Revista Parêntese

Parêntese 44: Rebotes

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Parêntese 44: Rebotes

Rebote: a volta, o retorno, a contrapartida, o troco, o que vem depois do bote. A vida tem disso. A sabedoria popular, tantas vezes conformista e fatalista, diz: “Aqui se faz, aqui se paga”. Mas não é bem verdade, como sabemos – muitos cometem a perversão que querem e nunca pagam coisa nenhuma.

Mas tem rebote, mesmo assim. Um desses retornos, dos maravilhosos, ocorreu com o Pablito Aguiar, nosso parceiro, que quase desde o começo da Parêntese apresenta suas entrevistas, semana sim, semana não. A originalidade de seu trabalho não está apenas em fazer entrevista desenhada, ou em desenhar entrevistas: está no protagonismo que concede a gente comum – aquela gente que, quando vista de perto, quando auscultada a sério, mostra sua humanidade profunda, igual à de qualquer um de nós. Lembra do caso do Ezion? Pois então.

O Pablito não subestima ninguém. Por isso o sensacional caso que ele reportou aqui, duas semanas atrás, virou um caso – um grande grupo de comunicação de Porto Alegre ecoou seu trabalho (mas deve ter esquecido de dar o crédito da nossa imodesta revista, o que é uma pena). E domingo passado o Fantástico deu o palco brasileiro para o Pablito e sua história (e não esqueceu de mencionar nossa modesta revista e o grupo Matinal).

Nesta edição, o Pablito segue a mesma história e tem companhias que o relevam mais ainda. Nosso entrevistado é o artista e professor Círio Simon, um desses homens realmente livres, de história larga e produção impressionante, que conversa com Arnoldo Doberstein, historiador que valoriza as coisas certas.

Seguimos a série do Roberto Jardim sobre futebol, ao lado do segundo capítulo do folhetim da Julia Dantas – agora é um sabiá o pássaro em causa. Exatamente, o mesmo sabiá que nesta época do ano nos acorda às 4 da matina. Arthur de Faria conta a quarta parte da história do genial Radamés Gnattali, enquanto a Cláudia Laitano esclarece tudo que importa sobre “ação afirmativa”.

Théo Amon nos brinda com mais uma pérola traduzida, passagens de um livro que foi em parte responsável pela divulgação inicial de Dostoiévski no Ocidente, a partir da França. As fotos e o texto de Luiz Horácio são também um estímulo à reflexão, porque nos obrigam a parar para pensar, quer dizer, para olhar.

Falando em olhar, chegou a ver o texto da Parêntese na Matinal de terça-feira? Pois a Juliana Wolkmer no brindou com Maria Benedita, a nossa primeira atriz profissional.

Agora, rebote mesmo está contado no texto da Nathallia Protazio, que, como sempre, aposta o coração e as tripas em cada nova reflexão que faz. Como aliás acontece no novo texto do José Falero, que fala de soldados mortos, uns que aparecem como heróis em filmes americanos e outros que nem entram nas estatísticas, quando podiam ter sido apenas uns guris se divertindo. Um rebote dos mais feios dessa vida.

Luís Augusto Fischer

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