Crônica

Nice e Marselha

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Nice e Marselha

Depois de três voos cancelados, sendo dois no mesmo dia, o último eu já na sala de embarque, aí um ônibus por 7 horas, desce no meio do caminho, perde o ônibus seguinte, compra nova passagem, viagem de 7 horas (cansou? Imagina eu), eis que cheguei a Nice. E eu não sabia se tava viva ou morta, porque era um paraíso, a dúvida era se na Terra ou no céu. Mas era na Terra. Meu deus, que lugar.

Eu fiquei tentando acreditar, depois entender, como que podia existir um azul daquele do mar de Nice. Depois eu aceitei, que assim a beleza doía menos. Que cidade. Esqueci todo o perrengue da viagem. Que gente simpática, que se esforçava no inglês, no espanhol, até num Google tradutor pra me dizer algumas coisas em português, aceitando meu francês de merda sem ficar me corrigindo 45 vezes em vez de trazer logo minha comida, minha bebida, que em Paris é assim, tu fala “oui” e eles “no, no, oui”, aí tu “oui” e eles “no, oui! Oui!”, até que eles concluem que teu problema não tem solução porque tu simplesmente não é parisiense e então JAMÉ falará o francês corretamente. Mas Nice não. Uma receptividade condizente com o deslumbre que é o lugar.

Não conseguia ficar sem dar uma passada na praia todos os dias. Uma praia bosta, sim, não tem areia, são pedras, PEDRAS na beira do mar. Mas faz de conta que eu não contei isso, Nice merece que se passem todos os panos possíveis pra ela. Vale cada milímetro. Só aconselho caminhar pelo calçadão, não exatamente na beira da praia, porque aquelas pedras dão uma complicada.

Sempre andando de dia, pois sozinha num país estranho, melhor não arriscar, vai saber. Mas peguei muita confiança em Nice e fui à noite procurar um lugar legal pra comer, não mais o sanduíche noturno dentro do quarto de hotel. Olhei aquele restaurante ali, simplesmente não gostei da cara das pessoas. Eram as faces do inferno de Dante, o que houve com a Nice diurna?

[Continua...]

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