Entrevista | Parêntese

Mário Magalhães: Só louco escreve biografia

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Mário Magalhães: Só louco escreve biografia Por Roberto Jardim Nascido em abril de 1964, Mário Magalhães é nome certo quando os assuntos são jornalismo e biografias. Com passagens pelos principais jornais brasileiros, esse carioca de 56 anos tem experiência de sobra em contar história por meio da arte da reportagem. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro quase na mesma época da redemocratização, trabalhou nas redações de O Globo, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, entre outros, e foi ombudsman da Folha. Recentemente migrou para a internet, assinando uma coluna semanal no site The Intercept Brasil durante 2018.  Nos últimos anos, porém, seu nome está mais ligado ao mundo dos livros. Tem dois lançados desde 2012 e, atualmente, pesquisa e escreve sobre a vida de Carlos Lacerda, mas continua divulgando seus dois títulos anteriores, os excelentes Sobre Lutas e Lágrimas – uma biografia de 2018 (2019, Record) e Marighella – o guerrilheiro que incendiou o mundo (2012, Companhia das Letras). Este último virou filme – que está para ser lançado, a data depende do fim da pandemia do novo coronavírus – pelas mãos de Wagner Moura.  Ligado ao Rio Grande do Sul por ter morado em Pelotas durante parte da infância e toda a adolescência, Magalhães topou falar com a Parêntese sobre Jornalismo, seu trabalho como biógrafo e sobre o atual momento político e social do Brasil. Para quebrar o gelo, foi com sua temporada gaúcha que a entrevista, que durou uma hora e meia, começou. Confira! Parêntese – Tu tiveste passagem por Pelotas, certo? Mário Magalhães – Morei em Pelotas dos nove aos 19 anos, ou seja, eu sou um carioca que fala com sotaque de gaúcho por conta disso. Eu tenho dois clubes do coração, que são o Flamengo e o Esporte Clube Pelotas! O glorioso auricerúleo pelotense! [e engata, meio declamando, meio cantando, as primeiras estrofes do hino do Lobão]: “Orgulho-me de ser áureo-cerúleo/ Pela grandeza do ideal/ Ufano-me de ser áureo-cerúleo/ Pelo que tem de emocional/ Exulto ao ver as cores gloriosas/ Que lembram toda uma tradição/ Azul e amarelo são as cores/ Que moram no meu coração”. P – E como é que surgiu essa tua ligação com o time do Pelotas? Claro, tu moraste ali, mas tu ias ao estádio?  MM – É o seguinte, Roberto, nasci no Rio em 1964, sempre fui muito apaixonado por futebol. Divirjo de quem diz que o futebol é metáfora da vida. Eu acho que a vida é uma metáfora do futebol. O futebol vem antes do que a vida. Concordo com o célebre técnico inglês, multicampeão pelo Liverpool, Bill Shankly, quando ele diz que o pessoal exagera ao dizer que “o futebol é uma questão de vida ou morte”, né? O futebol é muito mais do que isso. Em 1971, fui pela primeira vez ao Maracanã, e já era Flamengo! O jogo foi Flamengo 1 x 3 Corinthians, o nosso gol foi do Fio, que era só Fio, né? Depois que ele virou Fio Maravilha. E jogou um guri com […]

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Por Roberto Jardim Nascido em abril de 1964, Mário Magalhães é nome certo quando os assuntos são jornalismo e biografias. Com passagens pelos principais jornais brasileiros, esse carioca de 56 anos tem experiência de sobra em contar história por meio da arte da reportagem. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro quase na mesma época da redemocratização, trabalhou nas redações de O Globo, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, entre outros, e foi ombudsman da Folha. Recentemente migrou para a internet, assinando uma coluna semanal no site The Intercept Brasil durante 2018.  Nos últimos anos, porém, seu nome está mais ligado ao mundo dos livros. Tem dois lançados desde 2012 e, atualmente, pesquisa e escreve sobre a vida de Carlos Lacerda, mas continua divulgando seus dois títulos anteriores, os excelentes Sobre Lutas e Lágrimas – uma biografia de 2018 (2019, Record) e Marighella – o guerrilheiro que incendiou o mundo (2012, Companhia das Letras). Este último virou filme – que está para ser lançado, a data depende do fim da pandemia do novo coronavírus – pelas mãos de Wagner Moura.  Ligado ao Rio Grande do Sul por ter morado em Pelotas durante parte da infância e toda a adolescência, Magalhães topou falar com a Parêntese sobre Jornalismo, seu trabalho como biógrafo e sobre o atual momento político e social do Brasil. Para quebrar o gelo, foi com sua temporada gaúcha que a entrevista, que durou uma hora e meia, começou. Confira! Parêntese – Tu tiveste passagem por Pelotas, certo? Mário Magalhães – Morei em Pelotas dos nove aos 19 anos, ou seja, eu sou um carioca que fala com sotaque de gaúcho por conta disso. Eu tenho dois clubes do coração, que são o Flamengo e o Esporte Clube Pelotas! O glorioso auricerúleo pelotense! [e engata, meio declamando, meio cantando, as primeiras estrofes do hino do Lobão]: “Orgulho-me de ser áureo-cerúleo/ Pela grandeza do ideal/ Ufano-me de ser áureo-cerúleo/ Pelo que tem de emocional/ Exulto ao ver as cores gloriosas/ Que lembram toda uma tradição/ Azul e amarelo são as cores/ Que moram no meu coração”. P – E como é que surgiu essa tua ligação com o time do Pelotas? Claro, tu moraste ali, mas tu ias ao estádio?  MM – É o seguinte, Roberto, nasci no Rio em 1964, sempre fui muito apaixonado por futebol. Divirjo de quem diz que o futebol é metáfora da vida. Eu acho que a vida é uma metáfora do futebol. O futebol vem antes do que a vida. Concordo com o célebre técnico inglês, multicampeão pelo Liverpool, Bill Shankly, quando ele diz que o pessoal exagera ao dizer que “o futebol é uma questão de vida ou morte”, né? O futebol é muito mais do que isso. Em 1971, fui pela primeira vez ao Maracanã, e já era Flamengo! O jogo foi Flamengo 1 x 3 Corinthians, o nosso gol foi do Fio, que era só Fio, né? Depois que ele virou Fio Maravilha. E jogou um guri com […]

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