Revista Parêntese

Parêntese 63: Dar nome

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Parêntese 63: Dar nome Foto: Alexandre Eckert

Escolher nome de livro ou de filho, título de texto ou comunicação, pode ser barbada ou encalacrar o autor. O prezado leitor, a gentil leitora podem aí lembrar o tanto de perturbação que já lhes ocorreu numa dessas. Lembrar o finado avô ou apostar no futuro? Uma metáfora arrasadora ou um par de palavras descritivas? 

Olhem o caso de Nathallia Protazio, nossa colaboradora de tempos, uma cronista de mão cheia e coração grande. Nesta edição 63 ela estreia um folhetim, que como os anteriores – de Rafael Escobar, Júlia Dantas e Marcelo Martins da Silva – terá dez capítulos e, como combinado, vai botar Porto Alegre para dentro da história. Aí tinha que escolher nome. 

O nome: Duas Vanusas.

O som das vogais já deixa o sujeito preso numa onda: U-a-a-U-a. Depois, não se trata de uma Vanusa, mas de duas. Onde mais, neste vasto mundo, duas Vanusas se encontram? 

A Lelei Teixeira (com essa sucessão de três ditongos “ei”, sendo dois tônicos) veio com uma citação indireta do famoso “Poema de sete faces” do Drummond, aquele em que um anjo torto mandou o poeta ser gauche na vida. 

Gauche não é gaúcho, mas tá ali, ali. E aí o gaúcho profundo Demétrio Xavier resolveu encarar a distinção entre a morte e o morrer, de mãos dadas com outros filósofos da cultura, por exemplo Gilberto Gil. O resultado é uma viagem para muito além dos nomes que rotulam uma coisa e outra. 

O Eduardo Vicentini de Medeiros, filósofo até na carteira de trabalho, cumpre hoje o décimo e derradeiro capítulo de sua nova série “Até que a imaginação os separe”, uma instrutiva viagem pelo patrimônio da literatura brasileira em perseguição desse outro nome, “casamento”. (E promete já uma nova série, dedicada ao cinema.)

Gabriel “Gravador” Lopes-Salomão cumpre por nós a missão de chorar um nome que lamentavelmente desapareceu sete verões atrás, o grande Nico Nicolaievsky. O historiador René Gertz repassa com grande destreza, em escassas linhas, a formação de outro nome famoso, o país chamado Alemanha, que completou 150 anos em sua forma atual. E Vinícius Rodrigues apresenta um caso maravilhoso de quadrinhos que abrigam história, memória e humanidade, com a obra de Marjane Satrapi. 

Nosso parceiro Pablito conversou com Luciana Dornelles Ramos. Alexandre Eckert sobrepõe imagens da cidade recriando lugares com cor e poesia. 

Uma resenha de Théo Amon é sempre uma pequena aula a ser apreciada, neste caso falando de um romance raro e magnífico. E eu conversei brevemente com Cláudio Moreno para ajudar a espalhar mais ainda a fama de seu excelente podcast “Noites gregas”.  

Arthur de Faria conta a morte inadvertida da Era do Rádio, com o advento da televisão, e José Falero conta uma história de coragem e medo, com uma funda no meio – só que ele usa outro nome: bodoque. 

Luís Augusto Fischer

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