que façam mais aplicações de vacinas. Como o começo do período de vacinação ainda é recente, não há dados suficientes sobre quais os efeitos dessa vacinação incoerente. Por isso é fundamental levar a carteirinha de vacinação no dia da segunda dose e estar atento às novidades publicadas pelas autoridades sanitárias. 

Quais são os possíveis efeitos colaterais mais comuns e como diferenciar de uma contaminação?

Os efeitos colaterais mais comuns são semelhantes ao de outras vacinas. Além de dor e vermelhidão no local da aplicação, pode haver febre e mal-estar. A diferença para a contaminação com a Covid é a progressão dos sintomas. Uma febre de vacina pode durar até dois dias, mas se permanecer por mais tempo, busque assistência médica. É normal ter sintomas colaterais.

Onde devo buscar ajuda se tiver uma reação adversa da vacina? Devo informar algum órgão público sobre possíveis reações?

Volte ao local onde fez a aplicação em caso de dúvida. Se foi em drive-thru, procure uma unidade de saúde.

Depois da segunda dose, já é possível parar de usar máscara e de respeitar os protocolos da pandemia?

Não. Nenhuma vacina é 100% eficaz e o vírus ainda está em circulação intensa e sofrendo mutações constantes. Apenas quando uma parte muito significativa da população tiver sido totalmente imunizada e os números de novas infecções caírem drasticamente é que poderemos aliviar os protocolos de segurança, mesmo para os já imunizados. 

O que acontece se uma pessoa for diagnosticada com Covid-19 depois da primeira dose da vacina? Poderá tomar a segunda? 

A orientação é de que a pessoa que testar positivo para o coronavírus depois da primeira dose deve esperar pelo menos 28 dias após considerada curada para, então, receber a segunda dose. 

Se eu já tive Covid-19 preciso me vacinar?

Sim. Como não se sabe quanto tempo dura a imunização natural gerada pela doença e há vários casos de reinfecção relatados, quando chegar a sua hora será necessário se vacinar independente de já ter tido Covid-19. É importante ressaltar, entretanto, que a vacina só poderá ser aplicada pelo menos 28 dias depois do período de infecção.

Quem pode entrar nesta fila da xepa (sobra de vacina)? Como me candidato para fazer parte desta fila? 

Não existe fila da “xepa”. Caso haja sobra no local da aplicação, os responsáveis pela vacinação podem buscar pessoas que estão em grupos prioritários. As equipes estão orientadas a abrir os frascos conforme observam a quantidade de pessoas a serem vacinadas no local, prevenindo assim a abertura desnecessária de imunizantes.

Quem tomar a primeira dose na xepa tem garantida a segunda dose?

Quem recebeu a primeira dose em sobras terá direito à segunda. Mas pode haver atrasos, como vem acontecendo mesmo com quem tomou a primeira dentro do esquema vacinal.

Como está a vacinação para indígenas que vivem em aldeias e quilombolas?

A Secretaria Municipal da Saúde informa que já foi concluída a imunização em indígenas que vivem em aldeias e em populações quilombolas na Capital.

Quais os critérios para vacinar cuidadores de idosos? Mesmo os cuidadores de idosos que não estão acamados podem receber as doses? Os cuidadores devem morar com os idosos para entrarem no grupo de vacinação?

Cuidadores de idosos acamados foram vacinados junto dos idosos, na proporção de um cuidador por idoso. Como categoria, não há previsão no Plano Nacional de Imunização. A prefeitura informa que a orientação é vacinar apenas os cuidadores de idosos acamados.

Há previsão de vacinar com prioridade trabalhadores da linha frente de outras áreas, como coveiros, agentes funerários e caixas de supermercado? 

Agentes funerários começaram a ser vacinados em 9 de abril. Não há previsão para vacinação de caixas de supermercados – esses profissionais só serão vacinados se fizeram parte dos grupos prioritários por idade ou comorbidade. 

E os trabalhadores da limpeza urbana, como lixeiros e catadores de lixo? Eles podem ser considerados parte da linha de frente e receber a vacina?

Eles não estão incluídos no Plano Nacional de Vacinação.

Tomei a vacina contra a Covid. Preciso tomar a vacina contra a gripe?

Sim. A vacina contra a Covid não protege contra o vírus comum da gripe. A orientação da Secretaria de Saúde de Porto Alegre é que haja um intervalo de 14 dias entre as duas vacinas e que seja dada prioridade para a imunização contra a Covid. 

Moradores de rua podem se vacinar pela idade? Se sim, como comprovar residência? Se não, qual a previsão desse grupo na fila? Como a SMS está vacinando a população que não possui documentação? A Fasc e a SMS estão trabalhando em conjunto para atender essa comunidade?

Estão elencados no Plano Nacional de Vacinação. De acordo com o documento, a recomendação para vacinação é “autodeclarada e (para) aquelas que se encontram em unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória”.

Respostas para outras dúvidas podem ser encontradas no site da Sociedade Brasileira de Imunizações.

* Fontes consultadas: Sociedade Brasileira de Imunizações, Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde, além de Paulo Eduardo Brandão, virologista e professor da Universidade de São Paulo (USP), e Natália Pasternak, doutora em microbiologia e diretora do Instituto Questão de Ciência.

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