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Cláudia Laitano: A palavra é… ALT-RIGHT

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Cláudia Laitano: A palavra é… ALT-RIGHT Esta seção da revista Parêntese, assinada pela jornalista Cláudia Laitano, garimpa palavras e expressões que estão dando o que falar (ou escrever).  “Este é o playbook da alt-right, dizer coisas que esticam a corda ao máximo, se a corda rebentar, é dizer que foi uma brincadeira e voltar à estaca zero.” (@serr_o no Twitter) DEFINIÇÃO: Abreviação do termo “direita alternativa”, a alt-right é um movimento surgido nos Estados Unidos que encampa ideias como supremacismo branco, antissemitismo e combate à imigração. O pesquisador Matthew N. Lyons definiu a alt-right como “um movimento de extrema-direita fracamente organizado que compartilha um desprezo pelo multiculturalismo liberal e pelo conservadorismo convencional; uma crença de que algumas pessoas são inerentemente superiores a outras; uma forte presença na Internet e adoção de elementos específicos da cultura on-line; e uma autoapresentação como sendo nova, moderna e irreverente “. ORIGEM:  O termo “alt-right” foi usado pela primeira vez, em novembro de 2008, pelo filósofo “paleoconservador” Paul Gottfried, apresentando ao clube H. L. Mencken aquilo que ele definia como “direita alternativa”. QUEM USOU: “Desde suas técnicas de comunicação até cacoetes como a obsessão pelas Cruzadas e os gritinhos de ‘Deus vult!’, o modelo dos ideólogos bolsonaristas é a franja radical conhecida nos Estados Unidos como alt-right. Uma constelação heterogênea de grupos e figuras públicas traficando um coquetel insalubre de supremacismo branco, misoginia e, sim, flertes com o nazismo, a alt-right ficou conhecida internacionalmente por seu engajamento na campanha presidencial de Donald Trump – em quem viu, mais do que um aliado, um veículo para propagar suas ideias. (…) Além das crenças extremas, a diferença da alt-right para o conservadorismo mainstream está em seu domínio instintivo da comunicação em tempos de redes sociais, clickbait e economia da atenção.” (Rodrigo Nunes, Folha de S. Paulo, 21 de janeiro de 2020) Parafraseando um clássico do The Who, The Kids are Alright (1965), a banda de punk-rock Bad Religion lançou em 2018 a música The Kids Are Alt-Right, que fala sobre os jovens que “usam ferramentas novas para impulsos antigos que não conseguimos sequer entender”. Confira a letra e o clipe aqui: https://www.letras.mus.br/bad-religion/the-kids-are-alt-right/ Cláudia Laitano é jornalista, com especialização em Economia da Cultura. É mestranda em Literatura pela UFRGS, com pesquisa sobre Carlos Reverbel. É autora de “Agora eu era” e “Meus livros, meus filmes e tudo o mais”, ambos pela L&PM.

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Esta seção da revista Parêntese, assinada pela jornalista Cláudia Laitano, garimpa palavras e expressões que estão dando o que falar (ou escrever).  “Este é o playbook da alt-right, dizer coisas que esticam a corda ao máximo, se a corda rebentar, é dizer que foi uma brincadeira e voltar à estaca zero.” (@serr_o no Twitter) DEFINIÇÃO: Abreviação do termo “direita alternativa”, a alt-right é um movimento surgido nos Estados Unidos que encampa ideias como supremacismo branco, antissemitismo e combate à imigração. O pesquisador Matthew N. Lyons definiu a alt-right como “um movimento de extrema-direita fracamente organizado que compartilha um desprezo pelo multiculturalismo liberal e pelo conservadorismo convencional; uma crença de que algumas pessoas são inerentemente superiores a outras; uma forte presença na Internet e adoção de elementos específicos da cultura on-line; e uma autoapresentação como sendo nova, moderna e irreverente “. ORIGEM:  O termo “alt-right” foi usado pela primeira vez, em novembro de 2008, pelo filósofo “paleoconservador” Paul Gottfried, apresentando ao clube H. L. Mencken aquilo que ele definia como “direita alternativa”. QUEM USOU: “Desde suas técnicas de comunicação até cacoetes como a obsessão pelas Cruzadas e os gritinhos de ‘Deus vult!’, o modelo dos ideólogos bolsonaristas é a franja radical conhecida nos Estados Unidos como alt-right. Uma constelação heterogênea de grupos e figuras públicas traficando um coquetel insalubre de supremacismo branco, misoginia e, sim, flertes com o nazismo, a alt-right ficou conhecida internacionalmente por seu engajamento na campanha presidencial de Donald Trump – em quem viu, mais do que um aliado, um veículo para propagar suas ideias. (…) Além das crenças extremas, a diferença da alt-right para o conservadorismo mainstream está em seu domínio instintivo da comunicação em tempos de redes sociais, clickbait e economia da atenção.” (Rodrigo Nunes, Folha de S. Paulo, 21 de janeiro de 2020) Parafraseando um clássico do The Who, The Kids are Alright (1965), a banda de punk-rock Bad Religion lançou em 2018 a música The Kids Are Alt-Right, que fala sobre os jovens que “usam ferramentas novas para impulsos antigos que não conseguimos sequer entender”. Confira a letra e o clipe aqui: https://www.letras.mus.br/bad-religion/the-kids-are-alt-right/ Cláudia Laitano é jornalista, com especialização em Economia da Cultura. É mestranda em Literatura pela UFRGS, com pesquisa sobre Carlos Reverbel. É autora de “Agora eu era” e “Meus livros, meus filmes e tudo o mais”, ambos pela L&PM.

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