1895: A fundação do Correio do Povo
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1895: A fundação do Correio do Povo – História
Na última década do séc. XIX, acompanhando sua efervescência política, cultural e econômica, em 1º/10/1895 começou a circular o Correio do Povo. Uma espécie de 3ª via no jornalismo local, dominado pela A Federação, do PRR castilhista, e A Reforma, dos liberais gasparistas. Terceira via mais do que oportuna. A sociedade rio-grandense estava cansada, e alarmada, com os horrores da revolução federalista de 1893-95, para a qual muito haviam contribuído os outros dois grandes jornais em circulação.
O seu fundador, Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior, sergipano de nascimento, rio-grandense de formação (veio com 4 anos para o Estado), também acertou em cheio na escolha de seus colaboradores. Foram muitos e qualificados. No recorte das artes plásticas, aqui enfatizadas, destacou-se o médico Olinto de Oliveira, um dos primeiros críticos de arte do Estado, e futuro primeiro diretor da Escola de Belas Artes (1908).
Circunstâncias externas e internas fizeram que sua linha de isenção, e de coerência, nem sempre fosse mantida. Resumindo, livremente, Eduardo Leal e Sérgio R. Dillenburg: o Correio criticou Borges de Medeiros (1922-26), apoiou Vargas e a Revolução de 30, mas se opôs ao seu interventor Flores da Cunha. Idas e vindas acompanhadas de crises diretivas, desde a morte de Caldas Jr., em 1913. Em 1935 assumiu Breno Caldas. Manteve-se equidistante do Estado Novo (1937-45) e apoiou discretamente o governo Dutra (1945-50). Apoiou, com ressalvas, o segundo governo Vargas (1950-54), e com entusiasmo, o período JK (1955-60). Brigou com Jango e Brizola e apoiou 64. E assim foi, até a crise interna de 1982. Depois disto, é outra história. Só ficou o nome.
O Correio do Povo e a Caldas Jr. – Representações
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