Revista Parêntese

Editorial 33: O que está no mapa

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Editorial 33: O que está no mapa Cafua está no dicionário: antro, lugar escuro, isolado; habitação rústica. Cafundó também: lugar de difícil acesso, remoto, escuro; tem até um familiar ao brasileiro, o cafundó do Judas. Cafuncho não está no dicionário. Origem obscura: uma possível matriz banto tem sido descartada. Foi no Beco dos Cafunchos que José Falero encontrou as irmãs Stefani e Paula. O que essas mulheres têm feito pela vida, a delas, a de outras e a da comunidade, quase não está no mapa – para ser exato, está no limite do mapa de Porto Alegre com Viamão. Uma história que dá gosto de conhecer, e talvez dê uma certa vergonha reflexa em todos nós, os leitores, por motivos compreensíveis. Falta tanto a fazer no país. Mas temos o Gil, que em seu aniversário recente ganhou uma festa de dar gosto. Viu? Então veja, ou reveja. Gil é um dos bons sábios vivos da civilização brasileira. Qualquer dúvida, vamos ouvi-lo de novo e de novo. Na edição 33, ele é caricaturado com um carinho de dar gosto pelo Alisson Affonso.  Um par sutil é formado pelo ensaio fotográfico, da Caroline Moraes, com as traduções de haicais pela Lígia Petrucci. Conhecer os outros lados do mundo sempre enriquece, quando a alma não é mesquinha. A entrevista dá voz a uma rara pessoa: o licenciado em Letras Rodrigo Mohr Picon, mais conhecido como Coronel Mohr, nada menos que o atual Comandante Geral da Brigada Militar. Um leitor sério, numa posição meio inesperada. Um alento.  Nosso “Jonas Pasteleiro” está na última curva da pista. Rodrigo Breunig apresenta um segundo passeio pelas personagens leitoras que aparecem nos contos de Machado de Assis. Eduardo Vicentini de Medeiros, filósofo que escreve para gente comum, passeia pela visão de Tomás de Aquino sobre o casamento, um regramento ainda hoje vivo.  Seguindo em nossa viagem pelos mistérios parciais de Porto Alegre, desta vez Gunter Axt nos conduz ao saboroso mundo dos restaurantes, bares e cafés dos anos iniciais do século 20. Fazemos ainda, com as palavras de Francisco Marshall, uma homenagem a um de nossos mortos recentes, o professor Cirne Lima: reverenciar quem se vai nos torna mais sensíveis, mais inteligentes, mais humanos. Arthur de Faria conta da chegada do microfone na área, e Cláudia Laitano explica o “consequencialismo”.  Nathallia Protazio mergulha num dos abismos da memória, aquele que nos liga a pessoas ao mesmo tempo próximas e remotas, neste caso um pai, o pai. Dois ensaios de primeira necessidade completam a escalação do número 33: Luiz Mauricio Azevedo evoca a figura do professor Sílvio Almeida, intelectual fino a tratar de tema duro e povoado de arestas, o racismo estrutural, enquanto Vitor Necchi entra na roda do debate sobre preconceito de gênero, que se esconde (e se mostra) em toda parte, até em elaboradas críticas ao poder proto-totalitário. Luís Augusto Fischer

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Cafua está no dicionário: antro, lugar escuro, isolado; habitação rústica. Cafundó também: lugar de difícil acesso, remoto, escuro; tem até um familiar ao brasileiro, o cafundó do Judas. Cafuncho não está no dicionário. Origem obscura: uma possível matriz banto tem sido descartada. Foi no Beco dos Cafunchos que José Falero encontrou as irmãs Stefani e Paula. O que essas mulheres têm feito pela vida, a delas, a de outras e a da comunidade, quase não está no mapa – para ser exato, está no limite do mapa de Porto Alegre com Viamão. Uma história que dá gosto de conhecer, e talvez dê uma certa vergonha reflexa em todos nós, os leitores, por motivos compreensíveis. Falta tanto a fazer no país. Mas temos o Gil, que em seu aniversário recente ganhou uma festa de dar gosto. Viu? Então veja, ou reveja. Gil é um dos bons sábios vivos da civilização brasileira. Qualquer dúvida, vamos ouvi-lo de novo e de novo. Na edição 33, ele é caricaturado com um carinho de dar gosto pelo Alisson Affonso.  Um par sutil é formado pelo ensaio fotográfico, da Caroline Moraes, com as traduções de haicais pela Lígia Petrucci. Conhecer os outros lados do mundo sempre enriquece, quando a alma não é mesquinha. A entrevista dá voz a uma rara pessoa: o licenciado em Letras Rodrigo Mohr Picon, mais conhecido como Coronel Mohr, nada menos que o atual Comandante Geral da Brigada Militar. Um leitor sério, numa posição meio inesperada. Um alento.  Nosso “Jonas Pasteleiro” está na última curva da pista. Rodrigo Breunig apresenta um segundo passeio pelas personagens leitoras que aparecem nos contos de Machado de Assis. Eduardo Vicentini de Medeiros, filósofo que escreve para gente comum, passeia pela visão de Tomás de Aquino sobre o casamento, um regramento ainda hoje vivo.  Seguindo em nossa viagem pelos mistérios parciais de Porto Alegre, desta vez Gunter Axt nos conduz ao saboroso mundo dos restaurantes, bares e cafés dos anos iniciais do século 20. Fazemos ainda, com as palavras de Francisco Marshall, uma homenagem a um de nossos mortos recentes, o professor Cirne Lima: reverenciar quem se vai nos torna mais sensíveis, mais inteligentes, mais humanos. Arthur de Faria conta da chegada do microfone na área, e Cláudia Laitano explica o “consequencialismo”.  Nathallia Protazio mergulha num dos abismos da memória, aquele que nos liga a pessoas ao mesmo tempo próximas e remotas, neste caso um pai, o pai. Dois ensaios de primeira necessidade completam a escalação do número 33: Luiz Mauricio Azevedo evoca a figura do professor Sílvio Almeida, intelectual fino a tratar de tema duro e povoado de arestas, o racismo estrutural, enquanto Vitor Necchi entra na roda do debate sobre preconceito de gênero, que se esconde (e se mostra) em toda parte, até em elaboradas críticas ao poder proto-totalitário. Luís Augusto Fischer

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