Uma prisioneira no júri do prêmio literário
No centro penitenciário feminino de Rennes (França), uma condenada se tornou parte do júri de um prêmio literário anual de romances contemporâneos*. A notícia saiu no jornal Ouest-France em 22 de fevereiro e conta como Cassandra (nome ficcional) conseguiu uma nova perspectiva de mundo se dedicando à leitura enquanto cumpre uma longa pena.
Com uma notícia dessas é inevitável se perguntar sobre esse tipo de reconstrução acompanhada da presença dos livros. Cassandra não alcançou o posto de jurada sem antes percorrer um caminho de longa dedicação. Dez anos se passaram na prisão, período em que buscou encontrar uma alternativa para a solidão, uma maneira de levar o pensamento para longe do lugar onde ela está. E para isso é preciso muita força para não olhar para o crime cometido no passado: “Eu quero esquecer. Avançar”.
Cassandra tem mais que a leitura na sua rotina. Ela trabalha no ateliê de confecções de roupas do centro penitenciário, estuda para obter um diploma técnico superior e ainda tem uma atividade remunerada na biblioteca da prisão. Recebe € 3,49 por hora. “Um posto de confiança”, segundo a direção.
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