Revista Parêntese

Parêntese #128: Avenida

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Parêntese #128: Avenida Angélica Freitas (Foto: Felipe Taborda)

Foi ele mesmo que fez a imagem: na minha rua passa o mundo. Nem é uma avenida; é uma rua secundária de cidade interiorana. Mas passa o mundo por ali? Passa. Sabendo prestar atenção, passa sim. 

O mundo é como o Aleph do conto borgiano: é um ponto que concentra todos os pontos do mundo, todos os instantes, tudo. Inversamente, o mundo todo passa por qualquer ponto.

Passa na Avenida Angélica, em São Paulo, e na Avenida Angélica, o cd e show que Vitor Ramil está apresentando. O show rola hoje, sábado dia 4, e amanhã, domingo dia 5, no Theatro São Pedro, Porto Alegre. O cd está na área, em formato físico, com todo um conceito gráfico ousado, com fotos do parceiro da Parêntese Marcelo Soares.

“Angélica” se refere à Angélica Freitas, poeta, pelotense como o Vitor, que é a autora dos poemas que ele musicou, produzindo muita coisa linda, parte em estilo bem conhecido (e admirado), parte com melodias e humor raros, numa zona para a qual a obra da Angélica o puxou.

A edição 128 traz uma extensa entrevista com o Vitor, feita por e-mail em algumas rodadas, fotos do Marcelo e dois regalos – um texto inédito, que o Vitor escreveu aos 12 anos de idade, para um concurso cujo prêmio rendeu ao púbere autor uma viagem a Salvador, Bahia, e duas ilustrações da Nina Gastaud Ramil, filha do Ian, que é filho do Vitor. Estreia mundial da ilustradora, para nosso grande gosto.

O folhetim do Frank Jorge de um dia que não acaba alcança seu capítulo 5; a história parcelada das representações de Porto Alegre pelo Arnoldo Doberstein repassa a figura de Júlio de Castilhos; Frederico Bartz nos conta de um prédio ainda existente na João Telles que abrigou uma das muitas associações de trabalhadores da cidade. Arthur de Faria se aproxima do presente em seu passeio pela música entre nós, agora na figura do Sérgio Napp. 

Um conto do grande artista Leandro Selister faz à sua moda o luto pela cidade que vai se transformando, talvez demais. Lúcio Carvalho repassa uma obra que repõe em discussão a obra do grande Charles Darwin. A Cláudia Laitano, a propósito da morte de David Coimbra, comenta a escassa presença do cronista diário, de ampla tradição no Brasil. E em nome da amada crônica, na última terça-feira a Nathallia Protazio refletiu sobre cronistas e suas bexigas, tu viu?

Duas iniciativas merecem a atenção dos prezados leitores, coisas boas da realização cultural do nosso tempo.

Entra em financiamento coletivo pelo Catarse, em coedição com a Diadorim Editora, a coletânea Contos da revista SEPÉ, reunião de 50 contistas com inéditos. Vale o apoio.

E amanhã tem show da Pâmela Amaro: 5 de junho, 20h, na Banda da Saldanha (av. Padre Cacique, 1355), “Samba às avessas”, nome de seu primeiro CD. 

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