Palíndromo

SóNós #1

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SóNós #1
(Parênteses dentro da Parêntese: até que apareçam dois bons palindromistas num único bairro, por enquanto somos a maior dupla de palindromistas do RS em bairros vizinhos: o Giba no Rio Branco, o Fraga no Moinhos de Vento. Bem antes a gente já se admirava por ofícios diferentes, um cineasta, o outro humorista. Há 5 anos nos redescobrimos e viramos parceiros palindrômicos. Agora é admiração pra lá e pra cá por uma mesma razão. Por conta dessa parceria, o irrecusável convite desta revista para uma série de 10 colunas sobre palíndromos, um assunto que vai e volta. Se um ou mais leitores virar(em) palindromista, será o nosso cachê pela colaboração. Pela baita vitrine e audiência, gracias aos editores!) PARÊNTESE: Se apresentem, por favor. E digam qual caminho os levou aos labirintos palindrômicos – se é que são labirintos. E como se juntaram para produzir o material?FRAGA:Meu nome é Fraga, vulgo José Guaraci, turma de 46. Jornalista e humorista, ex-vendilhão no templo publicitário. Aos 4 ou 5 anos me encantei definitivo com a palavra MIRIM. Lá por 1957 ganhei na escola um almanaque das Refinações de Milho Brasil (Maizena), cheio de enigmas, quebra-cabeças e… palíndromos! Foi obsessão à primeira vista. Passei décadas nesse prazer solitário até que no Renascença o Giba me indagou se eu ainda fazia palíndromos. Aí ganhei o melhor interlocutor palindrômico do mundo. Quer dizer, SOMA: VI-O NA FILA, CALIFA. NOIVAMOS. GIBA:E eu, que sou? O seu que é! Sou Giba Assis Brasil, 65 anos, montador e professor de audiovisual. Brinco com palíndromos há mais de 20 anos, mas a coisa começou a ficar séria quando encontrei o Fraga numa fila de autógrafos de um amigo comum, em março de 2017. Desde então nossa relação saltou de “conhecidos” pra “amigos de infância”, planejamos coisas que a pandemia foi adiando mas nunca deixamos de ir e voltar, nas frases e nos encontros. Aliás, a grande vantagem de fazer palíndromos em dupla é essa: quando um tá indo, o outro já tá voltando.PARÊNTESE: Vocês começaram com AMOR A ROMA ou a largada já foi mais sofisticada?GIBA:Sartar pra trás. Não sou bobo de me comparar ao Picasso, que uma vez disse que precisou “de uma vida inteira pra aprender a desenhar como uma criança”. Mas, guardadas as pretensões, é um pouco por aí: tento fazer palíndromos que pareçam cada vez mais simples. Pra mim o gozo do palíndromo não é a simetria, mas o ocultamento da simetria. Meu objetivo maior é chegar a um palíndromo que nenhum leitor perceba.FRAGA:A isca, em guri, foi ROMA ME TEM AMOR e SOCORRAM-ME, SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS a cumbuca onde enfiei a mão. Em 61 ou 62, no internato, circulava um papelzinho com ATÉ CUBANOS SÓ NA BUCETA. Já criava, só ruins. Até que em 86 o Chico Buarque publicou no Pasquim ATÉ REAGAN SIBARITA TIRA BISNAGA ERETA. Contagiado, num só dia fiz uns 30 palíndromos e estreei no Pasca com uma página. EGO FICA, SACI FOGE.PARÊNTESE:  Vocês têm gurus no ramo dos palíndromos? Digam […]

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