Crônica

Paris, mais um pouco

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Paris, mais um pouco

Eu não ia detalhar minha ida a museus, mas diante da mentira de vocês resolvi falar sim. Então foi o seguinte, chovia muitíssimo em Paris e eu tranquila, afinal ia pra dentro de museu e tinha ingresso antecipado, com horário marcado, era chegar e entrar. Só que não. O pátio do Louvre é igualzinho à 25 de Março de São Paulo, uma muvuca. O meu horário marcado ficou pra 45 minutos depois, tempo que fiquei na fila debaixo da minha sombrinha e molhando os pés que era uma beleza. Fora o vendaval. Aliás, tinha um casal de chineses atrás de mim que simplesmente grudava na minha pessoa, uma hora dei uma guarda-chuvada neles, joguei assim minha sombrinha pra trás, aí eles mantiveram a distância segura para não serem mais agredidos. Prudentes.

Então entrei na maior má vontade no Louvre, sabendo que nem que a vaca tossisse eu ia conseguir ver tudo, claro que andei o máximo possível, fui ver se tinha um pessoal que eu conhecia, outros artistas que me chamaram atenção e eu nunca tinha ouvido falar, mas se tavam ali deviam ser importantes, enfim. Porém resolvi focar nos meus objetivos de cair dura pra trás de emoção, que era ver de perto a Monalisa, a Vênus de Milo e o Davi do Michelangelo. Vi a Monalisa, vi a Vênus e não vi o Davi porque o rapaz não mora na França, e sim na Itália, o que só descobri dentro do Louvre. No Google.

Mas a mentira de vocês: “A Monalisa é um quadro bem pequeninho”. Gente, é um quadro normal, não é pequeninho. Quando se fala em grande obra, não é em tamanho, mas em qualidade. Sério mesmo que vocês queriam uma parede inteira de Monalisa? Pede pro Diego Rivera então, que tava sempre montado nas escadas fazendo os picho dele. O Leonardo tinha mais o que fazer, dissecar cadáver, o homem vitruviano, ele tem até projeto de bicicleta lá na idade das cavernas, mas não, vocês queriam que ele ficasse fazendo uma obra imensa com a cara debochada de uma Gioconda qualquer, faz favor. Tá ótimo o tamanho, muito obrigada, Leonardo, eu fiquei muito emocionada. Fiz até selfie com a Mona.

A Vênus de Milo foi um desbunde também, eu era paralítica vidrada naquela estátua e em toda a história, só acho que a gente tinha que ter o direito de tocar nas tetas dela igual pode fazer em Verona com a Julieta, que é pra ter sorte no amor, afinal, né, tamos aí precisando, já que desde que cheguei nenhum francês se apresentou. Só o recepcionista do hotel, que no auge dos seus cerca de 85 anos todo dia me diz que tô trés jollie e me prepara um café.

[Continua...]

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