Revista Parêntese

Parêntese #74: O tempo da arte, o tempo na arte

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Parêntese #74: O tempo da arte, o tempo na arte
Esta semana que passou foi das pesadas. Sei bem que ocorre com todo mundo essa oscilação de humor e astral, todos comentam isso. Neste mais de ano que temos vivido o pesadelo de pandemia sob comando errático – paro por aqui de adjetivar, para não sobrecarregar o leitor –, esta foi umas das três ou quatro mais pesadas que vivi.  Algum motivo mais forte? Não. Não foi a ultrapassagem da barreira dos 400 mil mortos, nem a falta da segunda dose da vacina para dezenas de milhares de braços. Foi apenas uma queda geral no astral. Vontade de estar noutro tempo, noutro espaço, com a consciência de que não há como.  Mergulhar no trabalho é uma solução? Pode ser. Ingressar no tempo da arte é um paliativo viável. A arte tem outro relógio, nem mais lento nem mais rápido: outro, regido por outra lógica.  Quer conferir? Tire tempo para ler e conhecer a trajetória e algumas ideias de Jacob Klintowicz, um consagrado crítico de arte, porto-alegrense de origem, figura admirada por todos que o conhecem, autor de obra vasta. Na entrevista, que tem a singularidade de ser composta por perguntas de várias pessoas, todas do ramo, o leitor encontrará uma linda história que ajudará a despistar a crise.  Coisa parecida com o tempo das reflexões do Paulo Scott, escritor que tem contribuído com algumas das narrativas mais significativas no país atualmente, e que aqui esboça um quase plano de ação intelectual, ao aproximar a literatura e as exigências do Direito republicano e democrático.  Márcia Mura, que já foi nossa entrevistada, escreve um sensível relato sobre a pandemia no norte do Brasil, entre os indígenas. Arthur de Faria nos oferece mais um passeio a uma época densa de beleza, lá no tempo dos conjuntos melódicos. Berenice Sica Lamas oferece um conto no qual o tempo é o pátio em que ocorre uma conversa com ninguém menos que João Simões Lopes Neto, um fantasma que não assusta, que só ajuda a ver melhor o mundo.  No ensaio de fotos, nossa parceira Cláudia Laitano também proporciona um passeio no tempo: a Nova York de poucas semanas atrás, vazia por interesse público – sabe como é, país governado racionalmente –, que agora já começa a reviver certa normalidade.  E enquanto o Diego Lops traz mais uma rodada de palavras inventadas, sempre por estrita necessidade, a Thainá Coimbra chora por nós todos a morte do genial Paulo Gustavo. – Luís Augusto Fischer

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