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Com restrições duras, Bagé controlou surto de coronavírus em dois meses

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Com restrições duras, Bagé controlou surto de coronavírus em dois meses
Cidade chegou a ser o segundo maior foco de contágio do Estado, mas conseguiu achatar a curva de transmissão Santa Casa de Caridade de Bagé é referência na região para atendimento de pacientes com sintomas da Covid-19. (Crédito: Acervo Santa Casa) Sílvia Lisboa e Juan Ortiz Em dois meses, Bagé viveu dois extremos na crise do coronavírus. Na metade de março, o município de 120 mil habitantes no sudoeste do Rio Grande do Sul era o segundo com maior número de casos da Covid-19 do Estado, atrás apenas de Porto Alegre. Na taxa proporcional à população, porém, Bagé estava pior: eram 19,8 infectados a cada 100 mil habitantes contra 16,8 a cada 100 mil na Capital. Mas, pelo dia 25 de maio, a Rainha da Fronteira passou a figurar na 32ª posição estadual, com todos os 35 casos positivos recuperados, 21 em avaliação e nenhuma morte. É consenso entre prefeito, especialistas em saúde e moradores que a fórmula para o controle da pior pandemia em um século, que quase turvou o destino do município, foi a rápida adoção das medidas de contenção. No dia 19 de março, Bagé decretou estado de calamidade pública e implementou duras medidas de isolamento social. “Acho que esse foi nosso segredo: a rapidez”, concorda a pneumologista Flávia Marzola, porta-voz da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), que reúne os municípios de Bagé, Aceguá, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul. A história de como o município conseguiu driblar o vírus também tem seu componente singular. O foco local de contágio da Covid-19, que surgiu na China e se espalhou pelo mundo a partir da Europa, teve início dentro de um hospital. O médico ortopedista Jorge Moussa, provedor da Santa Casa de Caridade, principal referência em saúde da região, chegou infectado de uma viagem de férias no Rio de Janeiro. Na sexta-feira, 13 de março, realizou reuniões com vários funcionários em um esforço de planejamento de como lidar com a pandemia. No final de semana, Moussa e o administrador do hospital, Raul Antônio Ramos Vallandro, sentiram-se mal. Atentos, fizeram os testes da Covid-19 e aguardaram em casa os resultados. Quando chegou o exame positivo de ambos, em 19 de março, quase uma semana depois, Moussa já estava em uma UTI de Porto Alegre; e Vallandro, com sintomas mais leves, em quarentena doméstica. Um dia depois, o prefeito emitiu um dos decretos mais rigorosos para frear a disseminação do coronavírus: fechou o comércio, proibiu a visitação em lares de idosos e impôs toque de recolher às 22h. Burlar as medidas de isolamento obrigatórias também ficou caro: multa de R$ 900 a R$ 50 mil para quem desrespeitasse as medidas. “Bagé desenvolveu um sistema de controle chamado ‘cinturão de monitoramento’. Todas as vacinas são aplicadas em casa, fazemos desinfecção das paradas e dos ônibus no final de cada de linha, adotamos o uso obrigatório de máscara para toda e qualquer atividade”, detalhou o prefeito Divaldo Lara. A prefeitura distribuiu máscaras para a população, colocou “totens” de […]

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