As fotos fiz ano passado, quando a pandemia estava no auge. Como estou cuidando da minha mãe de 92 anos, desde o falecimento do meu pai, fotografei ela em várias fases do seu cotidiano. O tempo para uma pessoa idosa, impossibilitada de encontrar as amigas, parece uma eternidade. A espera que esse ciclo tão grave da humanidade chegasse ao fim, parecia na época longínquo e quase impossível. As horas e minutos se arrastavam trazendo saudades dos momentos que ela ainda tinha com seu pequeno círculo de amigas antigas. Mesmo tentando dar alguma atenção, nossos interesses tão distantes traziam tristeza e melancolia a ela. Foram esses instantes que tentei mostrar em minhas imagens. Não pensava que futuramente seriam premiadas. Ficam como registro de uma vida que representa o que muitos também passaram. A espera quase está chegando ao fim. Ensaio Vencedor: TRANSVERSALIDADES – FOTOGRAFIA SEM FRONTEIRAS 2021 – Tema 3: “Cidade e processos de urbanização” – Dulce Helfer (Brasil) – Portfolio “Espera” (2020, Rio Grande do Sul, Brasil) Dulce Helfer. Trabalhou 27 anos no jornal Zero Hora, em Porto Alegre e na Secretaria de Cultura do RS até 1990, onde participou com os escritores Tabajara Ruas e Carlos Urbim do jornal cultural “O Continente”. Fez dezenas de exposições individuais e coletivas e recebeu 24 prêmios, entre eles três internacionais da Sociedad Interamericana de Prensa, dois Prêmios Press, como melhor fotógrafa do RS, Prêmio Nacional de Direitos Humanos, Prêmio de Fotografia do Banco Itaú e Prêmio de Cultura Joaquim Felizardo.
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