Entre o fascínio e a falta: imagens e repertórios afetivos
Acompanhar hipnotizada as imagens da queda do muro de Berlim na televisão é minha primeira memória midiática, tão intensa que me recordo ainda da sensação de fascínio absoluto ao ver as pessoas subindo no muro e derrubando-o, embora não entendesse direito o que acontecia, embora tivesse apenas sete anos na época e embora tenham se passado mais de 30 anos desde então. Uma experiência mediada exclusivamente pela televisão e desprovida de uma dimensão de presença, mas intensa o suficiente para tornar Berlim a cidade que ocupou meu imaginário de forma tão acachapante a ponto de se tornar o lugar que eu mais desejei conhecer na vida, o que só foi possível em 2014. Esperei ansiosamente durante 25 anos.
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