1910-13: A Praça da Alfândega mudando sua arquitetura
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1910-13: A Praça da Alfândega mudando sua arquitetura- História
Entre 1910-13, na praça da Alfândega de Porto Alegre, iniciou-se a construção de três prédios que ainda hoje se apresentam como referenciais de seu patrimônio histórico-arquitetônico: os Correios e Telégrafos (hoje Memorial do RGS), a sede da Previdência do Sul (hoje Banco Safra) e a Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional (hoje MARGS).
O primeiro deles, “iniciado em 30 de setembro de 1910”, foi concluído “em 31 de dezembro último” (C. do Povo, 8.2.1914, p. 4). O segundo, depois da aceita a proposta “para a demolição do prédio da rua dos Andradas” (A Federação, 11.8.1911, p.4), foi noticiado que “estava em construção” (A Federação, 21.3.1912. P. 3), sendo que, em 1913, “os escritórios da empresa [foram] transferidos para o novo edifício” (A Federação, 25.12.1913, p.8). O terceiro, depois de anulada a primeira concorrência (C. do Povo, 01.6.1913, p. 4), teve sua nova contratação e início da construção firmada em julho de 1913 (C. do Povo, 3.8.1913). Como sua construção foi interrompida pela Primeira Guerra Mundial, só foi concluído em 1922 (C. do Povo, 24.8.1922, p.4).
Como a construção dos três prédios foi do Escritório de Rudolpho Ahrons, projetados por Theo Wiederspahn (sobre a Delegacia Fiscal pairam dúvidas) com elementos típicos da vertente barroca do historicismo alemão do séc. XIX, Fernando Corona chamou tal período de “época do Dr. Ahrons”. Reforçando o enunciado de Paul Singer que Porto Alegre virou uma “cidade dos alemães”. Mas convém lembrar que a construção dos Correios e da Delegacia Fiscal dependeu do ministro Rivadávia Correa, e que esta última era formada predominantemente por sobrenomes lusos. Reconhece-se, assim, a contribuição germânica, mas também dos lusodescendentes, para a história da cidade.
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