Nossos Mortos

O homem com nome de orelha – Parte II

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O homem com nome de orelha – Parte II

[Esta pequena biografia em memória de Ovídio Chaves, que nasceu há 110 anos em um 29 de julho, iniciou na edição 35 da Parêntese. Hoje, leitores e leitoras podem acompanhar a segunda e última parte, seguida de alguns depoimentos e de poemas – um deles inédito – do homenageado.]

Na semana passada, acompanhamos um pouco da trajetória de Ovídio Chaves no jornalismo, na literatura, na cena musical e, também, na boemia. Ora, um salto para ele natural foi quando decidiu investir, se é possível se afirmar assim, como empresário da noite. Ao longo dos anos 1950, Ovídio esteve no comando de três casas noturnas, todas tendo a música como cardápio principal, além de outras atrações. A empreitada recebeu a denominação comercial de Organização Ovídio Chaves. Sempre com seu original violão de 13 cordas a postos, ele inovou no show business da então provinciana Porto Alegre, a ponto de receber o apelido de “Carlos Machado dos Pampas”, dado pelo mais famoso colunista social do país, Ibrahim Sued. Cada estabelecimento tinha sua própria característica, original, ainda mais para os padrões da metade do século passado, quando o habitual era os bares da noite dividirem-se entre meros botecos ou boates estilo cabaré de prostituição. 

Vitório Gheno durante vernissage de uma exposição sua no Clube da Chave. (Acervo Hélio Costa – foto cedida por Marcello Campos)

O primeiro, e mais representativo, nessa incursão de Ovídio como investidor na noite, e não apenas boêmio, foi o Clube da Chave, inaugurado em 1953, local que deixou uma marca indelével na história da noite portoalegrense. O artista gráfico, designer e pintor Vitório Gheno, contemporâneo de boemia e jornalismo (como ilustrador da Revista do Globo), até hoje recorda como o amigo lhe contou a ideia de abrir o Clube da Chave. Durante uma conversa, disse Ovídio: “Vitório, tenho uma casa bonita, grande e interessante, e queria fazer ali um clube inédito aqui em Porto Alegre. Já fui procurado por diversas pessoas amigas e gostaria de ter um clube privê, assim como existe na Europa. Resolvi te procurar para fazer a decoração e ambientação do local.”. E acrescenta o artista em sua lembrança: “A sugestão dele (Ovídio) era fazer um balcão bonito, um bar com armário no fundo, com uma ideia inédita até então, teria portinholas com chaves, para que cada cliente guardasse ali sua bebida preferida.”

Ovídio sentado com o violão e seu drinque favorito, o conhaque, no Clube da Chave (Reprodução, acervo família Chaves)

Assim surgiu e assim se fez o Clube da Chave, inaugurado em 1953, numa casa da Rua Castro Alves, esquina com a Mariante, no bairro Rio Branco. Ali funcionou até 1956, tendo uma sobrevida até 1959 em outro endereço, na Avenida Getulio Vargas, 1343. A inauguração foi um acontecimento na cidade, repleta de artistas, intelectuais, políticos, personalidades, de diversas áreas e, evidentemente, os companheiros de boemia do Ovídio. Ao longo de sua existência, especialmente na primeira fase, o clube foi referência pela proposta de ser um ponto de encontro de amigos para jogar conversar fora, beber, namorar, tocar violão, fazer roda de samba. E atraía gente de diferentes gerações. Além da velha turma de amigos do Ovídio dos anos 30 e 40, jovens também costumavam frequentá-lo, muitos que mais adiante fariam história na cultura brasileira, em vários segmentos.

Jovens como o cantor João Gilberto, que morou em Porto Alegre por sete meses, em 1955, aos 24 anos, e aparecia no bar com seu violão já dando mostras do que se tornaria em breve, no talento e nas exigências durante suas apresentações. Outros frequentadores assíduos eram os jornalistas Fausto Wolf, Glênio Peres e Paulo Gasparotto, o escritor Walmir Ayala, os atores Paulo César Pereio e Paulo José, os artistas plásticos Iberê Camargo, Carlos Scliar e, claro, Vitório Gheno. Celebridades que vinham a Porto Alegre também eram habitués do Clube da Chave: Nelson Gonçalves, Marlene, Sílvio Caldas, Ivon Curi, Gregório Barrios, Lúcio Alves, Cecília Meireles, Manoel Bandeira, Marial Della Costa, Colé, Paulo Goulart, Nicete Bruno e tantos outros. Também frequentador, Lupicínio Rodrigues chamava o local de “clubinho do Ovídio”. O sucesso da casa era merecedor de sucessivas notas na coluna social assinada por Luiz Osório, o Barão, no jornal Diário de Notícias.

