Revista Parêntese

Parêntese #107: Cuidar dos vivos

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Parêntese #107: Cuidar dos vivos

Mal começa o ano e já estamos enterrando duas grandes figuras do cenário cultural – Lya Luft e Voltaire Schilling. Com cada um deles se vai uma presença e uma permanente promessa de futuro, de novas obras, de nova intervenção na paisagem. Quem é vivo sempre carrega essa promessa. 

Mesmo que fiquem suas obras – Lya e Voltaire publicaram muita coisa, e provavelmente permanecerão ativos no circuito de leitura por muito tempo ainda – não há como diminuir a perda da verve de cada um, da possibilidade de que a cada momento um deles trouxesse ao debate algo novo, uma visão original, um fio de esperança de que a inteligência estava a salvo, como tantas vezes fizeram. 

Menos famoso que os dois foi Pelópidas Thebano, um artista visual falecido também agora, que deixou legado visível, ainda a ser mais claramente celebrado. Nesta edição 107, Mitti Mendonça e Pedro Rubens Vargas se encarregam de traçar um perfil dessa grande figura. As ilustrações ajudarão a mostrar a grande figura que foi.

Mas é sempre o caso de enterrar os mortos adequadamente – não como faz o lamentável e cruel presidente, que despreza a dor do luto – e de celebrar os vivos. Celebrar a trajetória de Clara Pechansky, artista de grande presença e larga trajetória. A perspicácia de Chuck Martin, que já foi nosso entrevistado e aqui retorna com um ensaio sobre A peste, de Albert Camus, que o motivou a um mergulho fotográfico notável.

O sentido folhetim de Milena Friedrich Cabral alcança seu quarto capítulo. Arnoldo Doberstein nos oferece agora um relato sobre os bondes, essa quase lenda urbana em Porto Alegre. Nesta edição nos despedimos da divertida crônica de Leonardo Antunes, um paulista se esforçando para decifrar Porto Alegre (mas o livro com essas e muitas outras maravilhas sairá em março ainda). O cartum da Grazi Fonseca oferece mais uma viagem, agora em esporte de verão.

Os vivos: em colaboração especial, Juremir Machado da Silva repassa sua mais recente trombada com a cara feia do reacionarismo – sua demissão do Correio do povo. Os leitores terão percebido que a opinião pública da cidade foi abalada com esse movimento, que Juremir repassa e analisa. Seus muitos leitores entenderão coisas até aqui apenas insinuadas. (Sobre sua mais recente obra Zilá Bernd oferece uma resenha esclarecedora.)

Para encerrar estas linhas, uma grande notícia: ficou pronta a edição impressa que organizamos com material dos cem primeiros números da Parêntese. Modéstia posta de lado, bá, acho que ficou tri. Concorda?

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