Entrevista | Parêntese

Francisco Marshall: uma força helenista na cultura da Capital

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Francisco Marshall: uma força helenista na cultura da Capital
Francisco Marshall é um nome de relevo especial no cenário cultural da cidade e do Estado. O motivo mais sólido é o StudioClio, um empreendimento cultural que dá orgulho para qualquer um que o conheça: um centro cultural enxuto, com palco, luz, som, piano de qualidade, tudo isso para umas cem pessoas, em pleno coração da Cidade Baixa – e, se não bastasse isso tudo, um empreendimento privado. Lugar de concertos, cursos, almoços culturais, palestras e reunião, o Clio vive há anos na dependência direta do trabalho de nosso entrevistado. O motivo mais sutil é o papel de agregador e mobilizador que o Chico tem tido, há anos. De sua cabeça meio medusiana têm nascido iniciativas que ele espalha, tendo-as inventado ou não, potencializando a ação pública, cidadã, de artistas, professores, intelectuais. O coletivo ProsperArte é um exemplo. Embora eu conheça o Chico e trabalhe com ele desde 2004, nos tempos em que o Clio era concebido, esta entrevista foi feita por email, perguntas enviadas lá em dezembro, respostas dadas em fevereiro. Sua edição agora tem, para a Parêntese, um sentido de homenagear o aniversário de Porto Alegre, para além de ser uma forma de mostrar o percurso interessantíssimo do Chico. Parêntese, aliás, marcou para o Clio seu Primeiro Seminário Abrindo um Parêntese, que teria ocorrido no sábado 14 de março. Mas não rolou: foi bem o começo do fechamento de cada um em sua casa. E o Clio, o queridíssimo espaço inventado e bancado pelo Chico, está lá quieto, sem ação. Problemas grandes, inclusive no sentido mais comezinho – o Clio gera a renda que o sustenta. Que esta entrevista aqui sirva para os leitores conhecerem mais o trabalho por trás de tudo, a história, os empenhos, tudo que faz o Clio ser uma das mais importantes obras culturais da cidade dos últimos vinte anos. Obra do Chico, que, se me permitem a retórica meio dramática – mas carregando verdade profunda – , Porto Alegre precisa fazer por merecer. Luís Augusto Fischer Parêntese: Tu és um sujeito conhecido por pelo menos cinco marcas interessantíssimas. Queria perguntar como nasceram, como entraram na tua vida. A música, o piano: como foi? Estudaste? Com professores interessantes? Quanto tempo? Tinha a ver com a família? Tiveste sonho de ser concertista? Se sim, por que não rolou? Francisco Marshall: No casarão de meus avós, Noêmia e Guilherme Schell Marshall, havia o piano Gaveau que pertenceu a minha bisavó, Cecília Barcellos Schell Marshall. Ali iniciei a amizade com o piano, ludicamente, bem cedo. Passei por várias professoras particulares (muito aborrecedoras, com métodos antiquados), depois fui estudar no Conservatório Palestrina, piano, violão e teoria musical. Aos 15 anos, iniciei o aprendizado que mudou minha vida artística, com o pianista Angelin Loro. Este concertista cego me ensinou a ver a cor das notas, dos tons e dos intervalos musicais no branco e preto do teclado, e também como ler corretamente, estudar, interpretar, exercitar-se, e como imaginar o mundo através da música. Desde então e cada vez mais, […]

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