Parêntese #194: Tempos

Após dias de tensões climáticas, a chuva finalmente parece dar uma trégua. Com a agonia que vivemos nos últimos dias, é urgente refletirmos sobre a forma como crescemos enquanto cidade e sociedade – a propósito, em nossa edição especial sobre o clima, em julho, Marcelo Träsel vislumbrou o cenário de uma Porto Alegre 3º C mais quente.  Na news de hoje também daremos uma trégua e não falaremos do clima, mas sim sobre tempos de vida, de espera e de mudanças. Boas histórias, do mundo real e da ficção. Este ano, o Instituto de Artes da UFRGS celebra os 80 anos da fundação do seu edifício principal, na Rua Senhor dos Passos. Camilo da Rosa Simões, professor de violino da instituição, entrevistou Francisco Paulo Gomes, cuja história pessoal mistura-se com a história do instituto. Técnico administrativo do IA, Chico Gomes provavelmente é a pessoa que passou mais horas no prédio desde sua inauguração.  Cristiano Fretta narra uma ida ao postão da Vila Cruzeiro no segundo capítulo da saga sobre um dedo quebrado quando não se tem plano de saúde. E já que Fretta vai acompanhado do livro Mas em que mundo tu vive?, de José Falero, trouxemos também uma resenha de Homero Araújo sobre a coletânea de crônicas publicada em 2021 pelo autor de Os supridores.  Em clima levemente futurista, o protagonista do conto de Rodrigo Valdez visita a Feira do Livro de 2030, situada dentro das portas vigiadas – e vigilantes – de um shopping center.  Também trazemos o primeiro texto dos Cadernos de Viagem de Antônio Villeroy, que trocou o Brasil por Portugal e nos conta um pouco sobre as mudanças e relações entre os países – assunto que reverbera na crônica desta semana de Luís Augusto Fischer. Entre um artigo do jornal argentino e as eleições presidenciais no país vizinho, Fischer traz reflexões a partir de um encontro com o artista brasileiro Denilson Baniwa. Para fechar, Juremir Machado da Silva apresenta dois poemas sobre a vida e a morte da poesia.