Um castelo ressuscita
Ano de 1908. Imaginem uma família que viveu em Nova Iorque, Londres, Lisboa, mudando-se para uma vila chamada Pedras Altas, no interior do Rio Grande do Sul. Tem até o gosto do livro A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós, com o agravante da sede da propriedade ser apenas uma casa de madeira, a primeira pré-fabricada em nossos pagos.
Nesse chalé, ou cottage, como o chamavam Joaquim Francisco e sua esposa Lydia, nascida São Mamede, da nobreza lusitana, morou a família Assis Brasil durante cinco anos, até 1913, quando foi inaugurado o castelo cor de rosa. Um presente de amor à esposa para sede de uma propriedade que visava ensinar aos pecuaristas como produzir em áreas reduzidas: Uma quadra, uma légua. Ou seja, Assis Brasil foi capaz de produzir com rentabilidade, numa área cinquenta vezes menor do que as da criação tradicional rio-grandense. Para mim, o primeiro projeto verdadeiro de reforma agrária no Brasil.
[Continua...]