Uma nova visão sobre a integração de São Paulo ao Brasil
LIVROS
A Cor da Modernidade: A Branquitude e a Formação da Identidade Paulista, de Barbara Weinstein
Lançado nesta semana, A Cor da Modernidade: A Branquitude e a Formação da Identidade Paulista (Edusp, tradução de Ana Maria Fiorini, 656 páginas, R$ 104), da historiadora norte-americana Barbara Weinstein, apresenta uma nova visão sobre a integração de São Paulo ao Brasil ao analisar a rebelião paulista de 1932 – também conhecida como Revolução Constitucionalista – e as comemorações do quarto centenário da fundação da cidade, em 1954. A professora de história da Universidade de Nova York se debruça sobre conceitos e problemas que são centrais para a compreensão da história do país no século 20: nação e região, identidade, branquitude, raça, gênero, modernidade e progresso.
Ao rever a interpretação da formação regional paulista, sugerindo que as questões de raça e de gênero se encontram no cerne da construção de uma identidade que se tem como branca, viril, afeita ao progresso, a obra apresenta uma nova visão da integração de São Paulo na nação – denunciando a exclusão de negros e mulheres do protagonismo histórico.
Para Weinstein, são questões que não podem ser analisadas separadamente porque produzem desigualdades materiais, políticas e culturais. No caso paulista, ela observa que a branquitude foi utilizada para indicar características “inatas” ou “naturais” de São Paulo, com o objetivo de explicar uma superioridade sobre as demais regiões brasileiras, em particular o Nordeste.
Fotografia Híbrida, de Danny Bittencourt
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