Peça-manifesto relembra o caso de Cláudia Silva Ferreira
LIVRO
A Mulher Arrastada | Diones Camargo
Primeira peça de um autor gaúcho publicada na Coleção Dramaturgia da editora Cobogó, A Mulher Arrastada (72 páginas, R$ 30,60), do dramaturgo e roteirista Diones Camargo, terá sessão de autógrafos neste sábado (11/12), a partir das 16h, na Livraria Taverna, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. O texto para teatro foi escrito a partir da trágica história real ocorrida no Rio de Janeiro em 2014, quando Cláudia Silva Ferreira – mulher negra, pobre, 38 anos, auxiliar de limpeza em um hospital, mãe de quatro filhos biológicos e quatro adotivos – foi brutalmente alvejada pela Polícia Militar quando saía de casa no Morro da Congonha para comprar pão para a família. Depois dos tiros, seu corpo foi atirado em um camburão, tendo ficado parte dele para fora da viatura e arrastado, ainda com vida, sob o olhar horrorizado de pedestres e motoristas.
Vencedora do Prêmio Cenym de Teatro Brasileiro de Melhor Texto Original 2019, essa peça-manifesto entrelaça o caso verídico a uma narrativa ficcional, recuperando a figura trágica de Cláudia e transportando-a ao centro da cena para reivindicar o que durante a cobertura jornalística do caso foi aos poucos sendo apagado: seu nome, elemento que foi substituído pela cruel alcunha de “mulher arrastada”.
A obra inclui também textos complementares escritos por quatro mulheres artistas: a dramaturga e roteirista Dione Carlos, a atriz e professora Celina Alcântara – que encarnou Cláudia na montagem da peça –, a poeta e socióloga Neide Almeida e a encenadora e professora de dramaturgia Camila Bauer. As fotos de capa e contracapa são de Regina Peduzzi Protskof.
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