A casa de Ovídio não se restringia às funções de bar e local de boa música. Ele também utilizava o espaço para outras atividades, como exposições de artes plásticas com obras de artistas gaúchos e ações beneficentes, como a da noite que organizou para angariar fundos que ajudassem na criação da Casa do Artista Riograndense, uma iniciativa de seu amigo Piratini.  Sobre a filosofia que norteava a direção do estabelecimento, certa vez, em entrevista ao jornalista e escritor Esdras do Nascimento, que na juventude viveu em Porto Alegre, Ovídio assim falou: “Há quem diga que o meu objetivo é o lucro. Isso me entristece sobremodo. Nunca dei importância ao dinheiro, embora o considere indispensável para uma vida decente. No meu clube, todos se divertem sem maiores preocupações, nem mesmo a financeira.” 

Folder de atividade beneficente no Clube da Chave em prol da Casa do Artista Riograndense

Além do charmoso clube, Ovídio Chaves criou ainda o bar Ivanhoé, uma whiskeria que funcionava no Castelinho, localizado no bairro Alto da Bronze, Centro Histórico da capital, famoso por sua arquitetura ao estilo de um castelo medieval e pela história que encerra sua construção, feita por um empresário casado para abrigar sua amante. Criou também o Piano Drink, que ocupava uma linda e inusitada casa de madeira, pintada de branco, com varanda em volta, sobre palafitas, e era acessada por meio de um trapiche nas águas do lago Guaíba. No entanto, apesar das boas e inovadoras ideias, Ovídio Chaves apenas perdeu dinheiro nessas experiências, pouco afeito que era em cobrar devidamente o consumo dos seus amigos frequentadores.

Ilustração em aquarela do Piano Drink Bar feita por Vitório Gheno

Em meio à vida agitada da noite e dos afazeres como jornalista, escritor e compositor, Ovídio arranjou tempo para encontrar o amor definitivo de sua existência. Separado da primeira mulher, no final dos anos 40, numa viagem a Lagoa Vermelha, conheceu sua prima Hermínia Berthier Machado, conhecida como Ika, 18 anos mais jovem que ele. A atração foi mútua e inabalável, mas acompanhada de controvérsias familiares e da sociedade mais retrógada de então. Por ser ele desquitado e pela diferença de idade entre ambos, sofreram com o preconceito. Para amenizar a situação embaraçosa, em fevereiro de 1951, os dois viajaram para Montevidéu e lá consumaram legalmente sua união, pelas leis uruguaias. Ovídio tinha 40 anos, Ika, 22. Em seguida vieram os filhos –  Luiz Antônio, em novembro de 52, Maria Lívia, em abril de 54, e Luciano Ovídio, em dezembro de 56.

Participação do casamento no Uruguai

Na virada dos anos 60, sem dinheiro no bolso, como sempre, aliás, mas precisando sustentar a família, deu uma guinada em sua vida tão arraigada a Porto Alegre. Por ser militante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), a exemplo de seu irmão Hamilton, acabou conseguindo, em 1961, junto ao então presidente da República João Goulart, o Jango, um emprego como jornalista na Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, que era propriedade do governo federal. E foi-se de muda com a família e o violão, indo morar inicialmente em Copacabana, para nunca mais voltar ao pago.

Na Cidade Maravilhosa, além do emprego na rádio, Ovídio também continuou sua militância política, num momento conturbado da história do Brasil, às vésperas do golpe militar que colocaria o país sob o tacão de uma ditadura. Com a queda de Jango da presidência, em 1964, teve início uma feroz perseguição política, que atingiu em cheio o PTB e seus militantes. Ovídio perdeu o emprego e chegou a ser preso e torturado, só conseguindo ser liberado por intervenção do marechal Cordeiro de Farias, gaúcho de Jaguarão, amigo da família Chaves e que se tornara o ministro do Interior no governo do primeiro presidente do período ditatorial, o também marechal Castelo Branco.

