Crônica | José Falero | Parêntese

José Falero: Onde filho chora e mãe não vê

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José Falero: Onde filho chora e mãe não vê Uma vez, faz tempo já, eu tava vendo um desses documentários estrangeiros mal dublados, e acabei descobrindo uma coisa interessante. O programa, na verdade, falava sobre uma determinada espécie de baleia, que não lembro qual era; mas não foi a baleia em si que me chamou a atenção. O que me chamou a atenção foram os ferimentos que cobriam todo o corpo da baleia, e também as explicações do especialista sobre aqueles ferimentos. Pra começar, parece que aquele tipo de baleia tem uma capacidade interessante: consegue sobreviver tanto na superfície do mar como em seus setores mais profundos. Nem todos os animais marinhos podem fazer isso. Muitos só conseguem sobreviver na superfície e em profundidades moderadas; não podem ir lá pro fundão, por causa da pressão do mar. É compreensível: nós, seres humanos, mesmo tendo à disposição os materiais mais resistentes da natureza e as tecnologias mais fantásticas, nunca conseguimos fabricar, até hoje, um submarino capaz de mergulhar tão fundo no mar como aquela baleia. Existe um limite até onde o nosso melhor submarino pode submergir; passando daquele ponto, a estrutura do submarino começaria a se amassar, como uma lata de refrigerante vazia espremida entre as mãos, por causa da pressão do mar. Achei essa informação interessante, mas o que viria a seguir me chamaria ainda mais a atenção. O especialista seguiu explicando que também existem animais que vivem lá, nas maiores profundezas dos oceanos, mas que simplesmente não conseguem subir a profundidades menores. Ou seja, lá embaixo, nos setores mais profundos dos mares, há um mundo inteiro jamais explorado ou sequer visto pelo ser humano, repleto de formas de vida inteiramente desconhecidas! A nós, que não aguentamos a pressão do mar, só resta imaginar como deve ser aquele vasto mundo e os seres desconhecidos que, sem jamais subir ao nosso alcance, passam a vida inteira mergulhados lá. Voltando aos ferimentos da baleia, o especialista explicou que, a julgar pela forma deles, provavelmente foram provocados por algum tipo de polvo gigantesco, que deve habitar as profundezas do mar, com tentáculos que teriam vários metros de comprimento e seriam capazes de provocar severas queimaduras, ao ponto de destruir daquela forma o tecido do corpo da baleia. Imaginar isso me assombrou. Um polvo gigantesco, com tentáculos de vários metros, capazes de brigar de igual pra igual com uma baleia enorme, e até causar aqueles ferimentos todos no corpo dela, sendo que o corpo dela suporta uma pressão que nem mesmo o nosso melhor submarino de aço aguenta. Uau! Imagina só como deve ser interessante o cotidiano lá embaixo! E o mais louco de tudo é que, com toda a nossa tecnologia, não conhecemos quase nada dessas profundezas, e só podemos supor sobre a maior parte das coisas que devem acontecer lá embaixo. Eu fico pensando nessa baleia, capaz de transitar tanto nas maiores profundezas do mar como em sua superfície. Seria interessante se ela soubesse escrever, pra poder nos trazer, em forma de crônicas, contos, romances e poesias, um pouco sobre o […]

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Uma vez, faz tempo já, eu tava vendo um desses documentários estrangeiros mal dublados, e acabei descobrindo uma coisa interessante. O programa, na verdade, falava sobre uma determinada espécie de baleia, que não lembro qual era; mas não foi a baleia em si que me chamou a atenção. O que me chamou a atenção foram os ferimentos que cobriam todo o corpo da baleia, e também as explicações do especialista sobre aqueles ferimentos. Pra começar, parece que aquele tipo de baleia tem uma capacidade interessante: consegue sobreviver tanto na superfície do mar como em seus setores mais profundos. Nem todos os animais marinhos podem fazer isso. Muitos só conseguem sobreviver na superfície e em profundidades moderadas; não podem ir lá pro fundão, por causa da pressão do mar. É compreensível: nós, seres humanos, mesmo tendo à disposição os materiais mais resistentes da natureza e as tecnologias mais fantásticas, nunca conseguimos fabricar, até hoje, um submarino capaz de mergulhar tão fundo no mar como aquela baleia. Existe um limite até onde o nosso melhor submarino pode submergir; passando daquele ponto, a estrutura do submarino começaria a se amassar, como uma lata de refrigerante vazia espremida entre as mãos, por causa da pressão do mar. Achei essa informação interessante, mas o que viria a seguir me chamaria ainda mais a atenção. O especialista seguiu explicando que também existem animais que vivem lá, nas maiores profundezas dos oceanos, mas que simplesmente não conseguem subir a profundidades menores. Ou seja, lá embaixo, nos setores mais profundos dos mares, há um mundo inteiro jamais explorado ou sequer visto pelo ser humano, repleto de formas de vida inteiramente desconhecidas! A nós, que não aguentamos a pressão do mar, só resta imaginar como deve ser aquele vasto mundo e os seres desconhecidos que, sem jamais subir ao nosso alcance, passam a vida inteira mergulhados lá. Voltando aos ferimentos da baleia, o especialista explicou que, a julgar pela forma deles, provavelmente foram provocados por algum tipo de polvo gigantesco, que deve habitar as profundezas do mar, com tentáculos que teriam vários metros de comprimento e seriam capazes de provocar severas queimaduras, ao ponto de destruir daquela forma o tecido do corpo da baleia. Imaginar isso me assombrou. Um polvo gigantesco, com tentáculos de vários metros, capazes de brigar de igual pra igual com uma baleia enorme, e até causar aqueles ferimentos todos no corpo dela, sendo que o corpo dela suporta uma pressão que nem mesmo o nosso melhor submarino de aço aguenta. Uau! Imagina só como deve ser interessante o cotidiano lá embaixo! E o mais louco de tudo é que, com toda a nossa tecnologia, não conhecemos quase nada dessas profundezas, e só podemos supor sobre a maior parte das coisas que devem acontecer lá embaixo. Eu fico pensando nessa baleia, capaz de transitar tanto nas maiores profundezas do mar como em sua superfície. Seria interessante se ela soubesse escrever, pra poder nos trazer, em forma de crônicas, contos, romances e poesias, um pouco sobre o […]

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