Parêntese #197: aborto | guerras | nacionalismo | feira do livro e mais

A edição de hoje traz um relato forte, corajoso e sensível sobre aborto. O texto de Tatiana Reckziegel não é apenas sobre uma decisão, ter ou não ter um filho, mas sim sobre ser mulher e passar por coisas que um homem jamais entenderá. É um tema delicado e complexo que segue sendo tabu para grande parte da nossa sociedade.
Enquanto aguardamos que o julgamento pela descriminalização da interrupção voluntária da gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação seja retomado pelo Supremo Tribunal Federal – interrompido, diga-se de passagem, a pedido de um homem –, entendemos que é fundamental falar sobre o assunto – as razões, os meios, os perigos envolvidos e as desigualdades enfrentadas pelas mulheres brasileiras quando se deparam com a necessidade ou o desejo de fazer um aborto.
Não é fácil se expor e contar a sua história, mas esse movimento encoraja outras mulheres a compartilharem suas experiências. Queremos ser um espaço seguro, que leva essa discussão a mais pessoas – se você tiver uma história e quiser relatá-la, escreva para a gente.
Dito isso, pulamos para textos que trazem questões de outra ordem, mas igualmente importantes. Ana Boff de Godoy apresenta um ensaio sobre os conflitos e catástrofes em curso no mundo. “Até quando vamos seguir nos matando uns aos outros, levantando muros e explodindo pontes?”, pergunta a professora do departamento de Educação e Humanidades da UFCSPA.
Luís Augusto Fischer conta sobre o nacionalismo estadunidense e uma cena um tanto chocante, vivida em um colégio público de Princeton. Ainda na fila da espera do postão da Cruzeiro, lendo José Falero, o personagem da crônica de Cristiano Fretta começa a refletir sobre sua posição de homem branco. Às vésperas da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, que começa na próxima sexta-feira (27/10), Paulo Damin escreve sobre um reencontro místico que ocorreu na Praça da Alfândega, em meio aos livros. Juremir Machado da Silva, propõe uma reflexão sobre a passagem do tempo.
Para trazer um ingrediente a mais nos debates da nossa edição mensal, Ana Marson escreve uma crônica, como sempre bem-humorada, sobre as oficinas de escrita.