Prefeito da semana

Alceu Collares reinaugura a democracia na cidade

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Alceu Collares reinaugura a democracia na cidade Alceu Collares (à esq.) e Lula, no início dos anos 1990, quando Collares já era governador do RS. Foto: Fundação Perseu Abramo
36º PrefeitoNome: Alceu CollaresPartido: Partido Democrático Trabalhista (PDT)Período que governou: 01/01/1986-01/01/1989 Foram 22 anos entre as eleições de 1963, que conduziram Sereno Chaise à prefeitura de Porto Alegre para um curto mandato interrompido pelo Golpe de abril do ano seguinte, e o pleito de 1985, que fez de Alceu Collares o primeiro prefeito da volta à democracia. Entre Chaise e Collares, longos anos da ARENA em suas diferentes encarnações, com prefeitos que marcaram época como Thompson Flores e Villela, mas sempre escolhidos de forma indireta – Porto Alegre, afinal, era um dos municípios “estratégicos” para os quais a ditadura não permitia votações. Quando a cidade pôde, enfim, voltar às urnas para escolher seu prefeito, pareceu até uma recordação dos anos 60: como duas décadas mais cedo, o partido de Leonel Brizola era quem conquistava o Paço. Agora, o trabalhismo brizolista não estava mais representado pela sua sigla histórica, o PTB. Não que o velho partido não existisse mais, mas um dos efeitos da redemocratização foi a sua fratura interna: em um episódio ainda hoje controverso, Ivete Vargas, a neta de Getúlio, herdou a sigla; Brizola, alegando que na nova configuração seu protagonismo seria reduzido, decidiu fundar um partido próprio. O PDT surgiu em 1979 no exílio, em Lisboa, e em solo gaúcho – graças ao arrasto popular de Brizola – rapidamente herdaria as preferências dos trabalhistas de outrora. Uma situação que ficaria clara no pleito celebrado em 15 de novembro de 1985: Alceu Collares fez 257,5 mil votos e foi eleito representando o PDT de Brizola; já o PTB, que daquele passado ganhador de eleições só tinha o nome, ficou em último lugar com Jorge Krieger de Melo, que conquistou apenas 7,5 mil eleitores, 250 mil a menos. Uma vitória que também seria decisiva sobre o PDS, o partido herdeiro da ARENA que havia governado a cidade desde o Golpe (com uma brevíssima interrupção ainda em 1965): Victor Faccioni, o candidato da situação, fez pouco menos de 58 mil votos, ficando atrás não apenas de Collares, mas também do peemedebista Carrion Júnior e do petista Raul Pont. Da quitanda à prefeitura Alceu Collares esteve entre os políticos de origens mais modestas a chegar ao governo da Capital. Vendedor de laranjas na infância em Bagé, passou a carteiro ainda na cidade da Fronteira Sul, e chegaria a Porto Alegre apenas em 1946, às vésperas de completar 20 anos, para trabalhar como telegrafista. Funcionário público de carreira, no meio do caminho se formou em ciências jurídicas e sociais pela UFRGS, e só deixou a profissão para ingressar na política. Militando no velho PTB, Collares não poderia ter escolhido um ano menos alvissareiro para exercer seu primeiro cargo eletivo: assumiu como vereador em 1964, quando o Golpe estava em marcha para varrer os trabalhistas e os velhos partidos de cena. Mas, talvez justamente por ainda não ser um político renomado como outros colegas de partido que foram cassados e até tiveram que buscar o exílio, Collares conseguiu permanecer ativo na política. Já no […]

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