Entrevista | Parêntese

Encarando todas, sem perder o tom

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Encarando todas, sem perder o tom Tânia Carvalho conta sua trajetória, desde a infância até sua vida como apresentadora de televisão, passando pelos bastidores do Teatro Oficina e do Cinema Novo durante a ditadura militar Foram 40 anos no ar – entre março de 1972, quando estreou meio por acaso no Jornal da Almoço, a 2012, quando saiu, meio contra à vontade, da TVCOM. Tempo mais do que suficiente para que um apresentador ganhe uma dimensão muito maior do que as emissoras e os programas em que trabalhou, deixando uma marca permanente na história da televisão e na memória dos telespectadores.   Faço parte de uma geração que cresceu vendo Tânia Carvalho na tevê, entrevistando todo mundo que merecia ser entrevistado e cavando seu espaço entre “os deles e os delas da TV Globo” para falar um rasgado e orgulhoso porto-alegrês. Tânia era como uma tia querida, uma vizinha, uma amiga da minha mãe – ao mesmo tempo em que era tão famosa quanto é possível ser famosa, e familiar, em Porto Alegre. Tânia é, e sempre foi, de casa. Das nossas casas. Em 2010, já veterana no jornal, fui parar na bancada do Café TVCOM, ao lado de Tânia e Tatata Pimentel (1938 – 2012), as verdadeiras estrelas do programa. Juntos, no ar, os dois eram muito bons, mas nos bastidores, com as câmeras desligadas, eles eram simplesmente terríveis. A melhor parte do programa, logo percebi, era pegar carona com a Tânia na volta, saindo de algum café da cidade onde tínhamos ido gravar. Ela e Tatata na frente, conversando, e eu atrás, espectadora privilegiada de um talk show que passava em revista o lado B da vida cultural e mundana de Porto Alegre dos últimos 50 anos. Quem eles não conheceram? Quem não entrevistaram? De quem não tinham uma história saborosa – e impublicável – para contar?  Tânia Carvalho saiu da tevê, mas seus fãs (ou seja, boa parte dos gaúchos) continuam falando com ela na rua. Abraçam, beijam, pedem foto. Isso, claro, até o início da pandemia. Com os cabelos agora naturalmente brancos, dividindo o dia a dia de recolhimento com o marido, Felicinho (o médico Felicíssimo Medeiros dos Santos, com quem está casada há 38 anos), e vendo de longe os filhos, Fabiano (do casamento com o ator Geraldo D’El Rey) e Diogo, e os netos, Marina, Bernardo e Francisco, Tânia não vê a hora de voltar a distribuir beijos e abraços sem medo de ser feliz. Para todos. Conversamos com ela, eu e o Luís Augusto Fischer, no início do mês passado – via zoom e no nosso melhor porto-alegrês. Né, guris? Cláudia Laitano  Em Nova Iorque, depois do espetáculo SLEEP NO MORE. (Foto: acervo pessoal) Parêntese – Como tu estás enfrentando a quarentena? Tânia Carvalho – Fui olhar aqui agora. Há 77 dias que eu não saio de casa. Desde 13 de março, dia dos 15 anos da minha neta. Tivemos um pequeno encontro aqui em casa e nunca mais saí. Mas eu adoro ficar na minha casa. Tenho mexido nos […]

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Tânia Carvalho conta sua trajetória, desde a infância até sua vida como apresentadora de televisão, passando pelos bastidores do Teatro Oficina e do Cinema Novo durante a ditadura militar Foram 40 anos no ar – entre março de 1972, quando estreou meio por acaso no Jornal da Almoço, a 2012, quando saiu, meio contra à vontade, da TVCOM. Tempo mais do que suficiente para que um apresentador ganhe uma dimensão muito maior do que as emissoras e os programas em que trabalhou, deixando uma marca permanente na história da televisão e na memória dos telespectadores.   Faço parte de uma geração que cresceu vendo Tânia Carvalho na tevê, entrevistando todo mundo que merecia ser entrevistado e cavando seu espaço entre “os deles e os delas da TV Globo” para falar um rasgado e orgulhoso porto-alegrês. Tânia era como uma tia querida, uma vizinha, uma amiga da minha mãe – ao mesmo tempo em que era tão famosa quanto é possível ser famosa, e familiar, em Porto Alegre. Tânia é, e sempre foi, de casa. Das nossas casas. Em 2010, já veterana no jornal, fui parar na bancada do Café TVCOM, ao lado de Tânia e Tatata Pimentel (1938 – 2012), as verdadeiras estrelas do programa. Juntos, no ar, os dois eram muito bons, mas nos bastidores, com as câmeras desligadas, eles eram simplesmente terríveis. A melhor parte do programa, logo percebi, era pegar carona com a Tânia na volta, saindo de algum café da cidade onde tínhamos ido gravar. Ela e Tatata na frente, conversando, e eu atrás, espectadora privilegiada de um talk show que passava em revista o lado B da vida cultural e mundana de Porto Alegre dos últimos 50 anos. Quem eles não conheceram? Quem não entrevistaram? De quem não tinham uma história saborosa – e impublicável – para contar?  Tânia Carvalho saiu da tevê, mas seus fãs (ou seja, boa parte dos gaúchos) continuam falando com ela na rua. Abraçam, beijam, pedem foto. Isso, claro, até o início da pandemia. Com os cabelos agora naturalmente brancos, dividindo o dia a dia de recolhimento com o marido, Felicinho (o médico Felicíssimo Medeiros dos Santos, com quem está casada há 38 anos), e vendo de longe os filhos, Fabiano (do casamento com o ator Geraldo D’El Rey) e Diogo, e os netos, Marina, Bernardo e Francisco, Tânia não vê a hora de voltar a distribuir beijos e abraços sem medo de ser feliz. Para todos. Conversamos com ela, eu e o Luís Augusto Fischer, no início do mês passado – via zoom e no nosso melhor porto-alegrês. Né, guris? Cláudia Laitano  Em Nova Iorque, depois do espetáculo SLEEP NO MORE. (Foto: acervo pessoal) Parêntese – Como tu estás enfrentando a quarentena? Tânia Carvalho – Fui olhar aqui agora. Há 77 dias que eu não saio de casa. Desde 13 de março, dia dos 15 anos da minha neta. Tivemos um pequeno encontro aqui em casa e nunca mais saí. Mas eu adoro ficar na minha casa. Tenho mexido nos […]

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