Crônica

Alto lá!

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Alto lá!

Afinal, a conduta do atual presidente é pautada pelos valores dos militares e/ou policiais militares que ele tanto diz representar?  

Esta pergunta assombra-nos desde sua posse na presidência da república, à qual foi conduzida num processo que por si só mereceria uma análise separada, porém já feita por dezenas de estudiosos, jornalistas, políticos, juristas e parte da população que, todos chocados, assistem seus impropérios incompatíveis com o tamanho do cargo que exerce. 

Como militares e policiais militares, desde o primeiro dia de ingresso nas corporações nos é imposta uma conduta elegante, discreta e em acordo com as regras de boa convivência “intra” e “extra corporis”. Estes princípios uma vez infringidos, são passíveis da acusação de crimes específicos, responsabilizações disciplinares sérias e até a expulsão sumária. Perseguimos então um elevado padrão moral, justamente porque devemos proceder como funcionários públicos especiais, dos quais é exigido o risco da própria vida em prol da sociedade. 

Sendo assim, nos é estranho que uma pessoa com a conduta do atual presidente no exercício do cargo — recheada de grosserias verbais, indelicadezas, ignorâncias, preconceitos e na desinformação — busque apoio em nossa imagem. 

Como cultuadores da verdade, da boa educação, da disciplina intelectual, da ciência, da discrição, da convivência com o contraditório; cada atitude intempestiva, agressiva, indiscreta e deselegante do presidente nos enche de vergonha e tristeza.  

Temos vergonha da tentativa de associação conosco dessa imagem errada de “militar”.  Ficamos tristes porque assim alimentam-se preconceitos com os militares e policiais militares, especialmente por parte de seus detratores. Afinal, diante da complexidade de uma avaliação, a tendência do senso comum é o nivelamento por baixo. 

Nada é mais oposto de nós que o imaginário do presidente. Estamos longe da perfeição, mas, pelo menos, não cultuamos a falta de educação. 

Resta lamentar que um “ex-militar” indisciplinado e que foi julgado indigno de permanecer no cargo de oficial por seus próprios colegas, continue buscando se vincular à instituição contra a qual atentou gravemente. 

Finalmente, enganam-se alguns de seus apoiadores que talvez imaginem que haja aqui um interesse escuso. A verdade é que estamos cansados do comportamento do presidente e, embora haja quem o julgue “folclórico”, a imensa maioria de nós o ignora silenciosamente, envergonhados do seu péssimo exemplo de liderança!


Fernando Alberto Grillo Moreira – Coronel da reserva da Brigada Militar

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