Prefeito da semana

Cherubin: cinco meses à espera de Montaury

Change Size Text
Cherubin: cinco meses à espera de Montaury Informações:Nome: Cherubin Febeliano da CostaPartido: Partido Republicano Rio-GrandensePeríodo que governou: 15/10/1896-15/03/1897 Em 1896, Porto Alegre pôde votar, pela primeira vez, para definir o novo mandatário do município. José Montaury foi eleito, mas não assumiu de imediato: enviou um comunicado ao Conselho Municipal dizendo que não poderia tomar posse na data prevista. Cherubin Febeliano da Costa, então, foi a escolha do próprio Conselho para assumir a intendência interina. Antes de ter seu mandatário mais longo em Montaury, que permaneceria no cargo por mais de 27 anos, a Capital ainda viveu um último mandato-tampão de menos de um ano. O interino ficaria por exatamente cinco meses no poder. Major da Guarda Nacional e posteriormente elevado a coronel em reconhecimento à lealdade ao Partido Republicano, Cherubin também trabalhou como professor antes de entrar na política, lecionando na Escola Militar e na Escola de Engenharia de Porto Alegre. Último dos mandatários relativamente obscuros que se sucederam no comando da cidade no final do século XIX, seu nome aparece grafado de forma divergente nos jornais do período: Cherubim e Querubim eram algumas das alternativas, mas sua assinatura confirma – Cherubin, com “ch” e “n”. Nos poucos meses que teve para governar, limitou-se a continuar o projeto da gestão anterior, de criação de uma planta da cidade e uma nova regulamentação para prevenir incêndios: restringiu a venda de pólvora e querosene e projetou depósitos para materiais inflamáveis. Instituiu a cobrança do imposto territorial e, dentro do espírito dos antecessores, também investiu na recuperação de estradas e pontes.  O curto tempo que ficou no poder, sem grandes realizações, incluiu a organização dos festejos pelo oitavo aniversário da Proclamação da República, que coincidiu com seu primeiro mês no cargo. Amigo do então presidente do estado, Júlio de Castilhos, Cherubin trocou diversas cartas com o governante. Em uma delas, após uma viagem de Castilhos, chegou a afirmar que “com o coração transbordando de jubilo tive hontem o prazer de abraçar o meu carissimo Chefe e Amigo, cuja auzencia desta capital foi para mim de uma duração eterna” (manteve-se a grafia original). Como costumava ocorrer na época, antes e depois do cargo, Cherubin exerceu muitas funções fora da política. Antes de chegar a Porto Alegre, havia sido jornalista e comandado o jornal republicano Gazeta de Piracicaba. Depois de encerrar seu mandato, seria diretor do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, na época chamado de Gimnasio do Rio Grande do Sul, e também foi chefe de polícia. Um de seus filhos, Fernando de Sousa Costa, seguiu os passos do pai na política: com a família tendo raízes no estado de São Paulo, Fernando seria eleito prefeito de Pirassununga, em 1912. Anos mais tarde, o filho de Cherubin seria o primeiro ministro de Agricultura de Getúlio Vargas durante o Estado Novo, cargo em que permaneceu até 1941.

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

Informações:Nome: Cherubin Febeliano da CostaPartido: Partido Republicano Rio-GrandensePeríodo que governou: 15/10/1896-15/03/1897 Em 1896, Porto Alegre pôde votar, pela primeira vez, para definir o novo mandatário do município. José Montaury foi eleito, mas não assumiu de imediato: enviou um comunicado ao Conselho Municipal dizendo que não poderia tomar posse na data prevista. Cherubin Febeliano da Costa, então, foi a escolha do próprio Conselho para assumir a intendência interina. Antes de ter seu mandatário mais longo em Montaury, que permaneceria no cargo por mais de 27 anos, a Capital ainda viveu um último mandato-tampão de menos de um ano. O interino ficaria por exatamente cinco meses no poder. Major da Guarda Nacional e posteriormente elevado a coronel em reconhecimento à lealdade ao Partido Republicano, Cherubin também trabalhou como professor antes de entrar na política, lecionando na Escola Militar e na Escola de Engenharia de Porto Alegre. Último dos mandatários relativamente obscuros que se sucederam no comando da cidade no final do século XIX, seu nome aparece grafado de forma divergente nos jornais do período: Cherubim e Querubim eram algumas das alternativas, mas sua assinatura confirma – Cherubin, com “ch” e “n”. Nos poucos meses que teve para governar, limitou-se a continuar o projeto da gestão anterior, de criação de uma planta da cidade e uma nova regulamentação para prevenir incêndios: restringiu a venda de pólvora e querosene e projetou depósitos para materiais inflamáveis. Instituiu a cobrança do imposto territorial e, dentro do espírito dos antecessores, também investiu na recuperação de estradas e pontes.  O curto tempo que ficou no poder, sem grandes realizações, incluiu a organização dos festejos pelo oitavo aniversário da Proclamação da República, que coincidiu com seu primeiro mês no cargo. Amigo do então presidente do estado, Júlio de Castilhos, Cherubin trocou diversas cartas com o governante. Em uma delas, após uma viagem de Castilhos, chegou a afirmar que “com o coração transbordando de jubilo tive hontem o prazer de abraçar o meu carissimo Chefe e Amigo, cuja auzencia desta capital foi para mim de uma duração eterna” (manteve-se a grafia original). Como costumava ocorrer na época, antes e depois do cargo, Cherubin exerceu muitas funções fora da política. Antes de chegar a Porto Alegre, havia sido jornalista e comandado o jornal republicano Gazeta de Piracicaba. Depois de encerrar seu mandato, seria diretor do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, na época chamado de Gimnasio do Rio Grande do Sul, e também foi chefe de polícia. Um de seus filhos, Fernando de Sousa Costa, seguiu os passos do pai na política: com a família tendo raízes no estado de São Paulo, Fernando seria eleito prefeito de Pirassununga, em 1912. Anos mais tarde, o filho de Cherubin seria o primeiro ministro de Agricultura de Getúlio Vargas durante o Estado Novo, cargo em que permaneceu até 1941.

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

RELACIONADAS
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.