Tão logo foi solto, Ovídio tomou uma decisão: reuniu a família e foi morar na Ilha de Paquetá, uma espécie de auto-exílio, na tentativa de ser esquecido pelos militares.  De fato, a estratégia deu certo. Buscando o maior anonimato possível, ele e a família se estabeleceram numa confortável casa, de frente para o mar, na Moreninha, uma das tantas praias da aprazível e pacata ilha carioca. Com Ovídio desempregado e sem renda fixa, o sustento da família ficava por conta da esposa Ika, que se formara em Direito e conseguira emprego em um escritório de advocacia no Rio. Uma vez que outra, ele obtinha trabalhos como freelancer com amigos que atuavam na imprensa ou no ramo editorial, escrevendo sob pseudônimo ou mesmo anonimamente – como na conceituada revista Manchete, dirigida pelo gaúcho e seu amigo Justino Martins, que fora frequentador do Clube da Chave –; ou fazendo revisão e produzindo verbetes para uma enciclopédia produzida por um editor também seu amigo.

Cabia a Ovídio, então, cuidar dos três filhos, ajudá-los nos estudos, cozinhar e fazer as demais tarefas domésticas. Contudo, não se afastou da música e nem da escrita. Pelo contrário, como conta sua filha, a artista plástica e psicóloga Maria Lívia – sua mãe também era pintora –, que hoje se divide entre Copacabana e Paquetá: “Papai, sempre que podia, estava a escrever ou a tocar violão. Ele gostava muito de escrever durante a madrugada, em sua máquina de escrever, o que deixava mamãe exasperada. Já a rede na varanda era o lugar preferido para tocar violão.” Outro prazer dele era pescar ao entardecer, de caniço e anzol, numa mureta que existia junto ao mar, bem em frente à sua casa. Muitas vezes garantia o almoço do dia seguinte. Mais uma lembrança afetiva de Lívia é a imagem de seu pai tocando para os filhos, no piano, de ouvido, “Hey Jude”, dos Beatles, lançada em 1968. 

A produção literária e musical durante aquela nova e pacata rotina do antes irrequieto Ovídio teve seus benditos frutos. Ali escreveu, ao longo de quatro anos, entre 1961 e 65, o livro “ABC de Paquetá – Guia Poético da Ilha”, um só poema que discorre sobre as belezas e atrativos do local ao longo de mais de cem páginas, com ilustrações do artista gráfico carioca Paulo Werneck. O prefácio da obra foi escrito por outro amigo, Manuel Bandeira, que num trecho diz assim: “O poema é uma lírica saga da amorável ilha… Ovídio Chaves dá o melhor de si, o melhor de sua poesia nessas páginas em que cada verso ressoa como um beijo de admiração e amor.”

Diante da beleza daqueles versos e sabedora que seu marido não queria ser expor publicamente, Ika, às escondidas, inscreveu o poema para concorrer ao Prêmio Olavo Bilac de Poesia, que era concedido anualmente pela prestigiada Academia Brasileira de Letras. Para surpresa só de Ovídio, que desconhecia a inscrição, sua obra foi escolhida vencedora do prêmio. Assim registra a ata da reunião da ABL de 24 de maio de 1967, com parecer apresentado por seu amigo dos tempos de Porto Alegre, Augusto Meyer, que lá pelas tantas escreve: “Ovídio Chaves, trovista consagrado, mestre do violão, que é para ele um confidente e amigo de todas as horas, dono dos improvisos boêmios ao descante, sabendo por instinto e gosto entoar uma cantiga, ficou na redondilha, como quem respeita a sabedoria dos limites e conseguiu assim apurar a unidade do poema, assegurar a continuidade harmoniosa do canto…”. Um mês depois, em 29 de junho, houve a cerimônia de entrega do prêmio, com a presença orgulhosa da família e de muitos amigos do poeta. O filho mais moço, Luciano, recorda aquele momento em passagem de um texto que escreveu sobre o pai anos atrás: “Quando ele soube através da imprensa que tinha sido laureado, fugiu de Paquetá com medo de ser preso novamente. Foi esconder-se na casa de amigos na Urca. No dia da entrega, convencido de que poderia ser preso, resolveu levar toda a família até a academia. A polícia repressora não apareceu por lá. Soubemos, posteriormente, que o então presidente da ABL, Austregésilo de Athayde, levou uma reprimenda dos militares por ‘ter concedido tal láurea a um escritor de extrema esquerda’.”

