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Otávio Rocha, o grande modernizador

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Otávio Rocha, o grande modernizador Nome: Otávio RochaPartido: Partido Republicano Rio-Grandense (PRR)Período que governou: 14/10/1924-26/02/1928 Se José Montaury, que ficou 27 anos no poder, foi muito mais carregado pelas mudanças de sua época do que um entusiasta delas, seu sucessor ficou marcado por uma postura radicalmente diferente: Otávio Rocha, lembrado como o reformador que ajudou a dar a Porto Alegre uma cara mais próxima da atual, fez muito sem ter nem mesmo cumprido o seu primeiro mandato por completo. Antes de assumir o município, Otávio Rocha foi secretário da Fazenda, uma vez deputado estadual e outras três vezes deputado federal. Liderou as bancadas republicanas em quatro Estados (Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco) e também foi atuante na imprensa, colaborando com o Diário Popular e A Federação. Natural de Pelotas, onde nasceu em 1877, o discípulo predileto de Borges de Medeiros – então presidente do Estado, cargo equivalente ao de governador – foi o escolhido para dar sequência ao domínio do PRR sobre a Capital após a “Revolução de 1923” impor fim aos mandatos potencialmente infinitos em todo o Estado, impedindo Montaury de tentar uma oitava reeleição. Engenheiro militar e oficial de estado-maior formado na virada do século 19 para o 20, Otávio Rocha serviu na guarnição de Rio Grande e também trabalhou na Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé antes de vir à Capital em 1905. Passou mais quatro anos lecionando na Escola Militar de Porto Alegre até ser eleito pela primeira vez a um cargo público. Já como deputado federal, ganhou destaque como um dos líderes da chamada “Reação Republicana” – uma primeira tentativa de romper com a política do café-com-leite na Presidência da República: no pleito de 1922, buscando encerrar a alternância de mineiros e paulistas no poder, os republicanos do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e de alguns estados nordestinos apoiaram o nome do fluminense Nilo Peçanha, que acabou derrotado por Artur Bernardes, nascido em Minas Gerais. Apesar de o pleito não ter dado certo nacionalmente, em Porto Alegre a força da “Reação” serviu para alçar Otávio Rocha à condição de candidato óbvio quando Montaury não pôde mais concorrer. Funcionou: embora a oposição tivesse literalmente pegado em armas em 1923 para tentar interromper o domínio do PRR no Estado, que vinha desde a Proclamação da República, as eleições municipais de 1924 acabaram não sendo sua grande chance de finalmente governar a Capital. Otávio Rocha repetiu os bons desempenhos eleitorais de seu antecessor – fez 8 mil votos, contra 1,4 mil do coronel Frederico Gomes da Silva, da Aliança Libertadora, o único opositor. Os adversários argumentavam que a eleição de um novo mandatário do PRR só manteria os erros de Montaury, acusado de maquiar as contas públicas e esconder uma dívida que seria oito vezes maior do que o orçamento municipal da época. Apesar da crise, admitida por Rocha, ele abriria os cofres públicos para seguir o lema republicano de “conservar melhorando”, propondo mudanças importantes – e higienistas – pela cidade. Disposto a acabar com becos […]

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Nome: Otávio RochaPartido: Partido Republicano Rio-Grandense (PRR)Período que governou: 14/10/1924-26/02/1928 Se José Montaury, que ficou 27 anos no poder, foi muito mais carregado pelas mudanças de sua época do que um entusiasta delas, seu sucessor ficou marcado por uma postura radicalmente diferente: Otávio Rocha, lembrado como o reformador que ajudou a dar a Porto Alegre uma cara mais próxima da atual, fez muito sem ter nem mesmo cumprido o seu primeiro mandato por completo. Antes de assumir o município, Otávio Rocha foi secretário da Fazenda, uma vez deputado estadual e outras três vezes deputado federal. Liderou as bancadas republicanas em quatro Estados (Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco) e também foi atuante na imprensa, colaborando com o Diário Popular e A Federação. Natural de Pelotas, onde nasceu em 1877, o discípulo predileto de Borges de Medeiros – então presidente do Estado, cargo equivalente ao de governador – foi o escolhido para dar sequência ao domínio do PRR sobre a Capital após a “Revolução de 1923” impor fim aos mandatos potencialmente infinitos em todo o Estado, impedindo Montaury de tentar uma oitava reeleição. Engenheiro militar e oficial de estado-maior formado na virada do século 19 para o 20, Otávio Rocha serviu na guarnição de Rio Grande e também trabalhou na Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé antes de vir à Capital em 1905. Passou mais quatro anos lecionando na Escola Militar de Porto Alegre até ser eleito pela primeira vez a um cargo público. Já como deputado federal, ganhou destaque como um dos líderes da chamada “Reação Republicana” – uma primeira tentativa de romper com a política do café-com-leite na Presidência da República: no pleito de 1922, buscando encerrar a alternância de mineiros e paulistas no poder, os republicanos do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e de alguns estados nordestinos apoiaram o nome do fluminense Nilo Peçanha, que acabou derrotado por Artur Bernardes, nascido em Minas Gerais. Apesar de o pleito não ter dado certo nacionalmente, em Porto Alegre a força da “Reação” serviu para alçar Otávio Rocha à condição de candidato óbvio quando Montaury não pôde mais concorrer. Funcionou: embora a oposição tivesse literalmente pegado em armas em 1923 para tentar interromper o domínio do PRR no Estado, que vinha desde a Proclamação da República, as eleições municipais de 1924 acabaram não sendo sua grande chance de finalmente governar a Capital. Otávio Rocha repetiu os bons desempenhos eleitorais de seu antecessor – fez 8 mil votos, contra 1,4 mil do coronel Frederico Gomes da Silva, da Aliança Libertadora, o único opositor. Os adversários argumentavam que a eleição de um novo mandatário do PRR só manteria os erros de Montaury, acusado de maquiar as contas públicas e esconder uma dívida que seria oito vezes maior do que o orçamento municipal da época. Apesar da crise, admitida por Rocha, ele abriria os cofres públicos para seguir o lema republicano de “conservar melhorando”, propondo mudanças importantes – e higienistas – pela cidade. Disposto a acabar com becos […]

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