Revista Parêntese

Editorial 29: Alegria isolada

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Editorial 29: Alegria isolada O cara acorda de bom humor em plena pandemia e pensa: bá, mas que bom que existe internet, smartphone, esses aplicativos todos de reunião!  Não é? Foi o que me aconteceu esses dias. Exatamente assim.  Por um momento considerei a hipótese (talvez estivesse sonhando com isso) de não haver esses inventos. Como seria encarar esse isolamento interminável sem eles?  A conta resulta em pavor: sem reuniões de trabalho nem aulas das crianças. Informação do mundo só pelo rádio, jornal e revista em papel, tevê. E telefone, com muita linha cruzada. (Jovens, procurem saber. Às vezes era divertido.) As alegrias da quarentena podem ser exemplificadas na iniciativa do cineasta Carlos Gerbase: ele reviu sua vida escrita, desde os tempos de adolescente, e inventou uma Usina de Reciclagem de suas criações – agora, tudo está à mostra, para quem se interessar.  Foi numa conversa com o Gerbase que eu soube da ideia. Ele me indagou sobre preocupações bem típicas de nossos dias: o que fazer com textos escritos 30 ou 40 anos atrás, que hoje podem soar preconceituosos? Do papo entre nós dois nasceram quatro Emendas para uma Constituição da República da Arte, que aqui oferecemos aos leitores. A reportagem traz que o parecer feito por médicos contraria a OMS e sugere que presos estão mais protegidos da Covid-19 em cadeias do que fora delas. As fotos da semana são de Léo Silva, um fotógrafo em busca de almas. No material da parceira Plantabaja, um brevíssimo inventário sobre o que entra nas nossas casas na pandemia. Esta semana estreia sua colaboração conosco um dos grandes da ilustração brasileira, Eloar Guazzelli Filho. Gaúcho, há anos radicado em São Paulo, tem uma extensa história como artista. Um gosto que ele esteja conosco aqui. Ao lado dele, nossa já conhecida Graziela Fonseca.  Na entrevista, Roberto Jardim conversou com o jornalista Mário Magalhães, que já passou por várias redações de primeira linha no país e assina dois livros que tiveram impacto, sendo um deles a biografia de Marighella. Hoje dedicado a finalizar uma nova biografia, de um monstro da história brasileira da Guerra Fria, ele contou das dificuldades e maravilhas de seu trabalho.  Seguimos com o capítulo 4 da trajetória de Jonas Pasteleiro, obra de Rafael Escobar. Ele entra em cena ao lado de três cronistas da casa – José Falero, Ana Marson e Nathallia Protazio: Falero heroico, Ana Marson debochada, Nathallia cansada. O ensaio de André Boucinhas traça um paralelo incômodo entre o final dos anos 60 e nossos dias. Arthur de Faria ingressa no tempo das jazz bands e Cláudia Laitano esmiúça o sentido da necropolítica, palavrinha nova, também incômoda. Jandiro Koch oferece mais uma visita a uma linda velharia de sua biblioteca, e Théo Amon aclimata Baudelaire a Porto Alegre.  Luis Augusto Fischer

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O cara acorda de bom humor em plena pandemia e pensa: bá, mas que bom que existe internet, smartphone, esses aplicativos todos de reunião!  Não é? Foi o que me aconteceu esses dias. Exatamente assim.  Por um momento considerei a hipótese (talvez estivesse sonhando com isso) de não haver esses inventos. Como seria encarar esse isolamento interminável sem eles?  A conta resulta em pavor: sem reuniões de trabalho nem aulas das crianças. Informação do mundo só pelo rádio, jornal e revista em papel, tevê. E telefone, com muita linha cruzada. (Jovens, procurem saber. Às vezes era divertido.) As alegrias da quarentena podem ser exemplificadas na iniciativa do cineasta Carlos Gerbase: ele reviu sua vida escrita, desde os tempos de adolescente, e inventou uma Usina de Reciclagem de suas criações – agora, tudo está à mostra, para quem se interessar.  Foi numa conversa com o Gerbase que eu soube da ideia. Ele me indagou sobre preocupações bem típicas de nossos dias: o que fazer com textos escritos 30 ou 40 anos atrás, que hoje podem soar preconceituosos? Do papo entre nós dois nasceram quatro Emendas para uma Constituição da República da Arte, que aqui oferecemos aos leitores. A reportagem traz que o parecer feito por médicos contraria a OMS e sugere que presos estão mais protegidos da Covid-19 em cadeias do que fora delas. As fotos da semana são de Léo Silva, um fotógrafo em busca de almas. No material da parceira Plantabaja, um brevíssimo inventário sobre o que entra nas nossas casas na pandemia. Esta semana estreia sua colaboração conosco um dos grandes da ilustração brasileira, Eloar Guazzelli Filho. Gaúcho, há anos radicado em São Paulo, tem uma extensa história como artista. Um gosto que ele esteja conosco aqui. Ao lado dele, nossa já conhecida Graziela Fonseca.  Na entrevista, Roberto Jardim conversou com o jornalista Mário Magalhães, que já passou por várias redações de primeira linha no país e assina dois livros que tiveram impacto, sendo um deles a biografia de Marighella. Hoje dedicado a finalizar uma nova biografia, de um monstro da história brasileira da Guerra Fria, ele contou das dificuldades e maravilhas de seu trabalho.  Seguimos com o capítulo 4 da trajetória de Jonas Pasteleiro, obra de Rafael Escobar. Ele entra em cena ao lado de três cronistas da casa – José Falero, Ana Marson e Nathallia Protazio: Falero heroico, Ana Marson debochada, Nathallia cansada. O ensaio de André Boucinhas traça um paralelo incômodo entre o final dos anos 60 e nossos dias. Arthur de Faria ingressa no tempo das jazz bands e Cláudia Laitano esmiúça o sentido da necropolítica, palavrinha nova, também incômoda. Jandiro Koch oferece mais uma visita a uma linda velharia de sua biblioteca, e Théo Amon aclimata Baudelaire a Porto Alegre.  Luis Augusto Fischer

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