Entrega do Prêmio Olavo Bilac, da ABL (Crédito: Erno Schneider)


Com a esposa e filhos na entrega do Prêmio Olavo Bilac (Crédito: Erno Schneider)

Em Paquetá, Ovídio tornou-se o patrono da cadeira 32 da Academia de Artes, Ciência e Letras. Seu livro premiado está exposto na Casa de Artes, um casarão do século XIX, à beira de uma baía, que abriga um misto de bar, restaurante, galeria e museu, mantida abnegadamente por José Lavrador, morador da ilha há mais de 30 anos. Pelo lado musical, a casa do poeta, na praia da Moreninha, era a base onde podia expressar dois de seus vários talentos, como violonista e anfitrião de amigos e seresteiros. A residência dos Chaves virou ponto de encontro de vários bambas da canção brasileira naquela época. Aos fins de semana era comum Ovídio reunir em torno de si gente como Silvio Caldas, Orestes Barbosa – também moradores da ilha –, Bené Nunes, Altamiro Carrilho, Mário Lago, Braguinha, Lúcio Alves, Aracy de Almeida, Edu da Gaita e tantos outros.

O cardápio do encontro, além da bebida, consistia na sua especialidade culinária, arroz de carreteiro. Tudo bancado pelo dono da casa, ou melhor, por dona Ika, a verdadeira mantenedora do lar. Na orelha do “ABC de Paquetá”, Albino Cunha relata uma visita sua à ilha: “Como em Porto Alegre, encontrei a casa de Ovídio Chaves cheiinha de gente. Violão. Piano tocando. Pintores. Gente famosa do rádio e da televisão. Escritores. Gente de teatro. Jornalistas. Bebi uma batida honesta. Comi o melhor arroz-de-carreteiro ao mundo. Fiquei feliz de rever o boêmio, o velho amigo.”

Com esse estilo de vida, a situação econômica da família começou a ficar complicada. Como forma de ajudar na renda, a adolescente Maria Lívia, nos seus 15 anos, começou a frequentar a então incipiente Feira de Artesanato da Praça Osório, no bairro Ipanema, no Rio, mais conhecida como feira hippie, para lá expor suas produções em couro, especialmente pulseiras e sandálias. Todo domingo pegava a barca na ilha e depois o ônibus, carregando sua produção, e seguia para a cidade. Ovídio reparou que aquela atividade poderia render um valor mais significativo se fosse expandida. Assim, quase aos 60 anos, passou ele também a fazer artesanato e a expor na feira dominical, tornando-se um “hippie” temporão. A esposa Ika também participava da empreitada vendendo seus quadros de pintura naif, estilo que a filha também adotaria por um tempo em suas obras. Nesse meio tempo, Ovídio conseguiu junto ao então INPS sua aposentadoria por invalidez, já que era cardiopata. A pensão era pequena, mas ajudava no sustento da família.

A nova atividade familiar motivou a saída da Ilha de Paquetá. Ficou por demais trabalhoso ir todos os domingos, carregados de apetrechos, de barca até o Rio e depois de ônibus ou “carro de praça” até Ipanema. Os Chaves se mudaram para Copacabana, para um apartamento conjugado, que se tornou um misto de moradia do casal mais três filhos e oficina de artesanato. E assim tocavam a vida, sempre premidos pelas dificuldades financeiras.

As preocupações e seu histórico como cardiopata foram minando a saúde de Ovídio. Em 1977, quando sua condição física já não era das melhores, produziu outro livro de poesias, ainda hoje inédito, que refletia seu estado de ânimo, sob o título de “Diário Morrer”, escrito após uma parada cardíaca. Em julho de 1978, ele precisou ser internado no Hospital da Lagoa, no Rio, por causa de uma angina que evoluiu para um quadro de forte crise coronariana. Ainda no leito do hospital da rede pública, no dia 27, ele escreveu uma longa carta manuscrita para seu irmão Hamilton, na qual, além de expressar seu amor incondicional por Ika e sua aflição pelo futuro dos filhos, diz num tom de despedida: “Agora estou aqui te escrevendo este bilhete. Estou em observação, principalmente pelo enfarte que me ameaça clinicamente. O velho boêmio, o velho poeta, lúcido sempre, sabe das coisas… Depois de amanhã, dia 29, faço 68 anos. Encaro a situação com o maior senso de humor. Sinceramente, sinto uma atração profunda pelo problema da morte: estou louco para saber o que acontecerá depois…”.

