Um importante setor da economia brasileira será atingido pela crise desencadeada pelo coronavírus: as igrejas neopentecostais. Multidões aterrorizadas pelo demônio viral fugirão espavoridas. Qual será o destino dos obreiros, pastores e bispos? Os templos estarão à míngua. Certamente o governo entrará em negociações com esse setor tal como já começa a conversar com os planos de saúde. Esses remeterão os corpos ao SUS, a não ser que sejam ressarcidos pelos cofres públicos, pois julgam o coronavírus um peso aos negócios. Aí tem-se uma janela de oportunidades em um negócio já declinante nos últimos anos. Mas o que fazer com as almas? Não poderiam essas começar a duvidar da eficácia do deus Mercado? Óleos santos, vassouras ungidas, lenços umedecidos pelo suor do sovaco de algum pastor mostram pouca eficácia, em que pese a injustiça do MP investigar as boas intenções de um pastor que achava que o óleo santo poderia afastar o vírus. Uma alma abnegada, que não compreendeu a gravidade do momento imposta por mão demoníaca. Nem sempre se pode remover vírus com óleos, suor santo ou varrê-lo. Acho que o gabinete de crise, dirigido pelo Gal. Heleno, deve dar atenção às almas e encontrar uma solução condizente à preservação desse setor, que mostrou sua importância nos últimos anos preservando a paz social, além de corajosamente empreender em tempos difíceis. Carlos R. Winckler, sociólogo. Pesquisador da FEE, professor universitário. Aposentado
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