Revista Parêntese

Editorial: Parêntese 15

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Editorial: Parêntese 15 Caros assinantes, chegamos ao número 15 da Parêntese. Se fosse uma ou duas gerações atrás, faria sentido dizer que estamos vivendo como debutantes, que aos 15 anos eram “apresentadas para a sociedade”.  Mas quanta água rolou entre isso e os nossos dias! E que boas essas águas! Nada contra uma festa de 15 anos, nem de 13 ou 17: festa é festa. Mas tudo contra a fantasia de que aos 15 anos a jovem estaria já disponível para o mercado do casamento. Entre o baile de debutantes à moda antiga e o nosso tempo, o que ocorreu?  Uma nova rodada do feminismo. A luta de um século atrás, pelo direito ao voto e ao trabalho, foi sucedida por uma série de outras batalhas, pelo direito ao estudo superior, ao prazer, ao controle sobre o próprio corpo.  Sem ilusões: ainda há muita coisa a mudar, muita diferença a fazer, em muitos níveis e latitudes. Aos seus 15 primeiros números, Parêntese saúda essa trajetória e pede passagem para uma voz feminina de valor exponencial – Elza Soares.  Uma mulher saída do miolo da pobreza, nas lonjuras da periferia social, que passou por provações inacreditáveis, chega aos 90 anos cantando e, com sua voz, representando todo um jeito de ser mulher.  Parêntese chegou à breve mas significativa conversa com a grande cantora por meio do Luciano Mello, colaborador e amigo, a quem agradecemos.   Outro centro gravitacional deste número é um tanto inesperado, inclusive para nós. Semana passada transcorreu o centenário de nascimento de um best-seller brasileiro quase esquecido, José Mauro de Vasconcellos. Mobilizamos alguns amigos e ajudamos a dar à luz três lindos depoimentos de leitura, da Laura Backes, do Guto Leite e o Alexis Cortés.  Inconformados com o exílio a que está relegado o carnaval em Porto Alegre, entramos na avenida fake do Porto Seco de mãos dadas com o Jackson Raymundo, que repassa os sambas-enredo das escolas daqui que neste fim-de-semana disputam, com talento e instinto de sobrevivência, o certame local. Os cronistas do 15 são o José Falero, sempre agudo no relato das agruras da vida, e um convidado especial, o Euclides Bitelo, jornalista agora fazedor de pão. Completa o conjunto de relatos o perfil de Luiz Carlos Maciel, grande jornalista, já falecido, desenhado por Márcio Pinheiro. Nas seções habituais, vamos com Cláudia Laitano explicando a palavra “biscoiteiro”, com Arthur de Faria avançando na história da música em Porto Alegre (agora apresentando o maestro Mendanha), com Diego Lops e seu inigualável dicionário de palavras inexistentes, com a resenha de Úrsula, o impressionante romance de Maria Firmina dos Reis, por Jandiro Koch. Pablo Aguiar relata, em seus quadrinhos, uma nova conversa de rua, enquanto Marco Nedeff faz uma verdadeira reportagem em imagens, com o Índio das Facas. E a reportagem da semana visita uma história de glória e terror, conhecida há duas gerações no Rio Grande do Sul: a soja. Foi com ela nos bolsos que muitas levas de nascidos no estado começaram a subir na geografia do país, alastrando-se […]

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Caros assinantes, chegamos ao número 15 da Parêntese. Se fosse uma ou duas gerações atrás, faria sentido dizer que estamos vivendo como debutantes, que aos 15 anos eram “apresentadas para a sociedade”.  Mas quanta água rolou entre isso e os nossos dias! E que boas essas águas! Nada contra uma festa de 15 anos, nem de 13 ou 17: festa é festa. Mas tudo contra a fantasia de que aos 15 anos a jovem estaria já disponível para o mercado do casamento. Entre o baile de debutantes à moda antiga e o nosso tempo, o que ocorreu?  Uma nova rodada do feminismo. A luta de um século atrás, pelo direito ao voto e ao trabalho, foi sucedida por uma série de outras batalhas, pelo direito ao estudo superior, ao prazer, ao controle sobre o próprio corpo.  Sem ilusões: ainda há muita coisa a mudar, muita diferença a fazer, em muitos níveis e latitudes. Aos seus 15 primeiros números, Parêntese saúda essa trajetória e pede passagem para uma voz feminina de valor exponencial – Elza Soares.  Uma mulher saída do miolo da pobreza, nas lonjuras da periferia social, que passou por provações inacreditáveis, chega aos 90 anos cantando e, com sua voz, representando todo um jeito de ser mulher.  Parêntese chegou à breve mas significativa conversa com a grande cantora por meio do Luciano Mello, colaborador e amigo, a quem agradecemos.   Outro centro gravitacional deste número é um tanto inesperado, inclusive para nós. Semana passada transcorreu o centenário de nascimento de um best-seller brasileiro quase esquecido, José Mauro de Vasconcellos. Mobilizamos alguns amigos e ajudamos a dar à luz três lindos depoimentos de leitura, da Laura Backes, do Guto Leite e o Alexis Cortés.  Inconformados com o exílio a que está relegado o carnaval em Porto Alegre, entramos na avenida fake do Porto Seco de mãos dadas com o Jackson Raymundo, que repassa os sambas-enredo das escolas daqui que neste fim-de-semana disputam, com talento e instinto de sobrevivência, o certame local. Os cronistas do 15 são o José Falero, sempre agudo no relato das agruras da vida, e um convidado especial, o Euclides Bitelo, jornalista agora fazedor de pão. Completa o conjunto de relatos o perfil de Luiz Carlos Maciel, grande jornalista, já falecido, desenhado por Márcio Pinheiro. Nas seções habituais, vamos com Cláudia Laitano explicando a palavra “biscoiteiro”, com Arthur de Faria avançando na história da música em Porto Alegre (agora apresentando o maestro Mendanha), com Diego Lops e seu inigualável dicionário de palavras inexistentes, com a resenha de Úrsula, o impressionante romance de Maria Firmina dos Reis, por Jandiro Koch. Pablo Aguiar relata, em seus quadrinhos, uma nova conversa de rua, enquanto Marco Nedeff faz uma verdadeira reportagem em imagens, com o Índio das Facas. E a reportagem da semana visita uma história de glória e terror, conhecida há duas gerações no Rio Grande do Sul: a soja. Foi com ela nos bolsos que muitas levas de nascidos no estado começaram a subir na geografia do país, alastrando-se […]

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