O pensamento socioeconômico de Leonel de Moura Brizola
O dia 22 de janeiro marca o centenário do nascimento de um dos maiores líderes trabalhistas da história brasileira, Leonel de Moura Brizola. Nos dias atuais, em que carecemos de políticos com o seu perfil aguerrido e idoneidade moral, certamente teria muito a contribuir para ajudar o país a se reerguer da situação calamitosa que vem enfrentando recentemente. Particularmente no campo econômico, com baixo crescimento, ascensão dos juros, inflação alta, elevado desemprego e aumento da miséria e pobreza, enquanto o governo persiste na adoção de políticas de austeridade fiscal, privatizações e reformas elitistas, é bem provável que, se vivo fosse, Brizola seria uma das principais vozes de oposição ao atual governo.
Leonel Brizola teve uma vida difícil na infância, quando enfrentou a pobreza e precisou trabalhar para poder pagar os seus estudos. Muito se atribui a esse período a sua identificação com a classe trabalhadora e os mais pobres; nas palavras de Darcy Ribeiro, “não aderia aos ideais das elites e até se orgulhava de sua origem popular” (RIBEIRO, 2006, p. 214). Brizola já esboçava essa sua aproximação quando se elegeu prefeito de Porto Alegre em 1955. Na sua gestão, priorizou o atendimento a bairros onde viviam os trabalhadores, melhorando a prestação do serviço de transporte urbano e investindo em saneamento e escolas.
Por conseguinte, é possível inferir, a partir de suas ideias e experiência na gestão pública, quais seriam as suas prioridades de políticas públicas, primordialmente num cenário catastrófico de miséria, pobreza e fome da população mais carente como atualmente.
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