Uma semana depois, no dia 3 de agosto, Ovídio Chaves deu seu último suspiro.  E virou nome de rua no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, e na cidade natal Lagoa Vermelha.

……

” E tudo era um doce mundo”

Poemas de Ovídio Chaves


Os três poemas acima são de uma série publicada na Revista do Globo, em 1940, em homenagem à capital gaúcha.

 

***

Algumas Despedidas

“Conheci Ovídio Chaves nos tempos em que a gente literalmente bebia poesia. Naqueles tempos os bares eram silenciosos. Havia um, à esquina da Ladeira, onde jogávamos xadrez, espécie de poesia de muita tática e matemática e que exigia silêncio – um silêncio interrompido “ou acompanhado” pelo dono do bar, que tocava cítara… Havia outro bar, numa outra esquina, à Rua da Ponte, onde um grupo de velhos jogava dominó na mesa de sempre e cujos parceiros, a olhos vistos, iam diminuindo de um em um… Ovídio, com o seu coração repartido e o seu violão de treze cordas, continuou seguindo a evolução da noite…”.(Mario Quintana)


“Todo o mundo, pelo menos todas as pessoas importantes já disseram coisas a seu respeito – não deixaram nada para mim… Para eu dizer alguma coisa, só mesmo se for uma coisa que valha a pena, quer dizer, uma coisa mais estupenda do que todas as que foram ditas. (…) Peço a Deus que o proteja de todos os malefícios da palavra, que o conserve com o seu violão, na sua “casa errada…”, assim tal como V. é, naturalmente.” (Cecília Meireles)

“Nos idos de 1954, 1955, em Porto Alegre, nem tudo estava perdido para mim. Havia o Clube da Chave do poeta, jornalista e músico Ovídio Chaves… Era a primeira boate da cidade. (…) Tinha muita admiração por Ovídio, como, aliás, a cidade inteira. Ele era o meu herói e me deixava ficar horas ancorado no bar, com um cuba-libre que tinha que durar a noite inteira. Foi lá que conheci Mário Quintana, Carlos Scliar, Iberê Camargo. Cecília Meireles e Manuel Bandeira, que liam seus poemas na casa.” (Fausto Wolff)

“Obrigado, Ovídio Chaves, pelo presente que me deu: Paquetá trazida em casa, manuseável, gostável, Paquetá de bolso, cabendo inteira num livrinho – e tão grande, com suas vozes, cores, águas, encantos, espantos, saltando dos seus belos versos. (…) Seus poemas se oferecem lealmente, desprevenidamente, e atrás deles é fácil perceber o movimento afetuoso de um homem capaz de amizade.” (Carlos Drummond de Andrade)


Pedro Haase Filho – Desde 2010 é diretor-editor da Quati Produções Editoriais. Com formação em Jornalismo e História pela UFRGS, durante 20 anos atuou como jornalista em redações de jornal, rádio e revista. Em 1994, foi editor executivo do jornal Brazil Today, em San Francisco, EUA. Foi coordenador editorial da RBS Publicações por 10 anos, conduzindo o lançamento de mais de 90 livros. Na Quati, já editou 15 obras, sendo o autor de duas delas.

Ricardo (Kadão) Chaves (Porto Alegre. 1951), fotojornalista por mais de 40 anos, iniciou sua trajetória profissional em Zero Hora. Trabalhou na sucursal do Jornal do Brasil e foi freelancer da Editora Abril na capital gaúcha. Contratado pela revista Veja, em 1976, atuou aqui e na sucursal carioca. Foi editor de fotografia na revista Isto É, em São Paulo. Em 1988, convidado pelo Estadão, transferiu-se para Brasília por 4 anos e voltou a capital paulista como um dos editores de fotografia da Agência Estado. Em 1992, retornou a Porto Alegre como editor de fotografia de Zero Hora, cargo que exerceu por mais de 20 anos. Atualmente é o responsável pela coluna Almanaque Gaúcho, naquele diário. Em 2017, lançou seu livro “A Força do Tempo – histórias de um repórter fotográfico brasileiro” (Libretos, 2016).

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