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Alberto Bins, prefeito com todas as letras

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Alberto Bins, prefeito com todas as letras Nome: Alberto BinsPartido: Partido Republicano Rio-Grandense (PRR)Período que governou: 27/02/1928-22/10/1937 Eles foram presidentes da Junta Municipal e, depois, intendentes. Embora seus cargos representassem o principal poder executivo de Porto Alegre desde o início da República, os primeiros nove “prefeitos” da cidade não tiveram esse título oficialmente. Isso mudou com Alberto Bins: após assumir a intendência da Capital na sequência da morte de Otávio Rocha, em 1928, e conquistar um mandato próprio nas eleições daquele mesmo ano, ele estava no cargo quando Getúlio Vargas tomou a Presidência da República à força. Na sequência do golpe de 1930, Porto Alegre também teve uma mudança, pelo menos de títulos: a Lei Orgânica Municipal foi alterada e, entre outras novidades, o “intendente” passava a ser chamado de “prefeito” – e não mais eleito, mas nomeado. Já na época do levante varguista, Alberto Bins mostrou-se solidário à “revolução” que derrubou o presidente Washington Luís e impediu que Júlio Prestes passasse a governar o Brasil. Enviou um telegrama ao governo provisório de Vargas em que declarava seu “absoluto” e “incondicional” apoio à “grande obra de salvação da República”. O mandatário da Capital também entrou em contato com os governantes de outros municípios gaúchos e pediu que aguardassem instruções. O próprio Bins deixaria temporariamente o poder na prática, em meio à reorganização política que colocou Flores da Cunha como interventor de Vargas no Rio Grande do Sul e extinguiu as intendências. Finalmente, após breve hiato, o antes intendente foi reconduzido ao cargo como o primeiro prefeito a de fato ostentar esse cargo em Porto Alegre. Nascido em 1869, Alberto Bins fez carreira no meio industrial, após estudar na Alemanha, terra de seu pai. Na Capital, tornou-se diretor e depois proprietário da fábrica Berta, que desenvolvia cofres para bancos, camas, fechaduras e fogões, entre outros equipamentos de ferro. Empresário de sucesso, importou maquinário da Europa, expandiu seus pavilhões e elevou a pequena companhia à condição de maior metalúrgica do Estado nos anos 1910. Usou a fortuna para investir no campo, onde ajudou a fundar o que viria a ser o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) e também colocou dinheiro na inovação. Os contatos com a comunidade alemã o aproximaram de Otto Ernst Meyer e, em 1926, já como vice-intendente de Porto Alegre, Bins foi um dos financiadores do ambicioso projeto de Meyer – a compra dos primeiros aviões do que viria a ser a Viação Aérea Rio-Grandense, a Varig. Da política, Alberto Bins aproximou-se desde o berço. Seu pai era amigo de Júlio de Castilhos, o que o conectou com o PRR. Essa aproximação também lhe rendeu o título de Major da Guarda Nacional, mesmo sem ter participado de atividades militares. Após integrar o Conselho Municipal e se reeleger para quatro mandatos como deputado estadual, foi vice de Otávio Rocha no governo da cidade e ascendeu imediatamente quando seu antecessor faleceu. A escolha por Bins, além da militância política, devia-se à boa fama construída no mundo dos negócios: em uma Porto Alegre que se modificava rapidamente e convivia […]

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Nome: Alberto BinsPartido: Partido Republicano Rio-Grandense (PRR)Período que governou: 27/02/1928-22/10/1937 Eles foram presidentes da Junta Municipal e, depois, intendentes. Embora seus cargos representassem o principal poder executivo de Porto Alegre desde o início da República, os primeiros nove “prefeitos” da cidade não tiveram esse título oficialmente. Isso mudou com Alberto Bins: após assumir a intendência da Capital na sequência da morte de Otávio Rocha, em 1928, e conquistar um mandato próprio nas eleições daquele mesmo ano, ele estava no cargo quando Getúlio Vargas tomou a Presidência da República à força. Na sequência do golpe de 1930, Porto Alegre também teve uma mudança, pelo menos de títulos: a Lei Orgânica Municipal foi alterada e, entre outras novidades, o “intendente” passava a ser chamado de “prefeito” – e não mais eleito, mas nomeado. Já na época do levante varguista, Alberto Bins mostrou-se solidário à “revolução” que derrubou o presidente Washington Luís e impediu que Júlio Prestes passasse a governar o Brasil. Enviou um telegrama ao governo provisório de Vargas em que declarava seu “absoluto” e “incondicional” apoio à “grande obra de salvação da República”. O mandatário da Capital também entrou em contato com os governantes de outros municípios gaúchos e pediu que aguardassem instruções. O próprio Bins deixaria temporariamente o poder na prática, em meio à reorganização política que colocou Flores da Cunha como interventor de Vargas no Rio Grande do Sul e extinguiu as intendências. Finalmente, após breve hiato, o antes intendente foi reconduzido ao cargo como o primeiro prefeito a de fato ostentar esse cargo em Porto Alegre. Nascido em 1869, Alberto Bins fez carreira no meio industrial, após estudar na Alemanha, terra de seu pai. Na Capital, tornou-se diretor e depois proprietário da fábrica Berta, que desenvolvia cofres para bancos, camas, fechaduras e fogões, entre outros equipamentos de ferro. Empresário de sucesso, importou maquinário da Europa, expandiu seus pavilhões e elevou a pequena companhia à condição de maior metalúrgica do Estado nos anos 1910. Usou a fortuna para investir no campo, onde ajudou a fundar o que viria a ser o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) e também colocou dinheiro na inovação. Os contatos com a comunidade alemã o aproximaram de Otto Ernst Meyer e, em 1926, já como vice-intendente de Porto Alegre, Bins foi um dos financiadores do ambicioso projeto de Meyer – a compra dos primeiros aviões do que viria a ser a Viação Aérea Rio-Grandense, a Varig. Da política, Alberto Bins aproximou-se desde o berço. Seu pai era amigo de Júlio de Castilhos, o que o conectou com o PRR. Essa aproximação também lhe rendeu o título de Major da Guarda Nacional, mesmo sem ter participado de atividades militares. Após integrar o Conselho Municipal e se reeleger para quatro mandatos como deputado estadual, foi vice de Otávio Rocha no governo da cidade e ascendeu imediatamente quando seu antecessor faleceu. A escolha por Bins, além da militância política, devia-se à boa fama construída no mundo dos negócios: em uma Porto Alegre que se modificava rapidamente e convivia […]

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